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07 de março, de 2024 | 17:33

A cada grupo de 40.000 mulheres, uma foi vítima de feminicídio em 2023 no Vale do Aço, segundo a PCMG

Arquivo DA
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de IpatingaDelegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Ipatinga

Somente em 2023 sete mulheres foram vítimas de feminicídio no Vale do Aço. A informação consta em um levantamento divulgado pelo 12º Departamento de Polícia Civil, esta semana, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. Os dados apresentam feminicídios dos anos de 2020 a 2023. Todas as cidades da região abrangida pelo 12º DPC onde ocorreram essa modalidade criminosa estão citadas no relatório e as cidades que não foram citadas são as que não tiveram registros de casos no período da pesquisa.

Segundo levantamentos, apenas a cidade de Ipatinga teve três feminicídios em 2023, mesmo número de 2021. Contudo, quando analisada toda a área da região, foram registrados sete casos, incluindo os três de Ipatinga e um em cada uma das cidades de Coronel Fabriciano, Mesquita, Santana do Paraíso e Timóteo. O ano de 2020 foi o que apresentou o maior número, com cinco feminicídios. Durante os estudos, também foram divulgadas as taxas para cada 10.000 mulheres, conforme explicou o Delegado-Geral de Polícia, Gilmaro Alves, chefe do 12º Departamento.

Essa taxa, significa o número de mulheres vítimas, dividido pelo número total de mulheres em uma cidade (com base nos dados do IBGE de 2022), multiplicado por 10.000. Toda a região de Ipatinga apresentou uma taxa de 0,25, ou seja, a cada grupo de 40.000 mulheres, uma mulher foi vítima de feminicídio em 2023. Entre as cidades que compõem a região de Ipatinga, Mesquita teve a pior taxa, com 3,98 em 2023.

Comparando a região de Ipatinga com as demais do Departamento, Caratinga teve a taxa mais elevada, com 0,45 e o melhor resultado foi em Itabira, com taxa zero, indicando que nenhum caso de feminicídio foi registrado na área em 2023.

As outras cidades que registraram feminicídios em 2023 foram: Caratinga (dois), Bom Jesus do Galho (um), Santa Bárbara do Leste (um), João Monlevade (um), Acaiaca (um), Jequeri (um), Santana do Manhuaçu (um) e Simonésia (dois).

Considerando todas as regiões, foram registrados em 2023 as seguintes quantidades de femicídios: Sete em Ipatinga, quatro em Caratinga, um em João Monlevade, dois em Ponte Nova e três em Manhuaçu. As regiões de Itabira e Manhuaçu tiveram uma queda no número em comparação ao ano de 2022, enquanto Ponte Nova teve números repetidos de 2022 e as regiões de Ipatinga, Caratinga e João Monlevade tiveram aumento comparado com 2022.

Nem todo assassinado de mulher é um feminicídio. Para se enquadrar o assassinato de uma mulher como crime de feminicídio, é necessário que o autor tenha cometido o ato em razão de violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Dessa forma, nem todos os assassinatos de mulheres são considerados feminicídios.

Ao analisar toda a área do Departamento, as maiores taxas foram observadas em Mesquita (região de Ipatinga), Bom Jesus do Galho, Santa Bárbara do Leste (região de Caratinga), Acaiaca, Jequeri (região de Ponte Nova), Santana do Manhuaçu e Simonésia (região de Manhuaçu). A cidade de Acaiaca teve a pior taxa na área do Departamento, com 4,97.

Analisando a população feminina de todo o departamento e o número de feminicídios, a taxa foi de 0,19 para cada grupo de dez mil mulheres. Segundo o Delegado Gilmaro Alves, o ideal seria uma taxa zero, mas os números do departamento estão abaixo de várias outras regiões do Brasil.

Apesar disso, diversos projetos vêm sendo lançados pela Polícia Civil de Minas Gerais em parceria com outras instituições para a diminuição constante da incidência dessa modalidade criminosa, sendo que o 12º Departamento de Polícia Civil de Ipatinga tem investido em ações específicas de combate ao femicídios em todas as regiões, como foco nas localidades em que se percebeu aumento de taxas.

O delegado Gilmaro Alves esclarece que os números se referem apenas aos feminicídios consumados, nos quais a mulher é vítima em razão de seu gênero, diferindo dos femicídios, nos quais basta que a vítima seja mulher.
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Comentários

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Lucimar Vasconcelos

08 de março, 2024 | 09:01

“Muitos homens ainda consideram a mulher como parte de um patrimônio e não aceitam o término de um relacionamento ou simplesmente não aceitam a mulher falar o que pensa ou sente, levando a violência ou até a morte. É necessário uma postura diferente nas famílias, ensinando aos garotos a importância da mulher na sociedade e nas famílias e tirando esse machismo sem nenhum sentido que só leva ao caos e tristeza.”

Marcelo

08 de março, 2024 | 07:23

“E os homencidios por 40000 mil homens? Quantos que tá no vale do cangaço?”

Homem da Primeira Hora

08 de março, 2024 | 03:41

“Muito importante a campanha, quando NÃO é NÃO!!! , Pena que a politização do tema, coloca em segundo plano o objetivo.
Muitos dos direitos legítimos da mulher, são usados como bandeiras políticas, que atrapalham, mais que ajuda a mulher.”

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