24 de setembro, de 2023 | 05:57

Investimentos em renda fixa permanecem atrativos com queda da Selic, afirma economista 

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O ajuste na taxa Selic é uma forma de controlar a inflação no paísO ajuste na taxa Selic é uma forma de controlar a inflação no país
Tiago Araújo - Repórter Diário do Aço
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano. A decisão foi tomada na semana passada e já era esperada pelos analistas financeiros. Em entrevista ao Diário do Aço, o economista Makáliston Brito, que atua no Vale do Aço, avaliou essa queda da Selic e apontou os efeitos práticos para as pessoas, quando ocorre ajuste dessa natureza.  

Conforme Makáliston Brito, a queda da Selic representa um quadro de inflação também em redução. “Todas as vezes que a Selic é reduzida é sinal que a inflação brasileira também apresentou queda no ano. Foi o que ocorreu no primeiro trimestre e no segundo trimestre. Dessa forma, essa queda de 0,5% da Selic já era prevista, até porque todas as vezes que os integrantes do Copom se reúnem, existe uma ata que relata o que pode acontecer na próxima reunião e assim sucessivamente. Além disso, sempre que ocorre ajuste na taxa, é feito de maneira delicada, com vários pequenos índices”, explicou.

Expectativa
Para o economista, a expectativa a partir de agora, em relação às próximas reuniões do Copom, é de novas quedas na Selic. “A previsão é que a gente termine este ano com a Selic na casa dos 11%. Em 2024, a expectativa é a Selic fechar em torno de 9%. Como o mercado brasileiro reagiu bem pós-pandemia e o Banco Central elevou a Selic na hora certa, e com o mundo voltando a produzir, o ideal para incentivar o consumo é exatamente isso. Trazer a Selic para baixo”, afirmou. 

Renda fixa
Na avaliação do economista, por mais que a Selic esteja indicando queda, os investimentos continuam atrativos para renda fixa, como CDB (Certificado de Depósito Bancário), títulos do Tesouro Direto e dentre outros. “Mesmo a Selic em 12,75% ao ano, os investimentos atrelados a ela continuam sendo muito atrativos. Vale lembrar que o investimento mais comum hoje em dia é a poupança, que paga 6% ao ano. E hoje, mesmo a Selic estando em 12,75% ao ano, ela continua sendo muito atrativa. Ela só vai parar de ser atrativa quando essa taxa tiver, no mínimo, empatando com a poupança”, informou.  

Taxa reguladora
Makáliston Brito ressaltou que as pessoas físicas devem entender que a taxa Selic é uma taxa reguladora que ajuda que coordena a inflação de um país. “Portanto, todas as vezes que essa taxa está alta, é bom para quem quer investir, e todas as vezes que está baixa, a partir de 5%, é interessante para tomar empréstimo. Ou seja, Selic baixa é bom para gastar e pegar dinheiro emprestado e fazer financiamento. E Selic alta, é bom para guardar dinheiro e investir, usar os juros altos a nosso favor”, concluiu.   

Comunicado do Copom
Em comunicado, o Copom informou que o corte de 0,5 ponto percentual é compatível com a estratégia para fazer a inflação convergir para a meta em 2024 e em 2025. “O comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto [capacidade ociosa da economia] e do balanço de riscos [para a inflação futura]”, justificou o órgão.

Histórico
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
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