25 de fevereiro, de 2024 | 06:00
Foi o Sousa
Fernando Rocha
Por um bom tempo a torcida cruzeirense vai se lembrar do fatídico 21 de fevereiro de 2024, quando seu time de coração e maior ganhador da Copa do Brasil com seis títulos, foi eliminado da competição pelo modesto Sousa, da Paraíba.Nem mesmo se o time comandado pelo criticado e questionado treinador Nicolás Lacarmón conseguir uma sequência de vitórias, a começar por hoje, no Parque do Sabiá, contra o fraco Pouso Alegre, conquistando o título estadual, a raiva do torcedor celeste vai passar.
Não tem justificativa para o vexame: gramado alto, ruim, prejudicado mais ainda pela chuva, viagem longa e cansativa, início de temporada, nada disso diminui o tamanho do vexame dessa eliminação na primeira fase da segunda mais importante e a mais rentável competição do futebol nacional.
Subiu no telhado
A coluna foi escrita antes do clássico de ontem, no Independência, entre o América, time com a melhor campanha até então no campeonato estadual, o Galo do pressionado Felipão, que faz uma campanha abaixo do esperado.
Além do mau desempenho, as grosserias do técnico contra a imprensa e, por último, contra um torcedor que simplesmente cobrava a titularidade do jovem Alisson colocaram em xeque a sua permanência para o restante da temporada.
Felipão anunciou recentemente que decidiu com a família se aposentar no fim desta temporada, mas pode antecipar o fim de sua longeva e vitoriosa carreira, desligando-se de comum acordo com a diretoria do Galo.
De certo mesmo, a esta altura, depois de toda a repercussão negativa nas redes sociais dos alvinegros, é que o gato do treinador literalmente subiu no telhado, não sendo nenhuma surpresa para este cronista se, em caso de ter havido um resultado negativo ontem diante do Coelho, a sua saída se confirmar.
FIM DE PAPO
A folha salarial do Cruzeiro é 40 vezes maior que a do Sousa, da Paraíba. Só o salário do craque celeste Mateus Pereira, algo em torno de R$ 1 milhão mensais, seria cinco vezes superior à folha salarial do time paraibano, que gira pela casa dos R$ 200 mil. Danilo Bala, 30 anos, que entrou no jogo quase no fim do 2º tempo e foi autor dos dois gols que classificaram o Sousa, ganha R$ 15 mil por mês, salário normalmente pago pelo Cruzeiro a jogadores do sub-20.
A 10ª Promotoria de Justiça da comarca de Ipatinga recomendou e a Federação Mineira de Futebol, como sempre faz, lavou as mãos e determinou torcida única, a do mandante, no clássico regional disputado ontem entre Ipatinga x Democrata/GV, no Ipatingão. A justificativa do MP é que existe um histórico de conflitos e grande rivalidade entre torcidas organizadas dos dois clubes, inclusive com a marcação de brigas já sendo feitas pela internet.
No início deste mês, o clássico entre Atlético x Cruzeiro na Arena MRV, também, foi disputado com torcida única, o que em nada adiantou, pois as brigas acontecem em grande maioria fora dos estádios, como ocorreu esta semana contra a delegação do Fortaleza, atingida por marginais que se dizem torcedores do Sport Recife. Lamentável é que aqui, nos nossos grotões, onde a violência e os problemas de segurança dos grandes centros ainda não são sentidos, nossas autoridades tenham arregado para marginais pés de chinelos, se omitindo ao invés de usar toda a força disponível para identifica-los, prendê-los no rigor da lei, dando um exemplo para o resto do país.
Onde o estado não se faz presente, não cumpre o seu papel, a bandidagem toma conta. É só ver o que acontece no Rio de Janeiro, onde o tráfico e a milícia dominam mais de 70 por cento do território. O MP, por incompetência, preguiça, seja lá o que for, prestou um desserviço à nossa sociedade, em prejuízo ao cidadão-torcedor de bem que só deseja ir ao estádio torcer pelo seu clube do coração. Fugir da raia não foi nada inteligente, pois o mais correto seria implementar uma ação coordenada com as polícias, sobretudo a Militar, para desarticular essas quadrilhas de marginais que se dizem torcedores de futebol.
Esta iniciativa do MP, referendada pela FMF, me lembra aquele sujeito que estava sendo traído pela mulher no sofá. Para resolver o problema, resolveu vender o sofá. O grande dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, escreveu que os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.(Fecha o pano!)
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