21 de novembro, de 2023 | 06:00

Tudo azul

Fernando Rocha

O fim de semana foi perfeito para a torcida cruzeirense, que viu no sábado o pão com manteiga cair, novamente, voltado para cima, ao se reabilitar e deixar a zona de rebaixamento, com a vitória de 1 x 0, fora de casa, sobre o Fortaleza, gol de Bruno Rodrigues.

Além disso, comemorou no domingo a conquista do título estadual no futebol feminino, ao vencer o rival Atlético, também por 1 x 0, em jogo disputado no Independência.

No Castelão, com mais de 30 mil torcedores incentivando o time da casa, o Cruzeiro, agora sob o comando do técnico Paulo Autuori, mostrou muitos erros, mas foi diferente na entrega dos jogadores, que competiram e se empenharam muito mais que o adversário, saindo, merecidamente, com a vitória.

O time celeste, apesar dos problemas recorrentes de incapacidade ofensiva, teve mais motivação e encarnou o espírito de competição pregado pelo técnico Paulo Autuori, que conseguiu mexer com os brios dos jogadores.

Fica agora a expectativa se vai continuar assim, pois nesta quarta-feira fará outro jogo decisivo, desta vez no Mineirão, contra um concorrente direto na luta contra o rebaixamento, o Vasco da Gama, sem a presença da sua torcida devido à punição imposta pela Justiça Desportiva.

Clássico quente
A grande atração, hoje, será a 6ª rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026, com destaque para Brasil x Argentina, no Maracanã, o maior clássico continental.

Enfrentaremos os “hermanos” pela primeira vez, desde que conquistaram o título mundial, no Qatar, com Messi em campo, talvez, pela última vez em nosso país.

O mais interessante, algo que apimenta ainda mais este jogo, é o fato das duas seleções virem de derrotas: nossa seleção perdeu de virada para a Colômbia e não vence há duas partidas seguidas nessas eliminatórias; os argentinos perderam para os uruguaios, em casa, embora sejam os líderes da competição.

O momento do futebol brasileiro, em se tratando de seleção, é dos piores da história. Não assustamos mais ninguém e perdemos quatro partidas em oito jogos, sendo que, pela primeira vez, em 60 anos, o Brasil poderá ter uma temporada com mais derrotas que vitórias.

São vários fatores para essa derrocada da seleção brasileira, a começar pela contusão de Neymar, ainda uma referência que faz falta ao time, mas, sobretudo, pela desorganização da CBF com essa indefinição sobre o treinador, além da geração limitada dos nossos jovens jogadores.

FIM DE PAPO

No Atlético já se fala, abertamente, no planejamento para a próxima temporada e tudo indica que a recém-implantada SAF irá manter o diretor de futebol Rodrigo Caetano, além do técnico Luiz Felipe Scolari. No caso de Felipão, há na torcida dois sentimentos antagônicos, pois uma parte não o quer, por entender que seu estilo preferido de jogo não se encaixa com o DNA ofensivo do Galo; outra parte defende a sua permanência, pelo “resultadismo”, desde que a diretoria contrate jogadores que possam se enquadrar e viabilizar o seu sistema de jogo mais cauteloso e defensivo.

Rodrigo Caetano é um dos melhores do país na função que exerce como diretor de futebol. No Atlético há três anos consecutivos, acertou mais do que errou. Seu grande mérito foi identificar e trazer, sem custo, o atacante Paulinho, que estava encostado no Bayer Leverkusen, da Alemanha. Paulinho e Hulk formam, hoje, a melhor dupla de ataque do futebol brasileiro. Paulinho, aos 23 anos de idade, tornou-se artilheiro isolado do Brasileirão, com 17 gols, sendo hoje um dos grandes ídolos da torcida alvinegra.

Sem os jogos do Campeonato Brasileiro/Série A masculino, foi uma boa sacada da Globo Minas transmitir, no horário nobre de domingo, a decisão do Campeonato Mineiro feminino, onde o Cruzeiro derrotou o Atlético por 1 x 0 e levantou a taça de campeão pela segunda vez. As “Cabulosas” mereceram o título, pois tiveram a melhor campanha da primeira fase, com 87% de aproveitamento. Ao todo, foram quatro vitórias e um empate. O melhor ataque, também, foi da equipe celeste que marcou 48 gols e sofreu apenas dois, ao longo de toda a fase classificatória. O grande destaque das “Cabulosas” é a atacante Byanca Brasil, artilheira do time e da competição, com 12 gols marcados, e autora do gol do título.

O ponto negativo da final feminina foi a arbitragem de Richard Michel Lara Arruda, que foi auxiliado por Juliana Nascimento da Silva e Suellen das Graças Gonçalves Silva e pela quarta árbitra Josiene Dinelle Pereira. Essa turma errou em quase todos os fundamentos de marcações, se tornando os grandes trapalhões da decisão. Conseguiram a proeza de dar dois cartões amarelos para uma jogadora do Galo e não expulsá-la de campo, além de marcar um pênalti inexistente contra o Cruzeiro, já nos acréscimos da partida, desperdiçado pelo Atlético, que poderia ter levado a decisão aos pênaltis e mudado a taça de mãos injustamente. Outra aberração foi a falta do VAR, algo que só cabe na cabeça dos dirigentes da obscura Federação Mineira de Futebol. (Fecha o pano!)
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