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24 de outubro, de 2023 | 17:35

Opinião: Dia nacional do livro

Luiz Carlos Amorim (*)

Dia 29 de outubro é o Dia Nacional do Livro no Brasil. Mas não há muito o que comemorar. Uma Lei do Livro já existia, no Brasil, desde 2003. Tinha o número 10.753 e o objetivo era instituir a Política Nacional do Livro e da leitura no país, sendo que uma de suas diretrizes mais importantes era, segundo o Art. 1º Inciso I, “assegurar ao cidadão o pleno exercício do direito de acesso e uso do livro”, assim como também “fomentar e apoiar a produção, a edição, a difusão, a distribuição e a comercialização do livro; estimular a produção intelectual dos escritores e autores brasileiros tanto de obras científicas como culturais; promover e incentivar o hábito da leitura; instalar e ampliar no País livrarias, bibliotecas e pontos de venda do livro”.

Não foi bem o que aconteceu nos anos seguintes e, em 2011, a Presidência do Brasil assinou o Decreto 7.559, que criava o PNLL - Plano Nacional do Livro e da Leitura, que consistia em “estratégia permanente de planejamento, apoio, articulação e referência para a execução de ações voltadas para o fomento da leitura no País”. O objetivo do decreto, tendo em vista o disposto nos arts. 1º, 13 e 14 da Lei nº 10.753, era “a democratização do acesso ao livro; a formação de mediadores para o incentivo à leitura; a valorização institucional da leitura e o incremento de seu valor simbólico e o desenvolvimento da economia do livro como estímulo à produção intelectual e ao desenvolvimento da economia nacional”.

E tanto a lei quanto o decreto vigoraram a partir de suas publicações, mas nem uma nem outra tiveram o cumprimento que deveriam. No dia primeiro de outubro de 2013 aconteceu uma audiência pública sobre políticas públicas de incentivo ao livro e à leitura, em Brasília, promovida pela Comissão de Educação, na Câmara dos Deputados. O evento discutiu a construção de uma política de Estado para o livro, leitura, literatura e biblioteca que institucionalize o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), o Fundo Setorial Pró-Leitura e o Instituto Nacional de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas. Isso foi o resultado de uma oficina que aconteceu nos dias 30 de setembro e 1º de outubro de 2013 e que teve a audiência pública como parte integrante da agenda.

“Muitas promessas, leis, decretos etc. já foram feitos
para incentivar o hábito da leitura e melhorar o acesso
ao livro, mas quase nada se cumpre”


O evento foi promovido pelo Ministério da Cultura (MinC), órgão governamental responsável pela proposta de construção de uma política de Estado para o livro e a leitura, em parceria com o Ministério da Educação (MEC). A respeito da criação do Fundo Setorial Pró-Leitura e do Instituto Nacional do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, a promessa era que o primeiro serviria para financiar e o segundo, para executar, de forma mais específica, a política de Estado para o setor do livro e leitura. Mas a situação não melhorou nada, desde lá.

Muitas promessas, leis, decretos etc. já foram feitos para incentivar o hábito da leitura e melhorar o acesso ao livro, mas quase nada se cumpre. Então a esperança era que realmente viesse a existir uma política do livro e da leitura e que o PNLL, o Fundo Pró-Leitura e o Instituto Nacional do Livro, Leitura e Bibliotecas funcionassem e, realmente, mostrassem a que vieram. Mas, como sempre, ficam na promessa. Há que se fazer alguma coisa, que se dê mais valor à educação e à cultura. É preciso resgatar a educação, urgentemente, pois ela está cada dia mais relegada ao último plano.

Precisamos, não é de hoje, que o acesso ao livro seja mais fácil, mais democrático, precisamos que haja mais incentivo para a leitura, precisamos que a escola tenha mais espaço no conteúdo programático para trabalhar a leitura. Simplesmente porque a leitura é que possibilita nosso acesso à instrução, à cultura, à educação, à qualificação para que se possa ter qualidade de vida.

(*) Escritor, editor e revisor, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 43 anos de trajetória: Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br/.


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Comentários

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Tião Aranha

24 de outubro, 2023 | 20:43

“A questão da coisa pública precisa encontrar uma solução padrão apropriada. Antigamente uma nação era feita de homens e livros; hoje, de homens e computadores. A Sociedade no geral está muito mecanicista. Risos.”

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