28 de fevereiro, de 2024 | 08:00
Milei corta verba de províncias e abre crise política na Argentina
Fundo de Fortalecimento Fiscal de Buenos Aires é cancelado; antes, já tinha cortado recursos da província patagônica de Chubut
Com informações da Agência BrasilDivulgação /Governo
Milei tenta implantar mudanças radicais e compra briga com governadores das províncias argentinas
Milei tenta implantar mudanças radicais e compra briga com governadores das províncias argentinasO presidente argentino, Javier Milei (foto), publicou essa semana mais um decreto cortando recursos para províncias argentinas. Dessa vez, ele cancelou o Fundo de Fortalecimento Fiscal da província de Buenos Aires, causando a ira do governador Axel Kicillof, que prometeu recorrer da decisão.
Em entrevista coletiva, Kicillof disse que o presidente está extorquindo e ameaçando as províncias argentinas. O ajuste não foi nem contra a casta, nem contra um setor exclusivo, nem contra a política. O ajuste, e hoje está claro, foi contra o povo da província e de todo o país”, afirmou o governador, alertando que o corte prejudica, entre outras despesas, o pagamento dos salários de professores e o financiamento da alimentação dos alunos.
Governador amaeça cortar fornecimento de combustíveis
Na semana anterior, Milei suspendeu recursos da província da região patagônica Chubut. Em resposta, o governador Ignacio Torres recorreu à Justiça e prometeu suspender o fornecimento de petróleo e gás para o resto do país. Outros quatro governadores da Patagônia argentina, responsáveis pela produção de cerca de 90% do petróleo e gás do país, se manifestaram em solidariedade à província de Chubut.
Nessa terça-feira (27), a primeira instância da justiça federal mandou o governo nacional devolver o acesso aos recursos de Chubut, mas o governo MIlei informou que irá recorrer da decisão.
Em entrevista ao jornal La Nación, Torres afirmou que o objetivo do governo nacional é matar uma província para exemplificar e disciplinar o resto” e acrescentou que Milei corta qualquer ponte de diálogo com qualquer governador, deputado ou qualquer pessoa que ouse dizer que não está de acordo com algo”.
Em um perfil na internet, o presidente Javier Milei comentou a crise política justificando que a casta política está chafurdando na miséria e apelando a todo tipo de mentiras para defender seus privilégios e assim carregar os custos de seus delírios sobre os bons argentinos”.
Ao justificar o cancelamento do fundo de Buenos Aires, o governo argentino disse que a medida é necessária para efetuar o ajuste fiscal de até 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nas contas do Estado.
Crise política ameaça a paz no pais vizinho
O cientista político Leandro Gabiati avaliou que Milei decidiu cortar recursos das províncias depois de ver derrotado o seu projeto de lei de ajuste fiscal no Congresso Nacional, a chamada lei ônibus”. Para o especialista, essas decisões refletem um método de governar baseado no confronto.
Ele tentou impor o projeto de lei ao Congresso e não quis negociar, e assim o projeto acabou derrotado. O decreto que ele editou em dezembro tem chance de cair ou de não avançar quando começarem as sessões agora no mês de março no Senado e na Câmara”, destacou.
Gabiati acrescentou que essa dinâmica está sendo implementada também com relação aos governadores. Logicamente, isso aí é uma postura de risco, porque pode gerar impasses que, se não forem resolvidos, podem decorrer em crises políticas ou até sociais”, completou.
Os argentinos, assim como chilenos e outros vizinhos latinoamericanos costumam reagir de forma violenta às imposições governamentais. O entendimento é que, se o presidente argentino permanecer com o atual modelo, a situação pode resultar em convulsão social, como ocorreu no Chile, em 2019.
O cientista político argentino, Leandro Gabiati, que é naturalizado brasileiro, lembrou ainda que, comparado com o Brasil, as províncias argentinas têm maior dependência financeira em relação ao governo central.
No Brasil, você tem estados com uma certa autonomia econômica - como São Paulo, Paraná, do Sul, do Sudeste, até do Centro-Oeste e do Nordeste também. Logicamente que os repasses e a divisão de recursos são importantes, mas elas têm uma vida econômica própria. Isso acontece em menor medida na Argentina. Então, esses repasses de recursos são o centro do conflito que é histórico na Argentina”, finalizou.
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Bolsonaro Mito
28 de fevereiro, 2024 | 16:17Tem que cortar os privelégios e colocar o país pra frente. O brasil logo logo estará igual a Venezuela.”
Pablo
28 de fevereiro, 2024 | 12:21Como crise política se a recessão recuou em nível recorde só nesse começo do governo dele?”
Solo Miro
28 de fevereiro, 2024 | 11:22Os hermanos agora vão provar o veneno da extrema direita e os efeitos colaterais de se eleger um retardado como o Boizonaro.”