11 de fevereiro, de 2024 | 08:30

Saiba como são realizados os testes de dengue em Minas Gerais

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço

O estado de Minas Gerais, assim como uma parte do Brasil, tem registrado números elevados de arboviroses, sobretudo de dengue e chikungunya. No Vale do Aço, este cenário não é diferente. Diante deste contexto, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) desempenha um importante papel em todo o estado, garantindo a vigilância laboratorial e dos vetores dessas arboviroses.

As arboviroses urbanas são sazonais e apresentam um período de alta ocorrência de casos. Esses momentos são bem demarcados e ocorrem principalmente durante o verão, entre os meses de dezembro e maio. A atenção às doenças e os cuidados, no entanto, devem ser tomados durante todo o ano, já que as arboviroses, de maneira geral, são cíclicas e podem desencadear situações de emergência.

Os municípios ou as regionais de saúde encaminham as amostras para a Funed, onde é realizado os testes
Jota Santos/FunedJota Santos/Funed


Análise de casos
A fundação promove o monitoramento viral para dengue, zika e chikungunya em todas as amostras. Assim, ainda que a suspeita inicial de um caso seja apenas dengue, a Funed verifica se há ocorrência das outras duas doenças. “Isso favorece uma vigilância ativa das arboviroses no estado, considerando que os três agravos apresentam sintomas muito semelhantes”, explica a referência técnica do Laboratório de Arbovírus da Funed, Maira Pereira.

O chefe do Serviço de Virologia e Riquestioses da Funed, Felipe Iani, detalha ao Diário do Aço como é realizado os exames: “Os municípios ou os regionais encaminham essas amostras para a Funed, juntamente com a ficha de notificação. Chegando aqui, o setor de recebimento vai conferir esses dados e lançar no sistema de liberação de laudos. Essa amostra então vai para o laboratório onde elas são divididas em dois grupos”, detalha.

“As amostras que têm até o quinto dia de início de sintomas vão ser processadas por biologia molecular, que é o exame semelhante àquele que foi feito durante a covid-19 e é feito até hoje, que é a busca pelo RNA ou DNA, o material genético do vírus. Outro tipo de exame é a sorologia, que é depois do quinto dia, que é para saber se aquele paciente teve contato com o vírus. Na biologia molecular, o primeiro passo é a gente purificar esse material genético, e depois a gente amplifica ele bilhões de vezes para ser possível detectar por um equipamento”, explica.

Já no exame de sorologia, o mecanismo funciona de uma forma diferente. “E na sorologia a gente tenta identificar anticorpos, ou seja, o mecanismo que o corpo tem de combater os vírus ou os demais patógenos. Então a gente consegue, com aquela amostra, saber se aquela pessoa já teve contato com determinado vírus. A vantagem da biologia molecular é que a gente consegue ter uma resposta num tempo mais curto, porque já pode coletar no início dos sintomas, e também consegue sorotipar, ou seja, a consegue identificar qual dos sorotipos que está infectando aquela pessoa, um, dois, três ou quatro, porque o material genético dele é diferente”, afirma.

Desta forma, as ações de vigilância laboratorial e genômica da fundação ajudam a prever, por exemplo, como será uma próxima epidemia, caso haja um sorotipo de dengue que não estava circulando no estado há algum tempo. Para essa análise, a Funed e a Vigilância Epidemiológica de Minas Gerais selecionam algumas amostras a partir de critérios técnicos. Além dessas ações, a instituição participa do Comitê Estadual de Enfrentamento às Arboviroses, em que são discutidos e deliberados os assuntos referentes a essas doenças em todos os eixos: Vigilância Epidemiológica, Vigilância Laboratorial, Assistência e Controle Vetorial, favorecendo a integração entre as áreas.

Tempo do resultado do exame
Conforme o Ggverno de Minas, o prazo para o resultado do exame ser liberado, sobretudo em casos de investigação de óbito, é de no máximo 60 dias.

“Demora aproximadamente um a dois dias para ser realizado. Porém, todo esse processo de cadastro, conferência, lançamento no sistema e como são milhares de amostras por dia, isso acumula um pouco, então a gente tem um prazo de liberação um pouco maior”, finaliza Felipe Iani.
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