
05 de março, de 2024 | 18:10
Sentença anula substitutivo ao PL da APA Serra do Timóteo
PMT
Área tem extensão de 3,2 mil hectares e abrange vários bairros, como Licuri, Macuco, Eldorado e Ana Malaquias

Em sentença publicada nos autos do mandado de segurança, na manhã desta terça-feira (5), o juiz Rodrigo Antunes Lage, titular da 1ª Vara Cível da Comarca de Timóteo, anulou o processo administrativo desde a votação do Projeto Substitutivo 01/2023 ao Projeto de Lei Municipal 4.370/2021 que trata do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Serra do Timóteo (Apast).
A Apast é uma região de proteção ambiental criada em 2003 e posteriormente modificada pela Lei Municipal 3.430/2015. Sua extensão é de 3,2 mil hectares e abrange vários bairros como Licuri, Macuco, Eldorado e Ana Malaquias. Dentro desta área, há matas nativas e nascentes. O objetivo de sua criação foi garantir a proteção e conservação dos recursos naturais.
Conforme já divulgado pelo Diário do Aço, no último dia 15/2, devido a um mandado de segurança, a Justiça determinou a suspensão da apreciação do Projeto Substitutivo que trata sobre a Apast. Segundo consta no processo, foi elaborado o Plano de Manejo da Apast, porém um novo plano de manejo em substituição ao primeiro foi apresentado com alterações das áreas/zonas.
Tal substitutivo” começou a levantar muitas dúvidas sobre o rigor da aplicação da metodologia exigida para sua elaboração. Desta forma, o governo municipal vetou e o Judiciário se manifestou com a indicação de suspensão da votação.
O juiz determinou que a alteração proposta no substitutivo seja submetida oficialmente aos órgãos ambientais municipal e estadual, em especial ao órgão gestor e órgão executor da unidade de conservação Área de Proteção Ambiental Serra do Timóteo, bem como apresentada em consulta popular, de modo claro e em linguagem acessível, as implicações para a população residente no interior e no entorno das áreas pertinentes, para posterior votação pela Câmara Municipal”.
Segundo o magistrado, além da legislação específica, a redução da unidade de conservação está sujeita a estudos técnicos antecedentes e à consulta pública à população, que deve receber informações adequadas e inteligíveis.
Conforme a decisão, são alterações importantes, com necessidade de consulta popular, com esclarecimento claro e amplo à população, em especial àquela atingida. A realização de audiência pública quanto ao teor do Projeto Substitutivo se faz necessária, porquanto em sendo a matéria de iniciativa do poder Executivo, não possui o Legislativo legitimidade para propor alterações significativas ao projeto inicial”, enfatizou o juiz.
Votação
A matéria estava na pauta de votação da Câmara de Timóteo na tarde desta terça-feira (5), em sessão extraordinária, mas o juiz da 1ª Vara Cível determinou a intimação do presidente da Câmara, com urgência, quanto à sentença. À vista da declaração de nulidade parcial do processo legislativo, torno sem efeito a tutela de urgência outrora deferida, visto não mais subsiste veto do prefeito a ser apreciado pela Câmara Municipal”, afirmou.
A sessão foi cancelada e o presidente da casa, Reygler Max (PSB), disse que ainda aguardava a notificação oficial para uma análise mais aprofundada e tomada de medidas institucionais cabíveis. "Ressaltamos que a sentença está sujeita a recurso, e qualquer desenvolvimento subsequente será prontamente comunicado à imprensa e à população", informou em nota encaminhada por sua assessoria de Imprensa.
Debate
Para o professor de Timóteo, Flávio José de Assis Barony, que é biólogo com atuação em microbiologia e saneamento ambiental, a decisão judicial está correta. "O substitutivo não seguiu o rito estabelecido no Manual da metodologia de elaboração do Plano de Manejo da APA, um documento Federal. O ideal é fazer ajustes no plano inicialmente elaborado, e não a total desconsideração do mesmo", defendeu.
Membro do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema), o professor aponta outra questão delicada com relação à grande quantidade de nascentes que secaram na região da APA e que o problema público persiste e é preciso achar uma solução o quanto antes.
"Problema complexo que requer por parte dos envolvidos (pequenos e grandes proprietários, poder público, sociedade e outros) uma sensatez, equilíbrio e temperança para promover o real desenvolvimento sustentável, pois até agora observa-se muitos adjetivos para acalentar os ouvidos dos desinformados. Sugiro que a Câmara de Vereadores aprecie o Plano de Manejo elaborado via PMT, o qual pode até passar por revisão já nos próximos anos, conforme prevê a legislação", argumentou.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Kim Valverde
07 de março, 2024 | 08:33? essencial que o Plano de Manejo da APAST represente avanço na proteção da área de amortecimento do Parque Estadual Rio Doce, impeça instalação de indústrias poluentes nas bordas da unidade de conservação próximas aos núcleos habitacionais urbanos, restrinja as supressões de árvores nos topos de morro e proíba os loteamentos em dimensões super fracionadas, inadequadas para uma área protegida.
É fundamental que sejam preservadas as nascentes, protegidos os biomas de mata atlântica e limitada a abertura de estradas no interior da APAST para não fragmentar as áreas cobertas por vegetação.
Timóteo tem sofrido graves impactos com a conformação irregular de encostas na APAST que, em muitos casos assoreia as ruas e avenidas com terra e lama, além de comprometer a condição hidrológica dos córregos, causando alagamentos e erosões.”
Irene
07 de março, 2024 | 07:26E a população terminar a limpeza que começou em 2020 na câmara,tirando coronéis fazer.ndo a faxina geral e com isso protegendo o que é nosso, (áreas de nascentes e matas a ser preservadas).”
Luca
06 de março, 2024 | 09:36https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0113137-empresarios-garantem-alta-taxa-de-rentabilidade-em-novo-empreendimento-no-vale-do-aco
aos interessados ai. PUBLICA AI DIARIO DO AÇO”
Macal
06 de março, 2024 | 09:32Daki a uns dias tá loteado pros mesmo de sempre....
e uma galera levando o seu por fora!!!”
Edy
06 de março, 2024 | 09:30Na realidade essas manobras são para lotear e destruir o pouco que falta ai na nossa região.
fica um monte de EMERGENTES loucos pra chacrear e lotear tudo quanto é area, o poder publico aos poucos vao liberando e quando vai ver foi tdo até as Ball's.
Lero lero daki a pouco ta tudo loteado e cheio de condominios de pseudos ricos vendendo pros coitados a perder de vista!!!”
Rodrigo
05 de março, 2024 | 22:12Excelente!! Agora tá faltando a elaboração do plano Municipal da Mata Atlântica( PMMA).”
Ana Maria
05 de março, 2024 | 21:37Reygler está sendo 1 grande decepção ,achei q depois de eleito pensaria e agiria por conta própria, infelizmente continua agindo como cargo comissionado do executivo resumindo: é só mais 1 peão no tabuleiro político.”
Tônico
05 de março, 2024 | 18:39Agora é p MPMG e Justiça apurar quem são os vereadores que receberam ou receberiam lotes em troca de seus votos.”