18 de julho, de 2023 | 12:00

Abobrinhas egípcias e romanas à moda da Bugra...

Nena de Castro *

Dizem os anais históricos que quando Cleópatra nasceu, seu pai Ptolomeu XII Auletes, completava doze anos de reinado no Egito. Falam que quando a coisa apertava, entre conflitos internos e ameaças externas, ele pegava sua flauta e tocava, tocava, e nunca teve que tomar decisões mais sérias, conseguindo “governar” durante quase 30 anos. Alexandria, na época era um vespeiro onde o sangue corria solto enquanto o governante esvaziava o tesouro real com futilidades e devassidão.

Não havia luta pelo poder, porque seus pais e parentes, foram se aniquilando uns aos outros, de forma que o faraó Ptolomeu governava sem rivais. Roma nessa época lançava as bases de seu poderio pelo mundo todo, e Ptolomeu, afogado em dívidas, devendo pra máfia russa e pra alguns capos do jogo de bicho no Brasil, exilou-se em terras romanas, contudo conservou o título de faraó até o fim da vida, tendo ainda o direito de designar seu sucessor. Assim sendo, nomeou Cleópatra corregente, e ela se casou com o irmão menor Ptolomeu XIII, vez que pela lei vigente, mulher alguma poderia governar sozinha. Esperta, usava a religião para controlar o povo, trajava as vestes sagradas da deusa Ísis, profetizava e proclamava oráculos. Epa, esse negócio de controlar a plebe ignara pela religião vem de longe, como se vê!

O rapaz morreu, dizem que envenenado pela rainha e ela se casou com outro irmão ainda mais novo, Ptolomeu XIV, que passava o dia todo atento aos jogos pelo celular e chupando pirulitos, pois não queria morrer como seu antecessor. Nessa época, Júlio César e Pompeu lutavam pelo poder na poderosa Roma; César ocupou o Egito e se instalou na sede do governo. Impedida de falar com o general em seu próprio palácio, enviou-lhe um tapete que desenrolado, mostrou-a em todo seu esplendor ao romano, e ele se apaixonou por ela. No rala e rola, tiveram um filho, Cesário ou Ptolomeu XV César. Nesse meio tempo, a república romana tinha se tornado um império, Júlio César tinha o poder absoluto em Roma e Cleozinha foi morar lá, porque de boba não tinha nada...

Foi um escarcéu danado, as matronas romanas não viam a egípcia com bons olhos, e os políticos usavam e abusavam de fake news espalhando que ela ambicionava tornar-se senhora de Roma através do filho Cesário e unir os reinos, formando um novo estado, estendido do Oriente ao Ocidente. Diziam que ela tinha enfeitiçado o governante romano usando catuaba, ovos de codorna e baba de sapo e o cara, apaixonado, cedia a todos os seus caprichos...

Então as intrigas culminaram com o assassinato de Júlio César (até, tu, Brutus?) e Cleo se mandou para casa; sabendo que o aeroporto de Roma é perigoso e tem doido agredindo ministro e sua família, preferiu ir em seu luxuoso navio.
Daí a um tempo, vai o Richard Burton - ops! - o general Marco Antonio para o Egito e Cleo conquistou-o também, tendo-lhe dado três filhos. E continuou manobrando para manter seu poder. Ocorre que Otávio, novo governante romano, venceu a guerra com Marco Antonio e ele se suicidou. Dizem que os deuses estavam zangados, pois numa noite em que Marco Antonio tomou muitas caipirinhas, declarou-se o próprio deus BACO. O deus não gostou do atrevimento e tratou de azarar a vida do atrevido, e deu no que deu.

O novo imperador Otávio queria prender Cleópatra e exibi-la em Roma. A rainha declarou “nem morta”! e ornou-se com suas magníficas vestes reais, jantou nababescamente e depois mandou buscar uma cesta de figos deliciosos, com uma cobrinha bem venenosa dentro. Enfiou então a mão na jaca, digo, no cesto, levou uma picada e bateu as botas.

É, a Cleo era mesmo do balacobaco. Dizem no entanto, que seu nariz era comprido, o que não importava, pois as outras partes da moça eram lindas demais e ela sabia como usá-las! O cinema hollywoodiano escalou para vivê-la, a atriz Elizabeth Taylor, a única mulher com olhos cor de violeta do mundo. E o general Marco Antonio era o lindaço Richard Burton. Eles se apaixonaram, desfizeram os respectivos casamentos e se casaram e se divorciaram e se casaram de novo, por oito vezes. Influência da Cleópatra, sem dúvida. E da bisneta da cobra da rainha que envenenava aos dois com um ciumada danada. É, foi assim. E nada mais digo, vai que a cobrinha me acha e resolve acabar comigo pra eu parar de escrever bobices. Au revoir!

* Escritora e encantadora de histórias
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Comentários

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Tião Aranha

18 de julho, 2023 | 13:32

“Bom texto, por ser bastante criativo. Verdade e mentira
transformaram-se em mentiras. Do reinado do Egito pra cá, não existiu nenhum crescimento espiritual; pois, com a jararaca tentando de todas formas dar o bite logrando sempre êxitos nas suas picadas. Que custe bilhões em cada projeto aprovado na arena. Tem muito veneno no ar. Tem que quebrar a cabeça cobra, ou picar o seu corpo com enxadada. É assim que eu fazia quando morava no sítio. Lá tinha muitas cobras. Mas, se ela esconder no verde da bandeira, aí complica pra sempre. Até que na bandeira vermelha, pode. Tá liberado! Risos.”

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