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10 de dezembro, de 2023 | 06:00

Boas mãos

Fernando Rocha

Terminou o Campeonato Brasileiro da Série A. Palmeiras foi campeão; Galo ficou no G-4; Santos foi o último rebaixado; Cruzeiro escapou da degola e está na Copa Sul-Americana/2024.

Este é o resumo da ópera de uma disputa onde o Palmeiras merece todas as honras e os parabéns, pois em uma parte da competição chegou a estar 15 pontos distante do então líder, Botafogo, mesmo assim reagiu e ganhou o seu 12º título nacional, contando todos os que foram validados via fax pela CBF.

Quanto ao jogo que lhe deu o título no Mineirão, o placar de 1 x 1 ficou de bom tamanho, pois o Cruzeiro jogou melhor e merecia até a vitória, pelas chances criadas e desperdiçadas por seus atacantes.

Para a China Azul foi tudo de bom, pois o time celeste não caiu e ainda conquistou o direito de voltar a disputar uma competição internacional - a Copa Sul-Americana -, algo que não acontecia desde o fatídico 2019, ano em que disputou a Libertadores e foi rebaixado.

Além do Cruzeiro (14º colocado), Athletico-PR (8º), Internacional (9º), Fortaleza(10º), Cuiabá (12º) e Corinthians (13º) vão, também, disputar a “SULA”, que terá no próximo ano alguns gigantes do continente, como Boca Juniors, Estudiantes e Racing da Argentina, conferindo-lhe uma importância ainda maior.

Filme repetido
O Galo terminou em terceiro lugar e se garantiu no G-4, que, além do campeão Palmeiras, também, teve o vice, Grêmio, e o quarto colocado, Flamengo.

Desde o início da temporada, a diretoria alvinegra estabeleceu como meta chegar no G-4, para conquistar vaga na fase de grupos da Libertadores, mas, por ironia do destino, a confirmação só saiu com a colaboração do Internacional, dirigido por seu ex-técnico, Eduardo Coudet, que derrotou o Botafogo por 3 x 1, além do São Paulo, de Dorival Junior, que venceu o Flamengo por 1 x 0.

O time do Galo repetiu na Fonte Nova uma das muitas atuações horríveis que se viu durante toda disputa, sobretudo, quando enfrentou times que lutavam contra o rebaixamento.

O Bahia dominou a partida do início ao fim e mereceu a vitória de goleada, por 4 x 1, placar exagerado se confrontado com o que o time de Felipão produziu nas partidas anteriores contra Grêmio, Flamengo e São Paulo.

O Atlético deixou escapar o vice-campeonato e vários milhões de reais da premiação, mas ainda levou uma boa grana, algo em torno de R$ 43 milhões, pelo terceiro lugar.

FIM DE PAPO

Os jogadores do Galo pareciam de férias, enquanto os do Bahia disputaram o jogo da vida com a faca nos dentes. Tomara que a goleada sofrida na Fonte Nova sirva de lição e abra os olhos de muita gente no clube e na imprensa alvinegra, que ligaram o modo oba-oba nesta reta final da disputa. Exemplo disso foi a mudança de tratamento dado a Felipão, que do dia para a noite passou de besta a bestial. Boa parte da nossa crônica, infelizmente, está acometida da “síndrome de Poliana”.

Que o sufoco das últimas rodadas tenha servido de lição para Ronaldo Fenômeno e sua turma, pois não há como normalizar um clube da grandeza do Cruzeiro, depois de tudo o que passou nos últimos três anos, flertar e frequentar a zona de rebaixamento. Tem de buscar parcerias para captar recursos e montar um time de fato competitivo e não como o deste ano, cheio de problemas, principalmente no setor ofensivo. Além disso, precisa fazer uma limpa e contratar novos gestores para o futebol, pois os que estão hoje no comando são muito ruins de serviço.

Apesar de o dono do Botafogo, o milionário americano Jonh Textor, terceirizar os próprios erros e não aceitar a perda do título, a conquista do Palmeiras foi muito merecida. Além de bons jogadores, possui um técnico que sabe montar e comandar o grupo, bom também para escalar e mudar quando é preciso com a bola rolando e de acordo com os adversários. No convívio com a imprensa o português Abel Ferreira é um “mala sem alça”, mas, inegavelmente, trata-se de um grande profissional vencedor, sem nenhuma contestação.

Muitos atleticanos, mas também flamenguistas e gremistas, se revoltaram com o técnico Fernando Diniz, por poupar a maioria dos titulares - sete ao todo - no jogo decisivo que deu, de fato, o título ao Palmeiras. Fosse eu no seu lugar faria a mesma coisa. Por que arriscar a integridade física dos principais jogadores num gramado sintético, faltando poucos dias para o Mundial de Clubes? Se, durante a disputa do Brasileiro, os três clubes citados não tiveram competência para pontuar e disputar de igual para igual o título com o Palmeiras, não seria ele, Diniz, o salvador da pátria. (Fecha o pano!)
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