07 de dezembro, de 2023 | 15:26
Aperam suspende projetos de investimentos no Brasil
Divulgação
Diretoria da Aperam considera importação de aço chinês grande ameaça à continuidade da produção nacional

A diretoria da Aperam South America anunciou, nesta quinta-feira (7), a suspensão da terceira fase de seu plano de investimentos previsto para 2024/2025, considerado extremamente alto pela empresa. O motivo, alegado pela siderúrgica, que também atua em Timóteo, é o momento de adversidade enfrentado pela indústria siderúrgica brasileira, com o excesso de aço importado no mercado e a queda nas vendas.
Conforme dados repassados pela assessoria de Comunicação da Aperam, essa nova etapa estava planejada como continuação dos investimentos iniciados em 2021 e que estão atualmente em execução. O projeto que será adiado inclui a instalação de um novo laminador a frio de bobinas de alta produtividade com um nível de automação nunca antes visto.
Com o investimento mantido, a empresa informa que o objetivo das operações brasileiras da Aperam é se consolidar como referência global na indústria siderúrgica 4.0, e está preparada para atender às demandas para produção de aços mais complexos, como a produção de veículos elétricos.
Reavaliação
Ainda conforme a nota enviada, durante a implementação do projeto, até 1.500 vagas temporárias seriam geradas. "Como uma empresa que sempre acreditou no Brasil e no crescimento da economia, nos deparamos com um cenário muito desafiador que nos leva a repensar nossos planos de expansão para os próximos anos. Devido a uma questão de sustentabilidade do negócio, vamos reavaliar esse projeto", afirma o diretor-presidente, Frederico Ayres Lima.
Aço Chinês
Ayres Lima acredita que a entrada massiva de aço chinês no mercado brasileiro em 2023 associada à redução da demanda devido à desaceleração econômica mundial está asfixiando o setor siderúrgico nacional. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil, somente em setembro deste ano as importações de aço da China cresceram 133,8% em relação ao mesmo mês de 2022, atingindo, assim, 549 mil toneladas.
A diretoria da Aperam afirma que no caso dos aços inoxidáveis e elétricos, que são o carro-chefe da empresa, as importações cresceram 18% no primeiro semestre do ano em relação ao 1º semestre do ano anterior. No entanto, o número excessivo de produtos chineses no mercado, a política predatória de preços e a demanda reduzida representaram uma queda de mais de US$ 800 por tonelada nos preços internacionais, comprometendo os projetos de longo prazo da empresa. O problema antigo, já que as importações de aço inoxidável nos últimos quatro anos cresceram 128%.
"Justificar novos investimentos na usina, mesmo com todo o diferencial da produção sustentável da Aperam, está se tornando cada vez mais desafiador. Os números não batem", disse o diretor-presidente. O executivo acrescenta que o aço chinês chega ao Brasil subsidiado pelo governo do país asiático e com a maior pegada de carbono do mundo, o que prejudica muito não só a competitividade da indústria siderúrgica nacional, bem como o processo de descarbonização do setor.
Insustentável
O diretor-presidente da Aperam South America classifica a situação como "muito séria e insustentável", portanto, é uma grande ameaça à continuidade da produção nacional. Ele lembra que países como Estados Unidos, México, membros da União Europeia e, possivelmente, o Chile agora adotaram medidas para combater o comércio desleal chinês que "claramente causa um desvio de volumes de material para países como o Brasil".
"Para lidar com tal situação, é imperativo que o Brasil adote a mesma medida que os países supracitados imediatamente. Ou seja, uma taxa de importação de 25%. Se isso não for feito imediatamente, a indústria siderúrgica não voltará a funcionar sustentavelmente, e medidas amargas que estão sendo tomadas, como a redução de produção, demissões, adiamento ou cancelamento de investimentos irão continuar," disse Ayres Lima.
Ele salienta que a Aperam é altamente favorável ao livre mercado internacional, mas a agressividade chinesa que, por sua vez, ignora as regras da Organização Mundial do Comércio, tem minado a possibilidade da participação em mercados ao redor do globo como resultado da adoção de medidas protetivas, como a Seção 232 dos EUA, que estabelece um freio no volume de produtos que o Brasil pode exportar.
