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06 de agosto, de 2023 | 06:00

Muito futebol

Fernando Rocha

Depois de muito tempo, o domingo será de muito futebol, fortes emoções para os torcedores dos três times mineiros que estarão em campo disputando a 18ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Com inacreditáveis dez jogos sem vencer, algo que não acontecia desde 1992, o Atlético joga, às 16h, contra o São Paulo motivado pelas contratações do colombiano James Rodrigues e pelo repatriamento do atacante Lucas Moura, que deve fazer a sua estreia, com previsão de público acima de 50 mil torcedores presentes no Morumbi.

A crise no Galo, agravada após a saída do técnico Eduardo Coudet e a chegada de Luiz Felipe Scolari, Felipão, só será amenizada em caso de vitória, que serviria de motivação extra visando ao confronto decisivo de quarta-feira contra o Palmeiras pela Libertadores, no Allianz Parque.

Mas a realidade do time é desanimadora, pois, apesar de ter apresentado melhorias no desempenho em suas últimas partidas contra Grêmio, Flamengo e Palmeiras, não conseguiu vitórias.

No momento, a torcida do Galo torce para que o time, antes considerado um dos favoritos ao título, consiga ao menos os 45 pontos necessários para se salvar do rebaixamento.

Encara o líder
No mesmo horário das 18h30, que o América enfrenta o Bahia, na Arena Fonte Nova, em Salvador, o Cruzeiro retorna hoje ao Mineirão para encarar nada menos que o líder disparado, Botafogo, com a expectativa de casa cheia com mais de 45 mil torcedores.

O time celeste vem de um bom resultado, ao empatar na Arena da Baixada com o Athletico-PR em 3 x 3, mas jogou bem e poderia ter saído de Curitiba com a vitória.

Arthur Gomes, que estreou contra o Furacão e fez dois gols, pode ter hoje a companhia de Bruno Rodrigues no ataque, para compensar a ausência de Wesley, que cumpre suspensão pelo terceiro cartão amarelo.

Pelo mesmo motivo, o goleiro Rafael Cabral também fica de fora e será substituído por Anderson, paulista de 25 anos, ex-reserva no Athletico-PR, que está a sete meses no clube e só jogou alguns minutos em amistoso no início da temporada contra o Bragantino.

Anderson terá a grande chance de sua carreira, neste domingo, em sua primeira partida oficial no Cruzeiro. A pergunta que não quer calar: ele tem condições de dar conta do recado exatamente contra o líder Botafogo?

É o que vamos ver logo mais, porém, se foi contratado e faz parte do elenco do Cruzeiro, que possui profissionais qualificados para isso em sua comissão técnica, com certeza, foi bem avaliado e pode dar conta do recado.

FIM DE PAPO

O Cruzeiro fechou a janela de transferências desse meio do ano com sete contratações, priorizando o setor de ataque que não vinha rendendo o esperado. Com isso, o técnico Pepa ganhou mais opções quando precisar mexer na equipe. Ao todo, 19 jogadores foram contratados pela gestão de Ronaldo Fenômeno na SAF/Cruzeiro, entre o fim da Série B, em 2022, e o início da atual temporada. Isto representa quase dois times inteiros. Vamos listar as últimas contratações: lateral colombiano Helibelton Palácios; volante Lucas Silva; meia Matheus Pereira; atacantes Paulo Vitor, Arthur Gomes e Rafael Elias, o Papagaio; por último, o zagueiro João Marcelo. De todos os contratados, a maior expectativa recai sobre Mateus Pereira, que veio do futebol árabe com muito cartaz por ter jogado na Premier League.

A eliminação precoce da seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina só não era cogitada por quem acreditou na propaganda ufanista da Rede Globo, que, por motivos comerciais, plantou uma ideia de que as nossas meninas poderiam até chegar a ser campeãs mundiais. De fato, nunca a CBF investiu tanto dinheiro numa seleção feminina, antes e durante a competição, dando a ela o mesmo tratamento que sempre dispensa à masculina. Mas, entre o mundo ideal e o real, a diferença é abissal.

A treinadora sueca Pia Sundhage, que não deve continuar à frente da seleção feminina, mesmo após quatro anos residindo no Brasil, não fala nosso idioma e ganha salário compatível com a maioria dos técnicos da Série A masculina. Para se ter uma ideia, a delegação com 60 pessoas, a maior na história de todas as seleções da CBF, viajou para disputar a Copa do Mundo na Austrália e Nova Zelândia no dia 3 de julho, com estreia marcada para o dia 24. A justificativa para antecipar tanto a ida foi a necessidade de se “adaptar” melhor ao ambiente da Copa, quando se sabe que o calor de lá é igual ou pior que o nosso, além de não existir problema com altitude. O fuso horário é bem diferente daqui, mas passível de adaptação em dois ou três dias.

Esse oba-oba criado em torno da seleção feminina, capitaneado pela Rede Globo e reverberado por outros órgãos de imprensa pelo país afora, tem se repetido há décadas também com a seleção masculina, que não ganha um Mundial desde 2002, e tudo isso apenas por interesses comerciais. Criam-se milhões de “Pachecos” pelo país afora, ao mesmo tempo, forma-se a opinião de que ainda somos os melhores do mundo no futebol, o “país de chuteiras”. Mas quando a bola rola, a máscara cai, a realidade bate à porta e o que tem sido visto com frequência são eliminações precoces nos últimos Mundiais, como esta da seleção feminina para a Jamaica ou da masculina em Copas recentes para Bélgica e Croácia.

Em outubro/2010, em sua coluna na “Folha de São Paulo”, o ex-craque Tostão, tricampeão mundial no México, escreveu: “Cada dia mais, forma-se no Brasil pouquíssimos excepcionais jogadores, raríssimos foras de série e um grande número de bons atletas, altos, fortes e para exportação. Dá para formar umas quatro boas seleções, mas, sem jogadores especiais, não dá para ter um time espetacular. Sempre foi assim. Foram alguns supercraques, auxiliados por bons conjuntos e bons jogadores, que fizeram a glória do futebol brasileiro”. (Fecha o pano!)

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