23 de agosto, de 2023 | 15:00

Opinião: Livros desde os primeiros anos de vida

Luiz Carlos Amorim *

Sempre defendi que a convivência com livros desde a mais tenra idade faz com que as crianças adquiram o gosto pela leitura. Já escrevi sobre isso uma ou duas vezes e atraí a ira de uma escritora e uma pedagoga, que não concordaram com a afirmação. Acontece que eu comprovei o fato, pois minhas filhas e alguns sobrinhos viveram, desde bebês, em casas com livros em estantes, em cima da mesa, no criado mudo, na mesinha da sala, em todos os lugares da casa e nas mãos das pessoas. As crianças sempre estiveram vendo o livro circular pela casa, sempre lhes foram mostrados livros com formas e cores, depois com texto e os textos eram lidos para eles.

Então essas crianças manusearam livros desde muito cedo e cresceram com a curiosidade de poder tirar tantas coisas interessantes de dentro deles, tantas histórias, tantas fantasias, e tanta descoberta, que aprenderam a ler mais cedo. Porque não é só a curiosidade que o livro desenvolve, é também a imaginação e a criatividade, vocabulário, conhecimento. E eles acabam querendo eles mesmos abrir aquele baú de descobertas, querem eles mesmos saber ler, querem também saber escrever para transformar em livros as histórias que eles mesmos primeiro desenham e depois contam pra gente.

“Não é só a curiosidade que o livro
desenvolve, é também a imaginação e a
criatividade, vocabulário, conhecimento”


E não é que, no último domingo, leio no Correio Braziliense que “estudos comprovam quanto mais cedo for desenvolvido com as crianças o hábito de acompanhar a leitura, maiores serão as possibilidades de ela ser bem-sucedida nos estudos”?

Pois é, uma reportagem de página inteira confirmando tudo o que eu havia dito há alguns anos e mais alguma coisa. Fiquei feliz de saber que uma constatação tão simples, mas que havia causado polêmica, na época, é um fato comprovado.

Crianças que vivem no seio de famílias que gostam de ler, crianças que veem o livro fazendo parte do seu dia a dia normalmente, desde que nascem, fatalmente vão gostar de ler. É só mostrar a elas, mesmo quando ainda são muito pequenas, tudo o que pode conter aquele objeto tão misterioso e tão mágico que é o livro. Portanto, é bom ver que a responsabilidade de incutir o gosto pela leitura em nossos leitores em formação não é só da escola, ela começa bem antes, dentro da nossa casa.

Uma criança que cresce com livros na mão mesmo antes de saber ler, é com certeza um adulto que terá o bom e edificante hábito da leitura.

* Escritor, editor e revisor, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 43 anos de trajetória. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

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Comentários

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Tião Aranha

23 de agosto, 2023 | 09:55

“A imaginação é mais importante que o conhecimento. Em grande parte a imperícia das pessoas tem como culpa a omissão do poder público. Com o advento dos meios de comunicação, houve mudança dos valores morais, a isso eu chamo de regressão capitalista. Bem diferente da França e da Alemanha do séc XIV a XVII (renascimento) em que ocorreu mudança em todos sentidos, bem diferente da semana da arte moderna, no início do séc passado que ficou com uma dezena de intelectuais brasileiros. Risos.”

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