
15 de janeiro, de 2024 | 16:00
Clássico do Cinema Novo abre temporada 2024 no Los Películas
O Los Películas Cineclube abre suas atividades de 2024 homenageando Glauber Rocha, um dos maiores nomes do cinema brasileiro, exibindo Deus e o Diabo na terra do sol”, drama lançado em 1964, que apresenta uma narrativa hipnótica e envolvente e, 60 anos depois, ainda é tristemente tão pertinente ao Brasil atual quanto o era em sua época de realização.Com entrada franca e curadoria de Marcio Castro, David Romeros, Camila Mendonça, Andres Gonçales, Éderson Caldas, Beto Oliveira, Enyály Poletti, que também assina o designer gráfico, e Marilda Lyra, a exibição acontece nesta terça-feira (16), a partir das 19h30, na Tenda Árabe, localizada no Centro Comercial do bairro Cariru, em Ipatinga.
Glauber Rocha
Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, era o lema do núcleo formado pelos cineastas Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Carlos Diegues, Paulo Cesar Sarraceni, Leon Hirszman, Davi Neves, Luiz Carlos Barreto e Glauber Rocha que ficou conhecido como Cinema Novo. O movimento surgiu no início dos anos 60, após a falência dos grandes estúdios paulistas e o esvaziamento da chanchada com a ascensão da TV.
Vieram de Pernambuco e Bahia produções como Bahia de Todos os Santos”, de Trigueirinho Neto, Redenção”, de Roberto Pires, Barravento”, de Glauber Rocha, O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, entre vários outros. Mas o filme considerado marco histórico para o nascimento do Cinema Novo foi Rio 40 Graus”, de Nelson Pereira dos Santos, que mostrava o povo ao povo com ideias claras e linguagem simples”, detalha a produção do cineclube.
E o cineasta e escritor baiano Glauber Rocha é considerado um dos nomes mais importantes deste movimento.
Apaixonado pela sétima arte, ele abandonou o curso de Direito e foi trabalhar como crítico de cinema e documentarista. A fome da população, a opressão, a exploração econômica, a alienação e a busca por um messias salvador são características marcantes de seus filmes. Nossa maior miséria é que esta fome, sendo sentida, não é compreendida” é uma de suas frases mais célebres do cineasta, reforça o Los Películas.
A obra de Glauber Rocha obteve reconhecimento internacional em festivais cinema. E o cineasta foi premiado com Deus e o Diabo na Terra do Sol” no Festival de Cinema Livre de Porreta em 1964 ( Itália), Barravento” no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, Tchecolslováquia, também em 1964. Em 1967, Terra em Transe” foi premiado no Festival de Cannes; Glauber recebeu, também, o prêmio de melhor direção para O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” no Festival de Cannes.
Sinopse
Escolha oficial do governo brasileiro para representar o Brasil no Festival de Cannes em 1964, foi gravado na Bahia, nas cidades de Monte Santo, Feira de Santana, Salvador, Canché e Canudos. A obra conta a história do vaqueiro Manuel. Revoltado com a exploração de que é vítima por parte do coronel Morais, ele mata-o durante uma briga. Começa então a fuga de Manuel e de sua esposa Rosa, que são perseguidos por jagunços até se integrarem aos seguidores do beato Sebastião, no lugar sagrado de Monte Santo.
Ao mesmo tempo, o matador de aluguel Antônio das Mortes, a serviço dos latifundiários e da Igreja Católica, extermina os seguidores do beato, o que faz com que o casal tenha de continuar fugindo e se encontre com Corisco, cangaceiro remanescente do bando de Lampião.
SERVIÇO
Los Películas Cineclube - Deus e o Diabo na terra do sol”
Direção: Glauber Rocha; ano: 1964
Duração: 120 minutos
Elenco: Geraldo del Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle.
Classificação: 14 anos; entrada franca
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