29 de fevereiro, de 2024 | 21:42

Quarto suspeito da morte de irmãs em Ipatinga é assassinado em Valadares

Miguel Leonardo Fernandes de Almeida, de 18 anos, morador do bairro Esperança, em Ipatinga, foi assassinado a tiros no início da manhã de quarta-feira (28) em Governador Valadares. Miguel era foragido da Justiça e estava com mandado de prisão. Ele é um dos quatro suspeitos de envolvimento no homicídio das irmãs Elisangela Ribeiro da Cruz, de 50 anos, e Camila Keila Ribeiro da Cruz, de 34 anos, em um loteamento nas Chácaras Madalena, em Ipatinga, no último dia 6 de janeiro.

O Diário do Aço apurou com fontes da Polícia Militar que Miguel foi encontrado baleado na rua Margaridas, Jardim Primavera, em Governador Valadares. Policiais militares foram acionados por um morador que se deparou com a vítima caída ao solo, com ferimento na região do rosto, ensanguentado.

Foi providenciado socorro e o jovem foi colocado numa viatura do Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar) para ser levado ao Hospital Regional de GV, onde recebeu atendimento médico.

Moradores das proximidades informaram que escutaram, por volta das 6h40, duas pessoas conversando alto, aparentemente discutindo. Pouco tempo depois, ouviram um barulho de disparo de arma de fogo. Eles visualizaram um cidadão descendo o morro com a mão na boca, e caindo, posteriormente, embaixo da cerca que dá acesso aos fundos de uma propriedade.

Não resistiu

Um funcionário do hospital acionou a PM, cerca de uma depois de o jovem baleado dar entrada no HPS, com a informação que localizou entre os pertences do jovem, 16 pedras de crack. Até aquele momento, a vítima não havia sido identificada. Miguel teve a identidade descoberta no fim da noite do mesmo dia do crime. Além da droga, foram recolhidos um relógio de pulso, um chinelo e um boné, objetos que foram entregues à Polícia Civil. O jovem baleado não resistiu e morreu horas depois.

Denúncia anônima indicou o suspeito do atentado

Após diligências ininterruptas com o objetivo de capturar o autor do homicídio, a PM recebeu uma informação via Disque Denúncia Unificado (DDU) que indicou um suspeito de ser o responsável pelo crime. M.V.N.R., de 30 anos, foi localizado em sua casa no bairro Elvamar.

Ao ser questionado sobre o homicídio, o suspeito alegou aos policiais não saber de nada. No entanto, ao indagá-lo sobre eventuais desavenças, ele revelou que mantém uma rivalidade com o pessoal do bairro Ipê. Ele foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Governador Valadares para esclarecimento do crime.

Assassinatos das irmãs levaram a polícia a identificar quatro suspeitos

Miguel Leonardo era um dos quatro suspeitos que foram alvo da Operação Xeque-Mate realizada pelas polícias Civil e Militar no dia 5/2, em Ipatinga, com o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão.

Essa ação visava esclarecer o duplo assassinato das irmãs Elisangela Ribeiro e Camila Keila Ribeiro. O crime teve desdobramentos surpreendentes. Segundo as investigações, uma das vítimas, Camila, mantinha um relacionamento extraconjugal com um motorista de aplicativo. Quando ele decidiu terminar o relacionamento, Camila não aceitou bem a situação.

A reviravolta aconteceu quando a mulher contratou um grupo criminoso do bairro Esperança, para dar uma surra em seu ex-namorado (amante). No entanto, o serviço não foi realizado conforme o combinado, e ela exigiu o dinheiro de volta. Esse desentendimento culminou em um trágico desfecho: As irmãs Elisangela e Camila foram sequestradas pelo grupo criminoso e assassinadas após serem torturadas e ainda, pelo menos uma delas, pode ter sido estuprada. O carro em que Camila estava, com a irmã, um HB20, foi encontrado batido e abandonado no Esperança.

Durante a operação, três suspeitos foram presos mediante mandados de prisão temporária, todos moradores do Esperança. Um dos suspeitos presos, o M.A.R., de 18 anos, é morador da rua Vereador Samuel Gomes Lopes.

O segundo, L.V.C.C., de 22 anos, também é residente da mesma rua onde M.A.R. mora e, nesta rua, foi preso o terceiro alvo da operação, o M.A.N., de 18 anos que estava na casa da namorada. Ele, que é residente na rua Estrelícia, tentou fugir, mas foi cercado e preso.

Além das prisões, os policiais apreenderam aparelhos de telefones celulares usados pelos investigados. O crime, inicialmente tratado como duplo homicídio, foi reclassificado como latrocínio (roubo seguido de morte). As irmãs foram mortas para que os autores subtraíssem os bens que elas carregavam (celulares dinheiro e outros objetos).

Duplo homicídio e triplo homicídio no Bethânia foram casos distintos

Quanto à informação inicial que o duplo homicídio ocorrido naquela madrugada teria relação com o triplo homicídio registrado no bairro Bethânia, em Ipatinga, na noite anterior, o delegado que atua no caso, Marcelo Franco Marino, já destacou que essa situação não procede.

Conforme o delegado, tudo não passou de boataria em grupos de WhatsApp, pois essa versão foi investigada e descartada. Ficou esclarecido que o carro usado pelos assassinos na fuga era outro e as pessoas envolvidas, também, eram alheias ao caso do duplo homicídio das irmãs.

Já publicado:
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