Produção
A usina de Timóteo tem capacidade para produzir cerca de 900 mil toneladas por ano. No último ano, a Aperam registrou vendas de 8,156 milhões de euros e o envio de 2,31 milhões de toneladas de aço.
Investimentos para Timóteo serão mantidos
Em maio de 2022, o Aperam South America anunciou um investimento de R$ 588 milhões para a modernização da unidade fabril em Timóteo e nas operações da Aperam BioEnergia, no Vale do Jequitinhonha.
Os investimentos foram previstos para ocorrer ao longo de três anos e a maior parte deste aporte será destinada à atualização de todo o processo de Laminação de Tiras a Quente (LTQ), da usina em Timóteo, com a aquisição de uma nova caldeira e modernização de toda a parte elétrica e de automação envolvida no processo.
Na época, foi anunciada uma parada na fábrica de Timóteo, para ocorrer em janeiro de 2024, gerando cerca de mil empregos. Diante da suspensão dos investimentos, a assessoria de Comunicação da Aperam disse que as modernizações para a planta do Vale do Aço serão mantidas, estando algumas etapas já em andamento.
Veja no link: https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0107675-presidente-da-aperam-fala-sobre-investimentos-em-timoteo-e-metas-ambientais
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Hudson Dias
10 de dezembro, 2023 | 12:17Nunca vi tantas bobagens escritas em pouco posts como que a pessoa pode saber se o aço que fabricou a lixeira dele é proveniente da China, segundo está pessoa não sabe que as recargas foram falhas da empresa que fabricou a lixeira e que isto também poderia ter acontecido com o aço produzido pela Aperam. Quantas bobagens , foi o tempo que produtos chineses eram ruins. Trabalho em uma empresa de tecnologia e os melhores câmeras de vídeo monitoramento existente no mercado é fabricado por uma empresa chinesa”
Boia Fria da Fazenda de Café
08 de dezembro, 2023 | 11:40Então. O capitalista quer livre mercado para vender carne, soja, minério e se possível, mais produtos agregados para fora. Ah, mas o de fora vender aqui, a não...não pode. Chama o Estado malvadão para intervir ao seu favor.
Amigos do rei nunca perdem. Ah sim, campanhas salariais a todo vapor. Como na política, retirem privilégios da alta cúpula e quem sabe, o custo baixa ?”
Pasmado
08 de dezembro, 2023 | 09:48Só para se ter ideia da qualidade do aço inoxidável chinês: Há uns três anos comprei uma lixeira de cozinha, com pedal. O famoso barato que saiu caro. Primeiro, cortei a mão uma rebarda que havia na lateral e eu não a vi. Segundo, em menos de dois anos as laterais foram tomadas por ferrugem por todos os lados. Sobrou somente um balde que veio dentro dela.”
Timotense
08 de dezembro, 2023 | 09:44Aço da china no tem galantia no.”
Marley
08 de dezembro, 2023 | 08:34? igual a USIMINAS aqui em Ipatinga .
É só aprovar o acordo sindical que começa a produzir .
SEMPRE foi assim e sempre será.
Todo ano é a mesma ladainha. Aí ferra o coitado do pião e pronto .
Vida que segue né ZÉ.!”
Ubirajara Marinho
07 de dezembro, 2023 | 20:00Sou construtora minha formação como mestre de obras e tive a oportunidade de conhecer en trabalho o aço chinês que no meu entender não atende as especificações necessárias para a construção civil,e um aço que enferruja muito rápido mesmo estando bem acondicionado e muito fraco e o que acho,tem algo errado com este aço chinês?”
Pião Comum
07 de dezembro, 2023 | 18:56E simples assim : mais concorrência,menos venda ,menos aumento de salário ,
E na ponta o pião se lascando como sempre !!!
NORMAL.......”
Javé do Outro Lado do Mundo
07 de dezembro, 2023 | 17:48Todos sabem que a Aperan pertence ao grupo Arcelor Mital, e que produz apenas 10 por cento de todo o aço da mesma.
Competição com a China é ruim, 35 a 40 por cento do aço mais barato.do mundo. Rs.”
Silvério Rocha de Oliveira
07 de dezembro, 2023 | 16:29Todo ano e assim quando entra data base todos choram janeiro tudo normal”