20 de setembro, de 2023 | 14:50

Após cinco meses, família ainda busca respostas para assassinato de instalador de forro

O corpo de Uandair Reinoso Salzmann, de 32 anos, foi encontrado em meio a um matagal, em abril deste ano

Álbum Pessoal
A morte de Uandair é cercada de mistérios; amigos e familiares não sabem o que pode ter motivado o crime A morte de Uandair é cercada de mistérios; amigos e familiares não sabem o que pode ter motivado o crime
Stéphanie Lisboa - Repórter Diário do Aço
Uma família que vive no Vale do Aço sofre, há cinco meses, a perda de Uandair Reinoso Salzmann, de 32 anos, assassinado em abril deste ano. Já não bastasse a dor causada pela ausência do ente querido, amigos e familiares do instalador de forro PVC convivem com a angústia diária causada pelo desconhecimento da motivação e autoria do crime.

O corpo de Uandair foi encontrado, no dia 6 de abril, em meio a um matagal, com os braços amarrados para trás, uma fita na boca e com marcas de agressão. A vítima que, à época dos fatos, se encontrava desaparecida há três dias, foi localizada em uma estrada de acesso à Ipaba (Ipabinha) de Santana do Paraíso.

Desde o dia em que souberam da morte de Uandair, amigos e familiares tentam desvendar o crime: quem o matou? Qual a motivação para o homicídio? “Estamos buscando respostas. O caso corre na Delegacia de Polícia Civil de Santana do Paraíso porque o corpo foi encontrado lá. Eles só falam para aguardar, mas já se passaram quase seis meses”, disse o familiar em entrevista concedida ao Diário do Aço.

Sofrimento
Quase seis meses após o crime, a família vive com o sentimento de injustiça. “Sofremos muito com a injustiça e estamos com medo, uma vez que não sabemos o motivo de tanta barbaridade, já que ele era um homem tranquilo, sem vícios e não tinha desavenças”, destacou. A família pede ajuda na divulgação do caso. “Para que a justiça seja feita”, declarou.

Álbum Pessoal
De acordo com a família, vítima era uma pessoa honesta e trabalhadoraDe acordo com a família, vítima era uma pessoa honesta e trabalhadora
Quem era Uandair?
Uandair passou boa parte de sua vida no bairro Mangueiras, em Coronel Fabriciano, onde sua família ainda reside, mas morava no bairro Bethânia, em Ipatinga, há cerca de 12 anos, desde que havia se casado. Trabalhava como instalador de forro PVC e deixou duas filhas, gêmeas, de nove anos de idade. “Era um homem íntegro, trabalhador, trabalhava montando forro PVC há mais de dez anos em Ipatinga”, relatou o familiar.

O instalador tinha planos de ir para o exterior, especificamente para os Estados Unidos, tentar uma vida melhor. Dias antes de ser morto, segundo informado pela fonte entrevistada pelo DA, teria pedido a um familiar, recursos financeiros para concretizar o desejo. A vontade de conseguir realizar o sonho era tamanha que a vítima estaria em um quadro de ansiedade.

Desaparecimento
A fonte entrevistada pela reportagem relatou que Uandair tinha uma relação de muita cumplicidade com a esposa, mandava mensagens com frequência durante todo o dia para a companheira, sempre fazendo questão de informar onde estava. Chegar tarde em casa não era algo comum.

Na data do desaparecimento, 3 de abril, o casal conversou durante todo o dia, mas na parte da noite, Uandair não respondeu mais às mensagens da esposa e nem retornou para casa. A situação gerou estranheza. “Saiu do trabalho dizendo que ia ao bairro Bom Jardim e não retornou para casa”, recordou. Começava a saga da família para achar Uandair, que tinha esperança de encontrá-lo com vida. A localização do corpo foi um choque para todos.

“Não imaginávamos que alguém teria coragem de fazer isso com ele. Imaginávamos que ele pudesse ter ‘surtado’. Na nossa cabeça não entrava que nós acharíamos um corpo”, lamentou.

Desdobramentos
Após a localização do corpo da vítima, outras ocorrências ligadas ao fato foram registradas. No dia 27 de junho, policiais militares prenderam um casal por tráfico de drogas e porte de arma de fogo durante uma abordagem na avenida Gerasa, no bairro Bethânia, em Ipatinga. O carro em que estavam os abordados, um Ford Escort, de cor bege, teria alguma relação com a morte de Uandair. O automóvel foi visto acompanhando o carro da vítima, mas o indivíduo, ao ser questionado pela PM, ficou em silêncio.

Arquivo DA
O veículo Chevrolet Corsa GL picape, que pertencia a Uandair Reinoso Salzmann, foi localizado no dia 30 de junho O veículo Chevrolet Corsa GL picape, que pertencia a Uandair Reinoso Salzmann, foi localizado no dia 30 de junho
No dia 30 de junho, uma outra novidade no caso, o veículo Chevrolet Corsa GL picape, placas MPL-3316, que pertencia a Uandair, foi localizado na garagem de um imóvel com aparência de estar abandonado, em Ipatinga. Mesmo com esses desdobramentos, a família anseia por mais: quer respostas, justiça. “Qual a motivação? Quem foi? Ninguém acredita no que aconteceu. Ele trabalhou a vida toda”, questiona a família.

Investigação complexa
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, nesta terça-feira (19), que o inquérito policial instaurado para apurar o homicídio de Uandair está em andamento. De acordo com o órgão, trata-se de uma investigação complexa e minuciosa. “Por haver múltiplas possibilidades de motivação e suspeitos ainda indefinidos, mas diversas diligências investigativas são realizadas visando a elucidação do caso”, esclareceu em nota enviada ao Diário do Aço.


Já publicado:
Arma e drogas são apreendidas com casal no Bethânia, em Ipatinga
Localizado assassinado instalador de forro de PVC que estava desaparecido
Carro de vítima de latrocínio é localizado no Bethânia, em Ipatinga
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Comentários

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Roberto Alves da Silveira

24 de setembro, 2023 | 21:50

“Cara trabalhador, muita injustiça fizeram com ele.”

Falo Mesmo

21 de setembro, 2023 | 06:36

“Se a vitima fosse um policial, os assassinos já estariam identificados, indiciados, denunciados, processados e condenados. Ou encontrados numa mata de eucaliptos.”

Lucia Rodrigues

20 de setembro, 2023 | 11:40

“Morre um homem de bem, pai de família e a sociedade quer respostas. Tanta impunidade no Vale do aço só faz aumentar a violência uma vez que os culpados por crimes bárbaros não estão sendo punidos. Queremos justiça. Não existe crime perfeito se tiver uma investigação pesada a sociedade terá respostas.”

Jose

20 de setembro, 2023 | 07:41

“O automóvel foi visto acompanhando o carro da vítima, mas o indivíduo, ao ser questionado pela
PM, ficou em silêncio. O bandido não quis falar quando perguntado sobre o possível envolvimento dele. Se
fosse inocente responderia mil vezes ou até um milhão que é inocente. Quem cala consente. Se o único
suspeito não quis responder e foi dispensado pelos investigadores, esqueçamos. Nunca vão prender o
assassino. Que investigação tosca, fraca. Tem que investir pesado na investigação deste sujeito que recusou
responder.”

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