24 de novembro, de 2023 | 12:10

HMC adquire equipamento para tratamento de câncer e apresenta Centro Integrado de Medicina Nuclear

Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço



Na manhã desta sexta-feira (24), o Hospital Márcio Cunha (HMC), por meio da mantenedora, Fundação São Francisco Xavier (FSFX), apresentou o novo Centro Integrado de Medicina Nuclear e o PET-CT (Positron Emission Tomography), equipamento de ponta que será utilizado para realização de exames de imagem, de alta complexidade, favorecendo a precisão e rastreio para tratamentos oncológicos a pacientes assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A solenidade de inauguração contou com a presença do diretor-presidente da FSFX, Flaviano Ventorim; do Diretor de Negócios do HMC, Eduardo Blanski; do médico especialista em medicina nuclear do HMC, Daniel Godoy; e de autoridades e figuras públicas regionais.

Para Blanski, o novo equipamento e a integração do novo Centro de Medicina Nuclear, junto à estrutura no tratamento oncológico que a FSFX tem, amplia ainda mais a assistência aos pacientes acometidos pelo câncer. “O PET, junto com o Centro de Medicina Nuclear, completa o que havia de necessário para a gente poder entregar a melhor assistência neste sentido de diagnóstico”.

Alexandre Pinto, diretor técnico do HMC, disse à imprensa que os profissionais passaram por um processo de capacitação para que a assistência ao paciente seja prestada “da melhor maneira possível”.

O equipamento PET-CT
Orçado em aproximadamente R$ 7 milhões, o equipamento une duas técnicas de imagem, a Tomografia Computadorizada e a Tomografia por Emissão de Pósitrons, permitindo uma visualização mais precisa do metabolismo celular. Essa capacidade avançada de detecção aumenta as chances de sucesso do tratamento do câncer e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida da população.

A aquisição do aparelho se deu por meio de emenda parlamentar, articulada em 2021 pelo deputado federal Hercílio Coelho Diniz (MDB), e recursos do Ministério da Saúde, viabilizados por intermédio do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD) e pelo então senador e atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, totalizando R$ 5 milhões.



A FSFX aplicou, ainda, R$ 2 milhões de recursos próprios para completar o valor necessário para aquisição do PET.
O equipamento é o 7º a ser implantado no interior do estado. Com a aquisição, o Márcio Cunha atenderá pacientes oncológicos de 135 municípios da macrorregião do Vale do Aço, Leste e Nordeste de Minas, sendo a principal referência após Belo Horizonte.

Durante a entrevista coletiva, Flaviano Ventorim explicou a importância da aquisição do aparelho. “O PET-CT é um equipamento dos mais modernos nos diagnósticos e tratamento de câncer, então ele nos coloca como um dos principais centros oncológicos de Minas Gerais”.

A capacidade para atendimento, em média, é de 20 pacientes por dia, no entanto, Ventorin afirmou que por questões de logísticas, o atendimento será de 10 pessoas ao dia, pela parte da tarde.

“A gente consegue atender até 10 pacientes encaminhados, porque precisa preparar no dia este medicamento, que é o radiofármaco, e ele vai chegar em Ipatinga por volta de meio-dia, e aí a gente consegue fazer todos os exames no período da tarde, mas na parte de medicina nuclear, a gente estende o atendimento que já é feito no centro de oncologia”, detalhou.

Sobre o exame
O PET-CT é um aparelho que realiza exame de diagnóstico por imagem de alta precisão, por meio da emissão de pósitrons, capaz de verificar de forma ampla, o estágio da neoplasia, ou seja, as condições em que se encontra a doença no organismo do paciente. O procedimento reúne medicina nuclear e radiologia, e permite analisar com profundidade a anatomia e o metabolismo do paciente diante do câncer, além da resposta terapêutica ao tratamento. Por meio da administração de um fármaco no organismo do paciente, que libera a radiação, o aparelho escaneia e capta informações importantes que auxiliam a equipe médica na tomada de decisão para o tratamento. O exame é classificado como seguro pelos especialistas, não apresentando efeitos adversos significativos para a saúde do paciente. O equipamento também é funcional para a realização de tomografias
habituais.

Na nova unidade de Medicina Nuclear, o exame será feito mediante agendamento prévio, visto que o fármaco utilizado provém de tempo para garantir a eficácia do medicamento que tem a meia-vida de 2 horas e precisa ser solicitado com um prazo de até 24 horas de antecedência ao procedimento, de forma programada.

O exame é indicado para pacientes que estão em tratamento de câncer, para aqueles que já trataram (acompanhamento) e para os que acabaram de receber o diagnóstico, como também, para casos de doenças neurológicas e cardíacas. Em pacientes oncológicos, a necessidade do procedimento é avaliada pelo especialista responsável pelo tratamento do paciente. Para atendimentos realizados pelo SUS, o procedimento é permitido para quatro casos de neoplasia, linfoma Hodgkin e não Hodgkin, câncer de pulmão de pequenas não-células e colorretal.

Centro Integrado de Medicina Nuclear



Com uma estrutura de 700m², o Centro Integrado de Medicina Nuclear tem o objetivo de centralizar e otimizar os atendimentos aos pacientes assistidos. Além do PET-CT, a unidade contará com um novo equipamento de ponta, a Gama Câmara, que irá ampliar a qualidade dos exames de cintilografia, oferecendo maior rapidez e resolução na aquisição das imagens. O espaço também abrigará um novo ambulatório de terapia com radioisótopos, que são substâncias que emitem radiação usadas tanto para o diagnóstico, quanto para o tratamento de alguns tipos de câncer, como de próstata e neuroendócrino.

O que é medicina nuclear
Conforme a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), a medicina nuclear trata-se de uma especialidade médica que, utilizando métodos seguros, praticamente indolores e não invasivos, emprega materiais radioativos com finalidade diagnóstica e terapêutica. Usa quantidades mínimas de substâncias radioativas (radiofármacos) como ferramenta para acessar o funcionamento dos órgãos e tecidos vivos, realizando imagens, diagnósticos e, também, tratamentos.

Daniel Godoy, médico especialista em medicina nuclear do HMC, explica que medicina nuclear é uma especialidade antiga na medicina, e que apesar do nome, o paciente não precisa temer nenhum tipo de radiação e explicou o funcionamento do PET-CT.

“A gente usa pequenas doses de radiação, que são injetadas no paciente e o equipamento [PET-CT] capta a radiação dos pacientes. O nosso aparelho é um detector de radiação, diferente por exemplo da tomografia, que é um emissor de radiação”, explicou.

Quanto às doses de radiofármaco, o especialista garante que são “doses baixas e altamente seguras”.