27 de agosto, de 2023 | 06:00

Jogo histórico

Fernando Rocha

A torcida alvinegra vive uma lua de mel com o clube do coração, talvez a semana mais importante de sua história centenária, com a realização do sonho de inaugurar o próprio estádio – a Arena MRV -, uma das mais modernas e bonitas da América Latina.

Entre erros e acertos, aumento de custos devido à pandemia da covid, excessos nas exigências de contrapartidas por parte do poder público, a nova casa do Galo, que antes custaria cerca de R$ 450 milhões, está saindo quase pelo dobro deste valor.

Nada que assuste os bilionários atuais donos da SAF do Galo, agora responsáveis por tudo que vier a acontecer dentro e fora de campo.

Sobre o jogo de hoje, às 16h, contra o Santos pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, que vai inaugurar oficialmente a nova casa, há uma enorme expectativa quanto ao comportamento tático do time, se será reativo esperando o adversário para contra-atacar, como tem sido ultimamente sob o comando de Felipão, ou se, pelo momento especial desta data festiva, irá retornar ao seu DNA ofensivo e pressionar o adversário desde o primeiro minuto em busca do gol.

Este é um dia histórico que ficará marcado para sempre na história do clube e, por isso, a palavra “derrota” não passa pela cabeça de nenhum torcedor do Galo que vai exigir a vitória a qualquer custo.

Outra pedreira
A expectativa do torcedor cruzeirense é que o técnico Pepa escale a mesma formação da partida recente contra o Palmeiras, neste jogo difícil de hoje, às 19h, contra o Grêmio, em Porto Alegre.

No Allianz Parque, o time celeste encarou o campeão brasileiro de igual para igual, sofreu o gol que decretou sua derrota de 1 x 0 nos acréscimos da segunda etapa, em resultado injusto pelo que mostrou em campo.

O meia Mateus Vital, que desfalcou o time por contusão na última partida contra o Corinthians, volta à equipe titular, provavelmente, no lugar de Bruno Rodrigues, que ainda não recuperou a sua melhor forma física e técnica.

Mas, se optar por um esquema mais cauteloso, o técnico Pepa poderá entrar com quatro jogadores no meio de campo; neste caso, sai um atacante e entra o volante Filipe Machado, reforçando o poder de marcação da equipe.

Cruzeiro e Grêmio, que fizeram jogos bastante equilibrados ano passado pela Série B, agora vão se enfrentar pela quarta vez no ano com uma vitória para cada lado e um empate.

FIM DE PAPO

Depois do vexame na última quinta-feira, quando perdeu em pleno Independência, de 3 x 1, para o Fortaleza, e ficou praticamente eliminado das quartas de final na Copa Sul-Americana, o Coelho volta a campo hoje contra o time reserva do São Paulo, outra vez em casa, tentando uma improvável reação no Brasileiro, onde é o lanterna. O América fez um 1ºtempo risível, quando levou três gols e só reagiu na etapa final porque o Fortaleza tirou o pé do acelerador. Teve, também, bate-boca entre jogadores após a partida e muitas vaias da pequena e exigente torcida do Coelho que perdeu de vez a paciência com o time e a diretoria.

Com dívida na casa de R$ 500 milhões a ser quitada, o Cruzeiro teve seu plano de recuperação judicial homologado e pretende pagar mais de R$ 90 milhões a credores até o final de 2025, o que pode dar um alívio na situação do clube. Resta saber, agora, como será a ordem de preferência na fila dos credores, pois tudo indica que os valores menores serão pagos primeiro. A média mensal prevista dos pagamentos neste acordo será de R$ 4 a 5 milhões, o que só será possível com aportes feitos pela SAF comandada por Ronaldo Fenômeno.

A Lei da SAF dá um alívio aos clubes no tocante às suas dívidas, mas também impõe condições e obrigações que precisam ser cumpridas. As chamadas SAFs têm a obrigação de honrar os compromissos assumidos para equacionar as dívidas como um todo, pois, caso o que for acertado não seja cumprido, o próximo passo é a falência total irreversível. Este processo de recuperação judicial do Cruzeiro é muito complexo, com demandas que precisam ser levadas com a máxima seriedade. Não tem mais volta e só resta à SAF/Cruzeiro manter-se organizada e honrar o que foi prometido aos credores.

A inauguração hoje da Arena MRV pelo Atlético interrompe um hiato de 41 anos sem a inauguração de um estádio para jogos de futebol profissional, com alto rendimento, em Minas Gerais. O último foi o Ipatingão, inaugurado sem a totalidade de suas obras concluídas, no dia 23 de novembro de 1982, denominado Estádio Municipal “Epaminondas Mendes Brito”, em homenagem ao ex-vereador que faleceu um ano antes vítima de câncer. A partida inaugural foi disputada entre uma seleção amadora da Liga de Desportos de Ipatinga contra o Cruzeiro, que venceu por 3 x 0. O primeiro gol no estádio foi marcado pelo atacante cruzeirense Eudes na meta voltada ao Parque Ipanema. O Ipatingão foi projetado com capacidade para receber 45 mil torcedores, quase igual à Arena MRV, que poderá receber até 46 mil. Com a colocação de cadeiras nas arquibancadas, a capacidade foi reduzida para 22.500 espectadores, sendo hoje o quinto colocado neste quesito no estado. (Fecha o pano!)

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