29 de agosto, de 2023 | 08:00

Angiologista alerta sobre os malefícios do cigarro para a saúde vascular

Uma porção pequena de tabaco picado e enrolado em papel que, apesar do tamanho, é capaz de gerar graves problemas à saúde. Esse é o cigarro, que um dia já foi considerado como símbolo de status, mas que hoje ocupa um outro lugar: o de vilão. Com o passar dos anos, campanhas alertam sobre os inúmeros prejuízos provocados pelo consumo do tabaco, em suas diversas variações como produto: cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, tabaco para narguilé, rapé, dispositivos eletrônicos para fumar e outros. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são responsáveis por 428 mortes diárias no Brasil e aproximadamente 156 mil óbitos anuais. Para mudar esse número e promover ações que conscientizem a população sobre os danos causados pelo consumo do tabaco, foi criado, em 1986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado nesta terça-feira, dia 29.

Doenças cardiovasculares
De acordo com o Ministério da Saúde, o cigarro convencional contém milhares de substâncias químicas, sendo fator de risco para múltiplas doenças graves, como: vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório e doenças cardiovasculares. 

O médico angiologista e cirurgião vascular, especialista em cirurgia vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Guilherme Jonas, alerta que a grande maioria das doenças cardiovasculares tem uma grande relação com o consumir cigarros ou outros produtos que contenham tabaco.

“Fumar aumenta o número de coágulos sanguíneos, contribui para o acúmulo de placas nas artérias, reduz o oxigênio no sangue e faz o coração trabalhar mais. O tabagismo aumenta as chances do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e da trombose, por exemplo”, diz.

Saúde
Guilherme salienta que evitar o consumo do cigarro é a melhor opção para saúde pessoal, gerando benefícios, inclusive, para quem está próximo. “Aumenta a qualidade e a duração de sua vida. Também é necessário explicar que quando a pessoa não usa mais o tabaco, irá perceber que seus familiares e entes queridos terão menos exposição como fumantes passivos também”, afirma.

Dados já divulgados pelo Ministério da Saúde reforçam a fala do médico. Estimativas produzidas por estudos indicam que a expectativa de vida média é reduzida em dez anos em pessoas tabagistas. Quando a suspensão definitiva do uso ocorre antes dos 40 anos, o risco de morte reduz em até 90%. 

Renda
Não bastassem os problemas causados à saúde, o consumo de cigarros ainda compromete a renda de seus usuários. Segundo Inca, os fumantes brasileiros destinam, em média, 8% da renda familiar per capita mensal para a compra de cigarros industrializados.