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02 de julho, de 2023 | 06:00

Novo Galo

Fernando Rocha

Vítima do calendário insano do futebol brasileiro, o técnico Felipão nem bem chegou ao Atlético e dirigiu o time em três partidas, todas fora de casa, por duas competições diferentes, no intervalo de sete dias.

Nesse curto período à frente do alvinegro, por conta das sucessivas e longas viagens, só pode comandar um treino na Cidade do Galo.

A estreia não foi ruim, ao empatar com o Fluminense, no Rio de Janeiro, com a mentoria do auxiliar fixo do clube, Lucas Gonçalves, que preservou, sobretudo, a marcação alta na saída de bola do adversário, característica principal do time sob o comando do antecessor Coudet.

Três dias depois, a casa caiu diante do Fortaleza, com derrota e péssimo futebol apresentado, notando-se já um desmonte do esquema tático e das ideias implantadas há seis meses pelo técnico anterior.

Na última terça-feira, no jogo decisivo e mais importante da Libertadores, Felipão fez o simples, ao jogar com o regulamento “debaixo do braço” e assim obteve uma difícil classificação às oitavas de final da Libertadores, no empate com o Libertad, no Paraguai.

De volta ao Brasileiro, Felipão teve pelo menos a possibilidade de comandar dois treinos e conhecer melhor todo o elenco, para começar de fato a implantar suas ideias de jogo.

O Galo é favorito neste clássico de hoje, diante do América, mas não terá vida fácil outra vez, pois, além do gramado ruim do Mineirão, vai encarar um adversário motivado pela classificação heroica obtida na Sul-Americana e que precisa vencer para sair da zona de rebaixamento.

Vale a pena?
A pergunta que não quer calar de todo cruzeirense: vale a pena a contratação do volante Lucas Silva, 30 anos de idade, que chega para sua terceira passagem no Cruzeiro?

No Grêmio, seu último clube, desde 2020, onde teve alguns bilharecos, a maior parte de sua passagem foi apagada e nem sequer vinha sendo relacionado ultimamente para os jogos do tricolor gaúcho.

Na atual temporada, Lucas Silva disputou 11 partidas, sem marcar gols ou dar assistências, disputou quatro jogos no Campeonato Brasileiro, o que possibilita que atue pelo Cruzeiro na competição.

Apesar deste retrospecto negativo recente, acho que vale a pena a SAF/Cruzeiro correr o risco, pois, além de nada pagar pela aquisição, o jogador ainda teria aceitado reduzir quase à metade o salário que recebia no Grêmio.

No atual elenco celeste não há nenhum outro jogador com características semelhantes às de Lucas Silva, que, apesar de não ser bom marcador, sabe sair jogando com um índice positivo de acerto de passes, além de chutar muito bem de média distância.

Experiente, conhece o ambiente do clube que o revelou, tem o apoio da torcida, pelas ótimas lembranças deixadas nas conquistas do Brasileiro (2013/2014), Copa do Brasil (2017/2018) e dois estaduais, e, por isso, tem grandes chances de dar certo novamente.

FIM DE PAPO

O Brasileirão chega à 13ª rodada com um terço do caminho percorrido, permitindo apontar um desenho do quadro das disputas. Com 30 pontos e 83,3% de aproveitamento, o Botafogo foi a grande surpresa deste primeiro terço, mas perdeu o treinador, Luís Castro, seduzido pelos milhões de euros do futebol árabe, tornando-se, outra vez, uma grande incógnita. Entre o Flamengo, atual terceiro colocado, e o Galo, que caiu ao décimo lugar, a diferença é de apenas três pontos. Fluminense, Inter, Bragantino e Fortaleza, após boas sequências de vitórias conseguiram se aproximar do chamado G4.

O Cruzeiro, que chegou a liderar no início da disputa, caiu para o meio da tabela, como era previsto até pela sua diretoria. Quebrou uma sequência negativa ao vencer o São Paulo, na última rodada, e ficou a uma distância segura de seis pontos do 17º lugar, o Goiás, primeiro time na zona de rebaixamento. Santos, Bahia, Corinthians e Cuiabá estão pendurados na brocha, muito próximos dos quatro últimos, que são, além do Goiás, o América, o Vasco e o Coritiba.

Nem mesmo o técnico Vagner Mancini, que admitiu publicamente a fragilidade do elenco para disputar três competições simultâneas, acreditava na classificação do América na Sul-Americana. Mas ela aconteceu com um time quase todo composto por reservas, de virada, por 2 x 1, no fraquíssimo Peñarol, em Montevideo. Agora, queira ou não o Mancini e quem mais duvidou do Coelho, a equipe vai enfrentar o Colo-Colo do Chile, eliminado da Libertadores, na repescagem da segunda mais importante competição da Conmebol.

Na Libertadores, também, houve a definição dos classificados para as oitavas de final. O Galo já sabe quem não irá enfrentar, que são os times do seu mesmo pote 2: Flamengo, Nacional, Bolívar, River Plate, Argentinos Juniors, Deportivo Pereira (Colômbia) e Atlético Nacional (Colômbia). Do pote 1 sairá o adversário do Galo e poderá ser uma destas equipes: Racing (Argentina), Internacional, Palmeiras, Fluminense, Independiente del Valle (Equador), Boca Juniors, Athletico-PR e Olímpia (Paraguai). O sorteio será na próxima quarta-feira, às 13h, na sede da Conmebol. Até lá, cabem pitacos sobre qual adversário seria melhor para o Galo enfrentar. Os meus preferidos, por vários e muitos motivos, são Athletico-PR ou Olímpia. (Fecha o pano!)

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