29 de outubro, de 2023 | 06:00

Cartas na mesa

Fernando Rocha

Faltam nove rodadas para o Campeonato Brasileiro terminar, as cartas estão na mesa e já dá para saber quem vai brigar pelo título, pelas vagas nas competições continentais ou contra o rebaixamento.

Aqui, dos nossos grotões, o Atlético, apesar de oscilar muito, busca vaga na fase de grupos ou na pré-Libertadores; o Cruzeiro ganhou um alívio depois de duas vitórias consecutivas e está prestes a escapar da degola; o América, por conta de uma infinidade de erros da sua diretoria, está encaminhado para sofrer novo rebaixamento à Série B.

Com 27 pontos em disputa, o Cruzeiro precisa de oito, talvez sete, para se livrar completamente da ameaça de rebaixamento, que vinha tirando o sono da sua traumatizada torcida.

A caminhada celeste inclui cinco jogos fora de casa: contra Fortaleza, São Paulo, Coritiba, Goiás e Botafogo. No Mineirão serão mais quatro jogos: contra Internacional, Vasco, Athletico/PR e Palmeiras.

Acho que o técnico Zé Ricardo vai continuar no comando do time, pelo menos até o Mineiro, pois tem contrato até o fim de 2024.

Tem tirado leite de pedra, utilizado jogadores da base e mesclado com um elenco que, além de diminuto e fraco, não foi montado por ele, e mesmo assim está conseguindo dar conta do recado.

Futuro incerto
O Atlético é um grande mistério em relação ao futuro, que vai passar pela conquista ou não de uma vaga na próxima Copa Libertadores.

Com a transformação em SAF, pode haver uma troca no comando do futebol e a permanência do técnico Felipão não tem unanimidade internamente, sobretudo, por conta da sua preferência por um esquema de jogo reativo, que privilegia a marcação, algo que incomoda os dirigentes e, principalmente, a sua exigente torcida acostumada a times ofensivos nas últimas temporadas.

Se o time atual conquistar uma vaga na fase de grupos da Libertadores, pode ser que Felipão permaneça para 2024, mas terá de conviver com um orçamento abaixo do atual, promover uma renovação no atual elenco, hoje recheado de veteranos e outros muito fracos para vestir a camisa alvinegra.

A SAF do Galo está prestes a ser implantada oficialmente e precisa dar uma resposta eficiente em relação ao time, ao contrário do que se vê hoje, pois, mesmo gastando uma fortuna com salários, só ganhou dois títulos estaduais nos últimos anos, sendo eliminado de maneira precoce nas principais competições que disputou, como a Copa do Brasil e a Libertadores.

FIM DE PAPO

Virtualmente rebaixado à Série B, o América já deve estar pensando no planejamento para a próxima temporada, quando terá um orçamento bem mais enxuto que o atual. Vai ter que se desfazer de quase a metade do elenco que reúne veteranos e outros jogadores com prazos de validade vencidos. O técnico argentino, Fabián Bustos, também não deve ficar, pois, além de caro, não apresentou nada de diferente dos demais que o antecederam no comando do Coelho nesta temporada.

As vitórias sobre o Atlético e Bahia mudaram completamente o ambiente no Cruzeiro, dando tranquilidade aos jogadores e ao técnico Zé Ricardo para a sequência no Brasileiro. Interessante é que, fora de campo, o clima esquentou devido à disputa acirrada pela presidência dos 10% que sobraram do antigo clube. Três grupos brigaram pela presidência da associação.

Três chapas concorreram, uma apoiada pelo atual presidente, Sérgio Santos Rodrigues, e duas de oposição, sendo uma ligada ao Conselho Gestor, que assumiu o comando após a renúncia de Wagner Pires, e a outra apoiada por Zezé e Alvimar Perrella. Na véspera da eleição, ocorrida na última quinta-feira, o dono da SAF, Ronaldo Fenômeno, declarou apoio à chapa vencedora, liderada pelo médico pediatra Lidson Faria Potsch Magalhães, eleito presidente para o triênio 2024/2026, com 234 votos contra 178 dados a Ronaldo Granata, que foi vice-presidente de Wagner Pires de Sá.

Dr. Lidson é um nome bastante conhecido na velha política do Cruzeiro, onde atua nos bastidores como conselheiro nato há mais de 30 anos. Foi importante para a venda e a transformação do clube em SAF e, por isso, teve o apoio de Ronaldo Fenômeno. Pelo modelo de SAF adotado na Raposa, o presidente Lidson será uma espécie de “rei da Inglaterra”, ou seja, tem glamour, status, mordomias, recebe convites para representar o clube em festas, viagens, dá entrevistas, mas sobre opinar e influenciar no departamento de futebol é um zero à esquerda. (Fecha o pano!)
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