14 de outubro, de 2023 | 06:00
Passando pano
Fernando Rocha
Não há dúvida que o técnico Tite possui uma trajetória vitoriosa no comando de clubes no futebol brasileiro, mas, ao mesmo tempo, se trata de um perdedor contumaz no tocante à seleção brasileira, que dirigiu por sete anos e caiu em duas Copas nas quartas de final.Sua contratação pelo Flamengo, depois de afirmar que não trabalharia este ano no Brasil, movimentou a imprensa nacional na última semana como sendo um sopro de esperança para salvar a temporada frustrante do time carioca.
Tite pode, sim, melhorar o rendimento do mais caro e badalado clube do nosso futebol, mas que, no momento, apenas é o 5º no Brasileiro, com 11 pontos atrás do líder Botafogo, sem sequer ter levantado a taça do Estadual carioca, onde seu time é o mandante em quase todas as partidas.
O Flamengo é o símbolo do fracasso e a contratação de Tite me parece ser uma tentativa de passar pano na sujeira que tomou conta do Ninho do Urubu, causando um estrago sem precedentes.
Bateu de frente
Leila Pereira é bilionária, dona da Crefisa, patrocinadora e presidente do Palmeiras, cargo que assumiu porque quis e está pagando caro para exercê-lo.
Desde 2015, o alviverde paulista vem disputando na cabeça e ganhando quase todos os principais títulos do continente, o que não foi possível nesta temporada, irritando a sua torcida.
Leila Pereira deveria ser carregada no colo pela torcida do verdão, que, até antes da gestão de outro bilionário, Paulo Nobre, que ela dá continuidade, só lutava para não ser rebaixado.
Por saber que dinheiro é muito difícil de ganhar e fácil de gastar, Leila Pereira fechou as torneiras que irrigavam e mantinham mordomias e benesses das torcidas organizadas, sendo este o principal motivo da ira e da campanha desfechada contra ela.
Leila não é dona do Palmeiras, mas o que precisa ser entendido neste imbróglio foi dito por ela mesma, com todas as letras: se não for do jeito dela, o Palmeiras vai voltar a ser o que era, ou seja, um time que apenas lutava para não ser rebaixado.
FIM DE PAPO
O Flamengo, com Tite no comando, está indo para o seu décimo treinador com gastos aproximados de R$ 45 milhões gastos em rescisões contratuais. Impossível não questionar o trabalho do atual mandachuva do futebol rubro-negro, Marcos Braz, que, no entanto, continua agindo no dia a dia do clube como se nada fosse com ele.
Nos últimos cinco anos, a média de vida útil dos treinadores que passaram pelo Flamengo foi de seis meses, mesmo assim turbinada pela passagem de 403 dias do português Jorge Jesus e pelos 273 dias de Rogério Ceni à frente do time. Por isso, o desafio da vez é prever por quanto tempo o midiático e professoral Adenor Bacchi, o popular Tite, conseguirá sobreviver à máquina de moer treinadores do rubro-negro.
Tudo isso só demonstra o quanto nosso futebol é atrasado, em comparação com os grandes centros do futebol europeu. Talvez isto que acontece com o clube mais rico e de maior torcida do país, explique o porquê de nossos técnicos não conseguirem trabalhar nos grandes clubes europeus. Tite esperou uma proposta vinda de lá e, quando viu que não aconteceria, aceitou a oferta do Flamengo.
Neymar foi o péssimo dos péssimos no empate da seleção brasileira, 1 x 1, contra a fortíssima” Venezuela, na Arena Pantanal. Tentou cavar faltas ou pênaltis com o seu irritante cai-cai, mas, desta vez, o juiz não caiu na sua conversa. Ao deixar o campo, foi atingido por um saco de pipocas jogado, ficou irritado e xingou o torcedor. Deveria pedir desculpas aos mais de 40 mil que pagaram em média R$400 para assistir a uma porcaria de jogo da seleção, que caminha na mesma toada dos fracassos anteriores nas preparações para Copas do Mundo. Não mudamos nada. Essa é a verdade. (Fecha o pano!)
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