11 de agosto, de 2023 | 08:00

Presidente do Social anuncia redução de valor de dívida e projeta retorno às atividades

Boa notícia para o torcedor do Social, clube que está com suas atividades de futebol paralisadas desde 2019, em razão de grave crise financeira. O presidente João Pedro da Silveira (Pedrinho), que tem mandato até o final do ano que vem (assumiu após a renúncia de Francisco Simões) informou ao Diário do Aço que a agremiação irá retomar suas atividades. O objetivo é, inicialmente, disputar o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão das categorias Sub-15 e Sub-17 em 2024 e, em seguida, estruturar-se para disputar, no segundo semestre do mesmo ano, a Terceira Divisão de Profissionais da FMF, para onde caiu em 2018 e, desde então, não mais jogou qualquer competição oficial no futebol masculino.

De acordo com Pedrinho, o coordenador de futebol do clube já está “apalavrado”. Será Gérson Evaristo, ex-treinador do próprio Social, do Ipatinga e diversos outros clubes em Minas Gerais, que reside em Ipatinga e não trabalha desde o ano passado, quando esteve no União Luziense. “Já mostrei o projeto ao Evaristo, tive várias conversas com ele e, se Deus quiser, no início do ano que vem, iniciaremos o projeto da base, formando nossos jogadores em casa para o Mineiro de base. Em seguida, há a possibilidade de voltarmos ao profissional pela Terceira Divisão, também com o máximo de jogadores da região, já que se trata de um campeonato com jogadores com idade máxima de 23 anos, o que facilita a oportunidade de novos valores do Vale do Aço”, afirmou o presidente socialino.
 
Redução substancial da dívida

Mas a principal novidade que, segundo o presidente viabiliza o futuro do clube, foi a adesão a um novo programa de renegociação de dívidas para com a Receita Federal. O Social aderiu ao Profut, em 2015, renegociou uma dívida superior a R$ 20 milhões, acumulada ao longo de anos por uma irregularidade em um Bingão na década de 1990 e, desde então, vem pagando mês a mês as parcelas arbitradas, um dos motivos que inviabilizou a sequência do futebol profissional no clube. Agora, o presidente João Pedro informou que conseguiu uma renegociação e a adesão a um novo regramento para pagar esta dívida, o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), que irá reduzir substancialmente o valor mensal das parcelas, bem como o montante do passivo.

“O clube passou a ser viável a partir desta nova realidade financeira, ou seja, seguimos pagando a Receita Federal, conforme tem que ser, porém em parcelas que não sufocam nossas finanças, além de termos conseguido reduzir em alguns milhões o montante. A partir disto, podemos voltar a pensar em projetos de futebol para o Social”, pontuou Pedrinho.

Sobre outras dívidas, fruto de empréstimos de ex-dirigentes, o presidente afirmou que estão quase todas quitadas, não comprometendo o projeto futuro da agremiação.
 
Reestruturação do estádio

Segundo Pedrinho, até o fim deste ano, o projeto é reformar as dependências do clube, no estádio Louis Ensch. Receberão melhorias os banheiros, vestiários, arquibancadas, alambrados e o próprio campo de jogo.

“Livre desse sufoco mensal, que praticamente levava toda nossa arrecadação dos aluguéis das lojas no entorno do estádio, podemos fazer planos”, afirmou. O Social recebe algo em torno de R$ 84 mil por mês com a locação das lojas comerciais no estádio Louis Ensch.
 
Apoio do empresariado

Com a retomada do futebol, Pedrinho afirma que espera, como sempre, o apoio do empresariado de Coronel Fabriciano, que sempre “abraçou” o clube e viabilizou seu projeto do profissionalismo desde a década de 1990. “Coronel Fabriciano abraça o Social, pois sabe que é um símbolo da cidade. Não tenho dúvidas de que, com a retomada, essas parcerias irão voltar, pois o clube é motivo de orgulho e uma grande opção de lazer. Isto sem falar em nossa enorme e apaixonada torcida, que diariamente nos cobra o retorno. E isto não está longe, eu acredito”, pontuou.
 
Parceria com o poder público

Outro ponto abordado pelo presidente do Saci é a volta de uma boa relação com o poder público da cidade, especialmente com a Prefeitura Municipal. “Tenho bom trânsito com os atuais administradores e não tenho dúvida de que nossa relação será em grande estilo, principalmente nos apoiando, conforme sempre ocorreu ao longo de toda nossa história”, lembrou Pedrinho.

“O prefeito, dr. Marcos Vinícius, é uma pessoa que gosta do futebol, que vejo que apoia iniciativas que envolvem o bem da sociedade, portanto o Social estará, em breve, de mãos dadas com a Prefeitura para voltar aos bons tempos. Afinal, é um dos únicos clubes do interior do estado que possui um patrimônio invejável como o estádio Louis Ensch”, afirmou.

Pedrinho informou, ainda, que o último convênio firmado entre a Prefeitura e o Social foi em 2018, ano em que o clube disputou o Campeonato Mineiro da Terceira Divisão, cuja prestação de contas foi devidamente protocolada no poder Executivo. “Não há nenhuma pendência de nossa parte para com a Prefeitura no tocante a prestação de contas, até porque a última subvenção foi há cinco anos e desde então o clube está com suas atividades suspensas”, concluiu o presidente socialino.