18 de dezembro, de 2023 | 17:00
Hip hop entra no mapa de expressões culturais mineiras
Medida é o primeiro passo para viabilizar ações e políticas públicas
Um importante trabalho de mapeamento do hip-hop foi iniciado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Disponível no site do Iepha, o cadastro de Identificação das Expressões das Culturas Populares e Tradicionais possibilitará um primeiro passo para viabilizar diversas ações.Dentre elas, o reconhecimento da expressão como patrimônio cultural imaterial do estado, uma demanda reivindicada por artistas e produtores. A iniciativa é realizada no ano em que a cultura hip-hop celebra 50 anos de seu nascimento nas periferias de Nova York, nos Estados Unidos, e quatro décadas do início do movimento no Brasil.
O objetivo do cadastro é reunir dados que forneçam subsídios ao trabalho do Iepha. A partir desse levantamento será possível iniciar outras fases, com a própria elaboração de um dossiê, o que pode levar cerca de 18 meses para ser concluído.
A inserção do hip-hop nos cadastros de patrimônio cultural do Iepha atende a um pedido dos próprios artistas, coletivos e agentes culturais. Incorporado ao projeto Aineiridades, do governo estadual, o hip-hop entra na lista que já reúne outras manifestações populares catalogadas, caso das danças tradicionais, dos congados e reinados de Minas Gerais, das folias e das expressões culturais indígenas, da cerâmica do Vale do Jequitinhonha e dos lugares da cozinha mineira, entre outras.
Em BH e no interior
O Iepha já começou a receber respostas de diferentes artistas do estado. A DJ Joice Cristina, 35 anos, que é integrante do Coletivo Chama e atua em Belo Horizonte, é uma delas. O mapeamento do hip-hop em Minas nos coloca no mapa cultural do estado, nos dá lugar de fala e exalta a aineiridade”, comenta a DJ.
Artistas, grupos e produtores de cidades como Alfenas, Caratinga, Andradas e Córrego do Bom, também, já se cadastraram. Do Triângulo Mineiro, mais especificamente em Araguari, Gilvan Ribeiro da Silva, 34 anos, do grupo Humildade Prevalece, fundado em 2010, ressalta a força do hip-hop no interior: Ter esse reconhecimento do estado é fundamental para realizarmos projetos e sermos contemplados pelas políticas públicas”, argumenta.
Como fazer o cadastro
Para responder ao inventário do hip-hop é preciso acessar o site do Iepha (iepha.mg.gov.br), clicar na seção Aineiridades, depois em Cadastros do Patrimônio Cultural - Aineiridades. Feito isso, basta escolher a opção Cadastro de Identificação: Expressões das Culturas Populares e Tradicionais.
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