24 de novembro, de 2023 | 14:00

Opinião: Nós mesmos nos escravizamos

Gregório José Lourenço Simão *


Todos nós somos escravos de nós mesmos. Somos escravizados por nossos sonhos e ambições, transformamos nossa vida em caos quando desejamos algo que não podemos ter. Quando enchemos nosso estômago de baboseiras e depois ficamos meses numa academia tentando recuperar o que tínhamos e, mesmo assim, ainda seguimos nos empanturrando desenfreadamente. Somos escravos quando cobiçamos a mulher ou o homem de nosso colega de serviço ou de faculdade, escola, de rua. Essa cobiça sem sentido pelo simples fato de conquistar é uma escravidão sem fim.

Somos escravos de nosso egoísmo quando desejamos ganhar mais do que ganhamos, quando gastamos muito mais destruindo nossas finanças e, para repor, entramos no círculo vicioso dos cartões de crédito e, para continuar parecendo estarmos bem, consumimos coisas sem sentido para mostrar aos outros que podemos. Podemos o quê? Ter o nome restrito em órgãos reguladores como Serasa e SPC? A troco de quê?

Somos escravos quando teimamos em não estudar e, depois, perdemos chances em grandes empresas ou órgãos públicos porque fomos incapazes de focar nos estudos e aprender de fato.

Nos escravizamos quando deixamos que um programa de Inteligência Artificial escreva artigos, textos e teses como se fôssemos os autores, e olha que tem muito jornalista postando esses textos em redes como Instagram, LinkedIn e outros se vangloriando, mas é fácil distinguir ideias próprias de algumas inventadas sem sentido por programas como o GPT.

“Somos escravos de nosso egoísmo quando
desejamos ganhar mais do que ganhamos"


Pense, repense conceitos, mude atitudes. Viva dentro de suas possibilidades, não queira ser o que não é. Infelizmente, o mundo superficial e de faz de contas vale muito mais do que aquele onde íamos à biblioteca em busca de um livro e passávamos horas estudando e aprendendo. Hoje queremos facilidades para ter mais tempo. Mas, mais tempo para ficarmos olhando as vidas vazias e superficiais de pessoas que sequer conhecemos postando fotos manipuladas em programas e que não traduzem a verdadeira felicidade. O belo mostrado pode não nos pertencer, mas queremos aparecer.

Assim, ficamos cada vez mais escravos do modismo e perdemos o conteúdo, a essência, a vida verdadeira. Em troca de quê?

* Jornalista/Radialista/Filósofo, pós-graduado em Gestão Escolar, Ciências Políticas, Mediação e Conciliação e MBA em Gestão Pública.


Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Javé do Outro Lado do Mundo

24 de novembro, 2023 | 09:52

“Só o amor supera o tempo ( que é a solução de qualquer problema) e apaga tidas as preocupações. "O homem novo criado a imagem e semelhança de Deus" (Ef 4, 23). Depois vem Aristóteles falando o mesmo: "É a essência da vida criadora sempre manifestada pela natureza ". "Que exercita a vontade de agir e nunca se satisfaz".”

Envie seu Comentário