
20 de setembro, de 2023 | 07:20
Emater orienta produtores rurais a prevenir efeitos das chuvas torrenciais
Divulgação Emater
Emater estima que mais de 400 municípios mineiros foram atingidos por chuvas torrenciais entre 2021 e 2022
Silvia Miranda - Repórter Diário do Aço 
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) elaborou um material técnico com orientações sobre ações que podem minimizar os efeitos das chuvas torrenciais em propriedades do campo, que geralmente ocorrem de novembro a janeiro. O documento Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na Agropecuária: água de chuva” é voltado para produtores rurais e também para auxiliar setores da administração pública.
Segundo dados da Emater no fim de 2021 e início de 2022, mais de 400 municípios mineiros foram atingidos por chuvas torrenciais que causaram prejuízos significativos no meio rural. Um balanço feito na época pelo órgão mostrou que cerca de 120 mil hectares de lavouras foram perdidos e que 127 mil produtores rurais sofreram algum tipo de impacto na atividade por causa das chuvas.
Ainda conforme a empresa, o solo que não apresenta cobertura vegetal recebe o impacto direto da chuva. Esta água tem dificuldade de infiltrar rapidamente no terreno, principalmente se ele já estiver muito úmido ou compactado. Estradas rurais são exemplos típicos de terrenos onde a água escorre ou empoça em pouco tempo. As enxurradas descem as ladeiras carregando o material que se desprende do leito destas vias, para então se depositar no fundo de córregos, rios e várzeas, ou seja, nos locais mais baixos do relevo.
O coordenador estadual da Emater-MG lembra que as iniciativas são de caráter preventivo e com efeito, principalmente, no médio e longo prazos. Além disso, elas devem seguir um critério técnico. O planejamento para utilização das áreas produtivas da propriedade rural deve estar alinhado com uso sustentável dos recursos naturais. Para isso, é primordial que as propriedades rurais sejam inseridas nas políticas públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental”, afirma Bernardino Cangussu. O material está disponível na página do órgão: www.emater.mg.gov.br.
Técnicas de conservação
Os especialistas da Emater-MG lembram que o melhor lugar para guardar” a água é no solo. Nas condições ideais, a maior parte da água da chuva se infiltra no terreno, abastecendo o lençol freático. A Emater-MG orienta os produtores a fazer uma avaliação da capacidade do solo, antes de desenvolver qualquer atividade agropecuária na propriedade. Esta análise permite identificar os riscos de enchentes, erosões e até deslizamentos. Uma avaliação precisa das características do solo também embasará a escolha e aplicação das diversas técnicas de manejo do solo e da água
Entre as técnicas recomendadas está o plantio direto. Ele consiste em reduzir ao máximo o revolvimento do solo, fazendo o plantio diretamente na palhada que cobre o terreno.
Esta palhada que cobre o solo serve como uma proteção. Ela ajuda a reduzir enxurradas e erosões. Os riscos de enchentes e inundações também são minimizados, pois o plantio direto na palha contribui para a infiltração da água no solo”, explica Cangussu.
A recuperação de pastagens degradadas é outra técnica recomendada em Minas Gerais. A Emater estima que o estado possua mais de dois milhões de hectares de pastagem em má conservação. Estas áreas são propensas à erosão, favorecendo o escorrimento da água e da terra para estradas e cursos dágua.
Uma das formas de recuperação das pastagens é fazer a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Um exemplo é o plantio consorciado de milho e alguma gramínea (pastagem) usada para alimentação dos animais. Nesta mesma área, é possível ainda intercalar o milho com algumas fileiras de eucalipto. O sistema de ILPF, além de aumentar a cobertura e fertilidade do solo, também permite a diversificação de renda na propriedade.
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