21 de janeiro, de 2024 | 07:50

Especialista defende investimentos em economia criativa no Vale do Aço

Matheus Valadares
Setor cultural movimenta dinheiro e oferece vagas de empregoSetor cultural movimenta dinheiro e oferece vagas de emprego
Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
O nome da região do Vale do Aço carrega consigo o principal fator econômico da localidade. As casas, ruas, e demais estruturas das cidades, por vezes, se confundem com as enormes plantas siderúrgicas.

Por sua vez, as grandes empresas representam também a geração de empregos na região. Se elas vão bem, por via de regra, o vale também vai, mas se atingem resultados negativos, os “cidadãos de aço” ficam preocupados.

No ano passado, o setor industrial passou por momentos difíceis, dispensando mais empregados do que contratando, como aponta o geógrafo William Passos, coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço.

“De janeiro a novembro de 2023, a região gerou um saldo positivo de apenas 893 vagas. O setor de serviços segurou o emprego, porque a indústria no Vale do Aço, considerando os quatro municípios da região metropolitana, registrou saldo negativo. A indústria admitiu 13.208, mas desligou 14.416, então mais de 1.200 trabalhadores foram demitidos ao longo do ano de 2023 pela indústria da região”, afirma.

Uma forma de superar uma “certa dependência das siderúrgicas” é apostar em economia criativa. Para o especialista, é necessária a união dos gestores públicos municipais, da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço, Fiemg e outras entidades regionais, para estimular o incremento do turismo, adensar mais o setor de serviços, lazer, entretenimento e diversificar a oferta de serviços e atividades culturais para a população, estimulando um formato de economia que também é uma fonte de geração de oportunidades e de dinamização da economia interna.

“Esse é um potencial subexplorado. É uma região que, quando pensa em desenvolvimento, pensa muito em atrair a indústria, mas a indústria não é a única saída de geração de oportunidades de trabalho com carteira assinada. A gente tem o setor de serviços, que é bastante intensivo em geração de vagas; o setor de educação é muito intensivo em mão de obra, gera muitas oportunidades; a cultura também gera muitas oportunidades e dependendo da forma como estiver organizada, consegue se conectar com o setor de turismo. Se desenvolve a oferta cultural, você também atrai turista porque as pessoas visitam a região também para poder consumir cultura, então você consegue solucionar problemas do ponto de vista do emprego de duas formas, você dinamiza o setor cultural e também dinamiza outros setores que acabam sendo arrastados por causa desse setor cultural”, explica.

Cultura em Minas Gerais
Conforme divulgado pela Agência Minas, em 2023, a cultura foi motriz de geração de emprego, renda e desenvolvimento da economia criativa.

O setor é responsável por 360.357 empregos no estado, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (PDET – Programa de Disseminação das Estatísticas do Trabalho).

De dezembro de 2022 a setembro do ano passado, a economia da criatividade, impulsionada pela cultura e pelo turismo, áreas transversais, complementares e indissociáveis, gerou aproximadamente 50 mil empregos, número que corresponde a 26% de todos os 187.866 postos de trabalho criados em Minas Gerais até novembro, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), colocando a cultura e o turismo como dois dos principais geradores empregos no estado.

“A economia da criatividade é responsável por mais de 691 mil empregos em toda Minas Gerais. A meta dos programas Mais Turistas e Minas Criativa é criar 100 mil empregos até o final de 2024, e estamos no caminho certo”, ressalta secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira. Em 2023, somente a atividade turística, essencialmente cultural, movimentou cerca de R$ 34 bilhões em Minas.

R$ 5,1 bilhões na economia criativa
No ano passado, o governo de Minas Gerais caminhou de forma ainda mais efetiva rumo a evitar a concentração dos recursos, com o objetivo de democratizar o acesso aos instrumentos de fomento à cultura e fazer com que os recursos cheguem nas mãos dos trabalhadores das mais diversas regiões do estado.

De acordo com estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cada R$ 1 investido em arte e cultura gera R$ 13 em retorno econômico. Assim, em 2023, contando apenas as leis, instrumentos e ações de fomento à cultura, cerca de R$ 5,1 bilhões foram movimentados na economia criativa do estado.
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Comentários

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Illuminati .:.

21 de janeiro, 2024 | 12:49

“A cultura de Minas virou piada sem graça. Soltaram os editais da Lei Paulo Gustavo que favorecem só certos grupos, poucos aprovaram vários projetos e muitos não conseguiram aprovar nada. A maioria teve que pagar especialistas pra elaborar projetos pra conseguir ser aprovado. Absurdo! Deviam cancelar a LPG e começar do zero, pra não se repetir tudo na Lei Aldir Blanc 2. Parece que só a cultura negra, lgbt+, indigena é que é arte, que merece apoio...se inverte a discriminação mas nunca se busca um equilíbrio onde todos sejam tratados de forma igual, independente de cor, religião, preferência sexual...com a grana do governo criam uma cultura sem valor pra sociedade, inútil e que nem público consegue mesmo sendo gratuita, e os artistas em geral se tornam ainda mais marginalizados e incluídos sem querer nessa panelinha de fazedores de arte inútil e mamadores nas tetas do governo e grandes empresas...aqui na região exemplo não falta disso.”

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