23 de novembro, de 2023 | 07:20

Projeto de lei propõe transformação do Cefet-MG em Universidade Federal

Arquivo pessoal
Timóteo possui um campus do Cefet desde 2007, que oferece cursos superiores de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia de Computação e de Engenharia MetalúrgicaTimóteo possui um campus do Cefet desde 2007, que oferece cursos superiores de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia de Computação e de Engenharia Metalúrgica
Silvia Miranda - Repórter Diário do Aço
Está em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 5102/2023, que transforma os Centros Federais de Educação Tecnológica de Minas Gerais e do Rio de Janeiro (Cefets) em Universidade Tecnológica Federal de Minas Gerais (UTFMG) e Universidade Tecnológica Federal do Rio de Janeiro (UTFRJ). A reivindicação é antiga e a mudança pode possibilitar melhor distribuição de recursos para o Cefet e garantir melhorias estruturais e no corpo docente, assim como ampliação e abertura de novos cursos.

O Cefet-MG é uma instituição de ensino centenária, criada pelo Decreto nº 7.566, assinado pelo presidente Nilo Peçanha, em 23 de setembro de 1909, e, em 1978, passou a oferecer o Ensino Superior. A instituição oferece educação pública e gratuita, básica e superior, por meio de cursos técnicos, graduação e pós-graduação, incluindo doutorado. A instituição possui dez campi em nove municípios do estado de Minas Gerais.

No Vale do Aço, o Cefet-MG possui um campus no município de Timóteo, desde 2007. Todas as unidades funcionam com os mesmos critérios e regimentos e por isso a mudança proposta inclui a unidade de Timóteo. Assim, o Vale do Aço poderia, enfim, ter a sua primeira Universidade Federal. Porém, mantendo a atual estrutura, com ensino verticalizado, com vários níveis de cursos nos vários campi do estado.

A proposta, apresentada pelo deputado federal Patrus Ananias (PT), no fim de outubro, vincula as duas instituições diretamente ao Ministério da Educação (MEC) – atualmente, são vinculadas à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) – e assegura a autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didática e disciplinar.

Avanços
Um dos avanços com a mudança, segundo a diretoria do Cefet-MG, é que haveria uma matriz orçamentária melhor para dar conta da ampla atuação institucional, ademais do retorno do banco de magistério superior, que foi retirado. Pois normalmente, o Cefet-MG fica fora da partilha de recursos orçamentários destinados a universidades em Minas, como, por exemplo, emendas parlamentares, ainda que cumpram os mesmos requisitos de atuação de outras universidades federais.

Em entrevista ao Diário do Aço, o vice-diretor geral do Cefet-MG, professor Conrado Rodrigues, explica que o debate para essa mudança foi iniciado há várias décadas, sendo um objetivo desde a sua criação. "A transformação em universidade dará condições melhores para promover formação de recursos humanos de alta qualidade. Vai ampliar o financiamento e também a perspectiva de contratação de professores, dando condições de criação de novos cursos. Então é uma luta da comunidade interna, que já dura algumas décadas e muito bem fundamentada; e a gente espera que desta vez tenhamos êxito para concluir esse processo de transição”.

Critérios
A diretoria da instituição em Minas afirma que o Cefet-MG cumpre todos os requisitos legais para se transformar em universidade: produção intelectual, titulação acadêmica dos professores, regime de tempo integral, infraestrutura de salas e laboratórios. Pela educação ofertada e características, os Cefets são semelhantes às universidades especializadas de outros países, como as de ciências aplicadas da Alemanha e da França, diz a diretoria.

Processo
Ainda conforme o vice-diretor, uma vez que o projeto seja aprovado, a mudança será automática e o Cefet passa a funcionar como uma universidade federal tecnológica. "É claro que tudo vai impactar nos regulamentos internos da instituição, sempre debatidos pelos conselhos. E vai impactar na forma como o Cefet funciona, sofrendo alguns ajustes, mas que será algo internamente, com decisões tomadas pelos conselhos gradativamente", explica Conrado Rodrigues.

Cursos
Atualmente, a instituição oferece cursos em áreas de tecnologia, porém, o professor Conrado esclarece que nada impede a abertura de cursos em outras áreas, dependendo apenas da demanda de cada comunidade e disponibilidade do corpo docente. Em Timóteo, o Cefet oferece atualmente cursos superiores de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia de Computação e de Engenharia Metalúrgica. O campus conta ainda com o curso de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais do Cefet-MG.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Mak Solutions Mak 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Gildázio Garcia Vitor

23 de novembro, 2023 | 12:41

“Excelente notícia! Para todo o estado, mas principalmente para o nosso Vale do Aço, que há um bom tempo vem sendo "utilizado" por políticos, de todas as ideologias, com promessas eleitoreiras, inclusive de uma Universidade Federal ou de um Polo, como, por exemplo, o da UFJF-GV.”

Envie seu Comentário