22 de agosto, de 2023 | 06:00
Acabou a gordura
Fernando Rocha
Vale lembrar que já chegamos ao segundo terço do ano e só agora o time celeste conseguiu marcar o primeiro gol, mas ainda não venceu em casa, algo inimaginável na história gloriosa do “Cabuloso”.
Pepa tem a sua parcela de culpa, mas não está sozinho, pois a qualidade do elenco é para campanha do meio de tabela, exatamente a posição atual do time, algo que já era previsto pela diretoria como parte do planejamento para este ano.
Não pode é bobear a partir de agora, pois a gordura que tinha para queimar acabou. São seis jogos sem vencer e duas vitórias apenas nas últimas 14 rodadas, está a apenas 4 pontos distante do Santos, o primeiro da zona de rebaixamento, que reagiu e venceu o Grêmio com o seu bilhareco comum dos times de baixo na reta final da competição.
Outro vexame
O Galo perdeu de 1 x 0, no Maracanã, para o limitado Vasco da Gama, mostrando outra vez um time desorganizado, que conta apenas com lampejos individuais de alguns jogadores.
Mal escalado e com substituições tardias ou equivocadas, o time também não teve comando à beira do gramado, pois, com o técnico Felipão suspenso, o seu auxiliar Carlos Prascidelli mais se pareceu com cachorro quando cai de mudança.
O gol vascaíno saiu no começo da partida, de uma falha coletiva, a começar por Edenílson que não impediu o cruzamento, culminando com bisonhas participações do zagueiro Jemerson e do goleiro Everson, o que possibilitou ao meia Serginho, livre de marcação, pegar o rebote e marcar.
No segundo tempo, a forte chuva combinada com as péssimas condições do gramado do Maracanã atrapalharam os dois times, mas o Galo continuou com dificuldades para criar e as poucas chances pararam nas mãos do bom goleiro vascaíno, Léo Jardim.
O Galo terminou a 20ª rodada em 11ª lugar com 27 pontos, sete de distância e cada vez mais longe do G-4, mas com 6 pontos apenas de diferença do primeiro time na zona de rebaixamento.
FIM DE PAPO
Não fosse a atual situação desesperadora de lanterna do campeonato, apenas 10 pontos ganhos, esta derrota de 3 x 1 para o Fluminense, no Maracanã, não seria nada demais para o América. O problema é que o time parece ter entrado no “modo derrota”, que acomete todos os virtuais rebaixados, e para sair dessa situação só um milagre. A bola queima nos pés dos jogadores, que erram lances incríveis, além de tomarem gols improváveis. Não vejo o atual elenco do Coelho e muito menos o técnico recém-contratado, o argentino Fabián Bustos, em condições de operarem o milagre que o Coelho necessita para se livrar dessa.
Nas redes sociais, uma grande parcela dos torcedores cruzeirenses se mostra revoltada com a atual campanha do time. Muitas críticas ao técnico Pepa, que insiste em dizer que o time está jogando bem e peca nos pequenos detalhes. O grande temor da torcida é que acabe chegando no Z-4, o que poderia desencadear uma situação de pânico, de tal modo a não conseguir reagir para escapar do rebaixamento. As próximas quatro partidas não serão nada fáceis para o time celeste: Grêmio fora, Bragantino em casa, confronto direto contra o Santos na Vila Belmiro e, Fluminense, no Maracanã.
O mais impressionante nisso tudo é como uma parte da imprensa na capital, que se veste de azul, foi acometida pela “síndrome de Poliana”. O time só agora conseguiu fazer um gol no Mineirão, onde ainda não ganhou um jogo sequer nesta temporada, não vence a seis jogos no Brasileirão, está em queda livre na tabela de classificação, mas trata o Ronaldo Fenômeno como se ele fosse vestir a camisa 9 e jogar pelo Cruzeiro. Trata o Fenômeno como se ainda fosse jogador e não cobram nada dele como dirigente que é hoje, com a responsabilidade de montar um time à altura da tradição vitoriosa do Cruzeiro.
Antônio Carlos Pracidelli, 65 anos, ex-goleiro de Juventus e Athletico-PR, é, na verdade, um treinador de goleiros. Acompanha Felipão a mais de 20 anos, tendo sido pentacampeão mundial com ele na seleção de 2002. Agora, no Galo, virou auxiliar técnico depois que Paulo Turra não quis acompanhar o chefe na saída do Furacão. Pracidelli foi protagonista de uma cena bizarra, no último domingo, ao escorregar e cair estatelado no gramado encharcado do Maracanã. Mereceu o seguinte comentário do Marcelo Lopes, nosso colega no programa “Jogada de Classe”( @jogadadeclasse5671) do YouTube: “Esse auxiliar do Felipão parece aqueles bebuns que ficam nos botecos, sentados no banquinho de perna cruzada, de chinelo havaiana com tiras azuis e com as unhas cheias de micose. Não pode dar certo!”.(Fecha o pano!)
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