13 de novembro, de 2023 | 17:00

Público pode acompanhar trabalhos de restauração do Palácio da Liberdade

Em iniciativa inédita, o governo estadual promove o “Ateliê de Restauração Aberto do Palácio da Liberdade”. A ação, já em funcionamento, permite ao público ver de perto cada etapa do processo de restauro do equipamento que já funcionou como sede do Executivo Mineiro e, hoje, integra o Circuito Liberdade, centro de lazer e cultura da capital.

A Fundação Clóvis Salgado (FCS), vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), faz a gestão do espaço. Para visitar o ateliê aberto, basta acompanhar o horário de programação das visitas ao Palácio da Liberdade. Ou seja, não é necessário agendar.
Olavo Maneira/Divulgação
Ateliê aberto: visitantes podem conhecer detalhes arquitetônicos do prédio históricoAteliê aberto: visitantes podem conhecer detalhes arquitetônicos do prédio histórico


A ideia é atrair pessoas para conhecer de perto o trabalho de restauração, compreender as características e a história do prédio, que se mantém de portas abertas há mais de um século. Até o mês de julho passado, o Palácio da Liberdade recebeu mais de 130 mil visitantes, número cerca de seis vezes maior que o público total registrado em 2022.

Conservação
A diretora de Conservação e Restauração do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), a arquiteta e urbanista Luciane Resende, ressalta que o projeto tem a caráter educativo e contribui para a formação do público e de técnicos, além de fortalecer a necessidade de se conservar os patrimônios culturais.

“Os visitantes podem presenciar todas as etapas do restauro, desde a preparação das superfícies até a finalização. O objetivo é conscientizar a população para a proteção e a importância do nosso patrimônio, das complexidades que envolvem manter nossos bens, para o conhecimento e usufruto das futuras gerações”, completa.

Parceria
A restauração do Palácio da Liberdade é fruto da parceria entre Governo de Minas e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Plataforma Semente. A dinâmica contempla projetos que atuam na defesa e na preservação do meio ambiente natural, cultural e urbanístico, direcionando recursos de medidas compensatórias ambientais.

Edifício construído em 1897 guarda histórias Edifício construído em 1897 guarda histórias
Para as intervenções no Palácio da Liberdade, localizado na Praça da Liberdade, foram disponibilizados cerca de R$ 10 milhões. O coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais (Caoma), Carlos Eduardo Ferreira Pinto, ressalta a relação próxima entre patrimônio e meio ambiente. “O patrimônio cultural faz parte do nosso meio ambiente. E a restauração de um palácio que representa tanto a cultura mineira, que guarda a história do estado, é um retorno que damos à comunidade”, reforça.

As obras são realizadas pelo Instituto Biapó, com coordenação e acompanhamento técnico do Iepha-MG. A instituição, semanalmente, se reúne com a Diretoria de Patrimônio Cultural da Prefeitura de Belo Horizonte e a equipe técnica à frente da execução do restauro para definir as etapas de trabalho.

Testes
Também são realizados testes para determinar qual será o procedimento e os materiais adotados. Os resultados são fotografados, relatados e colocados em ata. A arquiteta Myrella Gonçalves Dias Lage detalha como funciona esse método.

“Nossas diretrizes se baseiam frequentemente no corpo de prova, que é um teste para determinar qual a melhor técnica a ser adotada. A partir disso, observamos como o material se comporta com chuva, calor, vento. Vemos qual trincou, qual foi o mais resistente, e escolhemos o melhor material para cada área”, explica Myrella. Técnicas e materiais também são decididos a partir do que ditam as cartas de restauro, normatizações sobre cada tipo de bem tombado, e o documento de tombamento do próprio bem. O Palácio da Liberdade, construído em 1897, foi tombado pelo Estado a partir do Decreto 16.956, de 1975.

Proximidade
Durante o Ateliê de Restauração Aberto do Palácio da Liberdade, o público pode se aproximar e fazer perguntas aos profissionais. A iniciativa tem sido elogiada por visitantes, como o professor Osvaldo Petreti, que visitou a oficina no dia 1/11. “Acho fantástico poder ver o processo de restauração do Palácio da Liberdade. Como visitante e apreciador da arte, posso ver que tudo está sendo feito com respeito e aplicado de maneira correta”, frisa Petreti.
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