03 de dezembro, de 2023 | 06:00

Não terminou

Fernando Rocha

O sufoco ainda não terminou, mas, olhando o lado meio cheio do copo, também não está o pior dos mundos para o Cruzeiro, que na última rodada contou com tropeços de seus principais adversários para manter-se fora da zona de rebaixamento.

Na última partida contra o Athletico-PR, contando com a ajuda do tribunal da CBF, que liberou a presença da China Azul no Mineirão, o time precisava fazer sua parte, mas só conseguiu cumprir metade da tarefa.

No fim das contas, o empate de 1 x 1 lhe valeu um ponto importante, que o deixa 4 pontos à frente do Bahia, o primeiro time da zona de rebaixamento.

O Cruzeiro pode até não cair, mesmo se perder os dois jogos que lhe restam contra Botafogo e Palmeiras, mas, para não depender de outros resultados e confirmar a sua permanência na elite em 2024, o clube precisa somar ao menos dois pontos nas partidas que faltam.

Na lembrança
O calendário do futebol brasileiro gerido pela obscura CBF é coisa de maluco, pior ainda quando chega na reta final, com jogos quase todos os dias para não ultrapassar a data-limite do início de férias dos jogadores.

O Galo jogou ontem contra o São Paulo, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, em busca da confirmação de vaga na fase de grupos da Libertadores, mas ainda estão vivas na memória da sua torcida as imagens da vitória épica de 3 x 0 sobre o rival Flamengo, na última quarta-feira, com o Maracanã lotado por mais de 60 mil rubro-negros.

O time comandado por Felipão, embalado pela dupla Hulk-Paulinho, já havia atropelado o Grêmio, impondo aos gaúchos uma derrota incontestável pelo mesmo placar de 3 x 0, na Arena MRV, porém, contra o Flamengo, apresentou um futebol ainda melhor.

Defesa, meio e ataque impecáveis. Felipão armou o time com linhas baixas, mas não abriu mão do contra-ataque, sem ficar encurralado pelo Flamengo, o que seria fatal.

Para se ter uma ideia do que foi o Galo, basta citar que teve 53% de posse de bola no primeiro tempo, sem erros de passe, para no 2º tempo matar o jogo em contra-ataques mortíferos.

A lamentar os pontos perdidos para times que estão lutando contra o rebaixamento, algo que se evitado deixaria o Galo numa condição excepcional para conquistar o título.

FIM DE PAPO

Ninguém fala abertamente, mas é bem possível que a chamada “mala branca” - ou incentivo financeiro para vencer e beneficiar outro clube - esteja presente nestas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro. Um dos alvos seria os jogadores do rebaixado América, que poderiam receber um bom reforço para a ceia de Natal, caso vençam hoje o Bahia, no Independência. Uma vitória do Coelho pode abreviar o rebaixamento do time baiano e beneficiar numa só tacada Cruzeiro, Santos e Vasco da Gama.

Nos bastidores, os comentários são fortes sobre uma “mala branca” que teria turbinado o rebaixado ABC de Natal-RN, que venceu o Vila Nova por 3 x 1 na última rodada da Série B, impedindo o time goiano de obter o acesso à Série A. Cada jogador do time potiguar teria recebido R$ 200 mil e a suspeita recai sobre os dirigentes do também goiano Atlético, que subiu novamente à 1ª Divisão.

Antes do jogo contra o Flamengo, muitos atleticanos demonstravam preocupação com a possibilidade do tribunal da CBF, por conta da forte influência política dos cariocas, antecipar o julgamento de Hulk para tirá-lo do jogo contra o rubro-negro. Em 1977, o mesmo tribunal agiu desta maneira e tirou o ex-craque Reinaldo da decisão contra o São Paulo, que acabou conquistando o título.

O julgamento de Hulk ficou para após o término do Campeonato Brasileiro. Segundo o jornal “O Globo”, isto só foi possível porque o “Palmeiras agiu nos bastidores para Hulk, do Atlético-MG, enfrentar o Flamengo”. Segundo o jornal, que já foi o de maior circulação no país, o clube paulista teria usado sua força nos “subterrâneos da CBF” para que Hulk só fosse julgado pelo STJD depois do campeonato. Como diz o ditado aqui dos nossos grotões: “Atirou na porca e acertou o leitão”. (Fecha o pano!)
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