18 de julho, de 2023 | 06:00

Decepção azul

Fernando Rocha

O técnico Pepa disse, na entrevista coletiva pós-jogo, no Independência, em que o Cruzeiro não saiu do empate de 0 x 0 com o Coritiba, que o time celeste “frustrou a expectativa da torcida”.

De fato, com mais de 22 mil presentes, o torcedor estrelado transformou outra vez o Independência em um “caldeirão azul”, que o próprio Pepa costuma definir como um “ambiente fantástico”, incentivando o tempo todo, mas faltou ao time a inspiração necessária para retribuir com a vitória.

Justiça seja feita, quem mereceu sair com o resultado positivo foi o Coxa, sobretudo no 2º tempo, quando criou inúmeras oportunidades e transformou o goleiro Rafael Cabral no destaque da partida.

Se, por um lado, a defesa continua firme e sem levar gols mais uma vez, impressiona como o ataque celeste é inoperante, além de saltar aos olhos a falta de um jogador no meio-campo para articular e criar oportunidades claras de gol.

Nas poucas vezes em que chegou com perigo ao ataque, o time de Pepa não foi competente nas finalizações, como no 1º tempo, quando Wesley saiu livre, na frente do goleiro, e chutou para fora.

A nova chance para aproximar-se do G-4 será no próximo domingo, quando o Cruzeiro recebe o Goiás, às 16h, no Independência.

Festa bonita
No último domingo foi realizada a primeira partida de futebol no gramado da Arena MRV, chamada de “Jogo das Lendas”, que levou cerca de 20 mil torcedores à nova casa do Galo, menos da metade de sua capacidade total que é de 46 mil pessoas.

Muitos ídolos do passado e do presente compareceram, como Reinaldo, Dadá Maravilha, Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli, Guilherme, Marques, o ex-goleiro Victor, Toninho Cerezzo, entre outros, além de uma justa e merecida homenagem ao artilheiro Ubaldo Miranda, ídolo dos anos 50.

Foi uma belíssima festa, que serviu, também, como “evento teste” para que a diretoria atleticana e as autoridades possam avaliar e melhorar o atendimento aos torcedores-consumidores, a fim de que a Arena MRV possa ser liberada brevemente para jogos oficiais com toda a sua capacidade.

Os problemas detectados e divulgados até que foram poucos e de fáceis soluções: faltou comida nos bares, a cerveja gelada só durou alguns minutos e a abertura do estacionamento precisa ser antecipada, para além das duas horas utilizadas, evitando-se as extensas filas como se viu para estacionar veículos no interior do estádio.

No mais, uma belíssima festa, inesquecível, sobretudo para os atleticanos cada vez mais orgulhosos de sua nova casa.

FIM DE PAPO

O América, no Itaquerão-SP, depois de perder por 3 a 2 no tempo normal de um jogo eletrizante, fracassou na disputa de pênaltis e foi eliminado pelo Corinthians, que avançou à semifinal da Copa do Brasil. Hoje, o Coelho terá outra disputa eliminatória, desta vez pela Copa Sul-Americana, precisando vencer o Colo-Colo do Chile, no Independência, por dois gols ou um gol para levar a decisão aos pênaltis. Fato é que muitos americanos torcem para que ocorra outra eliminação, para que o Coelho se dedique apenas ao Campeonato Brasileiro, onde ocupa a última colocação e está ameaçado seriamente de outro rebaixamento, cientes de que o atual elenco não tem qualidade suficiente para disputar três competições simultâneas.

A comunicação do Atlético tem divulgado como diferencial da “Arena MRV”, em relação a outros estádios recém-construídos ou reformados no país e no continente, o fato de ser a “mais tecnológica”. Além da internet de alta velocidade, que vai permitir selfies, vídeos e ajudar muito o trabalho da imprensa, a casa do Galo terá um sistema de reconhecimento facial no acesso dos torcedores que, neste “Jogo das Lendas”, foi testado com sucesso pela primeira vez, para identificar os profissionais de imprensa credenciados ao evento. Quando for ampliado para todos os torcedores, o sistema poderá auxiliar a polícia no sentido de barrar a entrada dos torcedores baderneiros proibidos por medidas judiciais de frequentar estádios.

A coluna foi escrita de Buenos Aires, na capital Argentina, onde estou desde a última semana aproveitando alguns dias de férias, na residência da minha filha, Ana Luiza, que reside aqui há alguns anos. O River Plate, no momento o melhor time portenho disparado, conquistou, no último sábado, o campeonato nacional ao derrotar por 3 x 1 o Estudiantes de La Plata, com gols de Lucas Beltrán, Nicolás De La Cruz e Esequiel Barco, cobrando pênalti sofrido por Nacho Fernández, todos antes dos 32 minutos da primeira etapa. Assim, Martin Demichelis, técnico dos “Milionários”, ganha o primeiro campeonato argentino da era pós-Gallardo e Enzo Pérez, o seu nono troféu. Nacho Fernández, ex-Galo, o “El Cérebro”, como é chamado aqui, teve uma volta triunfal ao clube onde se sente em casa.

O Monumental de Nuñez, estádio do River Plate, tem capacidade para 84.567 pessoas, sendo hoje o maior da América Latina. Foi reaberto este ano, após uma reforma parcial, e tem recebido lotação máxima em todos os jogos do River Plate. A obra ainda não acabou e o último setor do novo nível de arquibancadas tem previsão de ser finalizado apenas em 2024, quando a capacidade será elevada para acima de 95 mil torcedores. Tentamos ir ao jogo de sábado no Monumental, mas só conseguimos um ingresso ao preço normal. No mercado paralelo, o bilhete de entrada era oferecido pela internet por cerca de R$ 2.500 ou $ 25 mil pesos argentinos. Fiquei na vontade, mas deu para divertir bastante junto aos torcedores do River que também não conseguiram ingressos e lotaram barzinhos para acompanhar o jogo nos telões, desafiando o frio de 9 graus. (Fecha o pano!)

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