16 de julho, de 2023 | 06:00
Caldeirão azul
Fernando Rocha
O Cruzeiro faz hoje o jogo matinê das 11h, em busca da quinta vitória consecutiva no Independência, que estará lotado mais uma vez de cruzeirenses para empurrar o time rumo à vitória contra o Coritiba - um dos piores times da competição. O objetivo é melhorar ainda mais a sua posição na classificação.O Cruzeiro fez até aqui uma campanha acima das expectativas, ocupa a 9ª colocação, com 21 pontos ganhos, à frente de clubes com maior investimento, como o Internacional, o Athletico-PR, o Corinthians e o Galo, seu maior rival.
Distante 10 pontos do Goiás, primeiro time na zona de rebaixamento, o Cruzeiro cumpre seu objetivo maior de escapar do descenso este ano, mas, sobretudo, se consolida no meio da tabela, cada vez mais próximo da turma de cima, que briga pelo título ou por vagas em competições continentais, algo que, se alcançado, seria um bônus pelo bom desempenho do time.
Apesar da torcida não gostar, pois, de fato, a casa do Cruzeiro é o Mineirão, o time comandado pelo português Pepa tem regulado muito bem no estádio do América que, pelo seu tamanho, facilita a criação de um ambiente muito favorável, além de possuir um bom gramado, o que tem sido importante para o clube celeste alcançar bons resultados neste Brasileirão.
Cara do treinador
O Galo joga amanhã, na Serrinha, contra o Goiás, em busca da vitória para pôr fim ao jejum de cinco partidas sem vencer - desde que o técnico Felipão assumiu o comando do time.
Depois de duas semanas livres para treinar e passar suas ideias de jogo aos jogadores, o torcedor do Galo espera, neste jogo de amanhã, uma equipe com a cara de seu técnico: competitivo, com marcação baixa, mas intensa, em busca da vitória e explorando os contra-ataques.
A volta de Hulk, que representa meio time, depois de cumprir suspensão na derrota para o Corinthians, será, sem dúvida, o maior reforço. Nas oito derrotas do Atlético nesta temporada, Hulk só esteve presente três vezes em campo.
Nas outras cinco, o artilheiro foi desfalque (duas), começou no banco e entrou no segundo tempo (duas) e foi substituído na etapa final (uma).
A torcida do Galo está no nível mais alto de desconfiança com a equipe, o que se deve muito pelo baixo rendimento de alguns jogadores, sobretudo, depois da chegada do novo treinador.
FIM DE PAPO
A novidade hoje no banco de reservas da Raposa será o volante Lucas Silva, de 30 anos, que faz sua terceira passagem pelo clube. Nas duas vezes anteriores, levantou muitas taças e tornou-se ídolo da torcida azul. Não vem de boas temporadas pelo ex-clube, o Grêmio, mas pode recuperar seu bom futebol e tornar-se útil neste atual time celeste. A torcida, também, vai conhecer o lateral colombiano Helibelton Palacios, que deve substituir o titular William, suspenso pelo terceiro amarelo. Marlon será outra novidade na lateral esquerda e fica a dúvida somente na zaga, pois Néris foi muito bem contra o Vasco e pode ganhar a posição de titular na vaga de Lucas Oliveira, que vem falhando muito ultimamente.
Os bastidores do Galo estão bastante agitados e, durante a última semana, teve mais destaque na mídia do que o time. Os 4 erres” estão recebendo críticas ácidas, a meu juízo, algumas delas infundadas ou injustas. Dois temas chamam mais atenção no que diz respeito à transformação do clube em SAF, cuja votação pelo Conselho Deliberativo está prevista para o próximo dia 20. O primeiro é a mudança de lado na questão da criação de uma liga nacional de clubes, pois o clube era um dos líderes da Liga Forte e passou, na última hora, para a Libra, cujo modelo era criticado pelos seus dirigentes atleticanos.
Quanto à transformação em SAF, não vejo outra saída para o Atlético que deve cerca de R$ 2 bilhões e escolheu o atual modelo, pois não surgiu nada melhor do que aí está. É pegar ou largar! Se foi ou não algo premeditado pelos 4 erres”, como sugerem alguns críticos do negócio, o futuro dirá se isso terá alguma influência no objetivo maior que é tirar o Atlético da atual situação e mantê-lo protagonista no cenário do futebol nacional e continental.
Sobre a ida para a Libra, que teria acontecido por conta de pressão do grupo BTG-Pactual, a quem o clube deve R$ 168 milhões, o que poderia inviabilizar a SAF, vão-se os anéis e ficam os dedos. Ninguém pode garantir ao menos que uma dessas ligas sairá do papel e irá prosperar. Nossos dirigentes só enxergam até a altura do próprio umbigo quando se trata de negociar seus interesses financeiros. Que fique bem claro para o torcedor do Galo: sem a participação dos 4 erres”, o clube talvez nem existisse mais. Se alguém estiver disposto a injetar dinheiro no Atlético, ou souber de um grupo econômico que possa fazê-lo melhor do que os 4 erres”, apareça logo e tome conta que o filho é seu.
Existem hoje as redes sociais onde atuam um monte de influenciadores”, que não sabem nada de nada ou sabem muito pouco, mas conseguem, com seus argumentos fracos, fazer a cabeça de muitos atleticanos incautos que caem na conversa e replicam o que dizem, tumultuando um processo que deveria ser tranquilo. Volto a dizer que sem esses bilionários ou mecenas, o Galo já teria cruzeirado” e, certamente, até já estaria extinto do mapa do futebol nacional. Já dizia o ex-governador Leonel Brizola: Os menores seres humanos não são os anões, são os ingratos”. (Fecha o pano!)
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]