02 de julho, de 2023 | 09:00

Alívio no bolso: itens básicos da alimentação apresentam queda de valor em relação ao ano passado

Leite, carne e óleo de soja são produtos que se destacam pela queda de preço na comparação com 2022

Diário do Aço
O leite, alimento muito comprado principalmente por quem tem criança em casa, é vendido em 2023 abaixo de R$ 4 O leite, alimento muito comprado principalmente por quem tem criança em casa, é vendido em 2023 abaixo de R$ 4

Ir ao supermercado em 2022, para muitos brasileiros, parecia o mesmo que assistir a um filme de terror, já que os valores praticados em alguns alimentos assustavam, e muito, os consumidores. Itens básicos do dia a dia das famílias, como o leite, o óleo de soja, o arroz e a carne, haviam se tornado motivo de apreensão durante a ida ao mercado no ano passado. O jeito era pesquisar, procurar promoções e, em alguns casos, até mesmo abrir mão de algum item. Uma realidade que muitos querem esquecer. Mas isso parece estar mudando.

Neste ano, gradualmente, durante as idas ao mercado, o consumidor tem a percepção que os preços de alguns produtos essenciais caíram consideravelmente em relação a 2022. O Diário do Aço fez um levantamento e acionou fontes que pudessem explicar a queda nos preços. Para isso, vale lembrar um pouco dos preços no ano que passou.

Cenário em 2022
Em março de 2022 uma notícia publicada pelo DA tratava de uma ação do governo federal, zerando impostos de importação de etanol e seis alimentos da cesta básica, para tentar conter a disparada de preços. O texto mencionava os valores praticados em alguns produtos. No caso do óleo de soja, os preços nos supermercados variavam de R$ 9,50 a R$ 11,20.

O valor do leite também foi pauta no jornal e deixou muitos pais de família preocupados. Em julho de 2022, a reportagem fez um levantamento de preços: o leite Ibituruna foi encontrado a R$ 6,85. O leite Piracanjuba era vendido por R$ 6,95. A marca mais cara encontrada foi do Leite Integral Ninho, comercializado a R$ 7,85, na época. A alta no preço da carne, especialmente a de boi, também foi notória nos três anos anteriores.

Percepção de queda é real
A reportagem então perguntou a um profissional que trabalha no ramo alimentício se a sensação de alívio no bolso, sentida por parte da população, realmente é real ou se trata apenas de um desconto temporário. Foi questionado se alguns itens, efetivamente, diminuíram de preço. Pedro Henrique Rodrigues, comprador que atua na rede de supermercados Coelho Diniz, confirmou: “A impressão realmente procede, principalmente nos itens básicos, como leite, carne e óleo de soja. Não é desconto temporário”.

O representante da empresa explicou à reportagem que no caso da soja, o ano de 2023 foi muito bom para a colheita. “Com isso, os preços caíram e o consumidor foi beneficiado”, esclareceu.
Para a queda no valor da carne, um outro fator: “As exportações diminuíram, principalmente para a China, e isso fez com que os preços no mercado interno (Brasil) caíssem”.

Indagado se essa onda de redução de preços deve continuar, Pedro Henrique afirmou que ainda é cedo para cravar tal informação. “Pois são mercados instáveis e que dependem muito do cenário de exportação (EUA e China)”, disse.

Diário do Aço
O óleo de soja, que chegou a custar mais de R$ 10 no ano passado, nesta semana, na RMVA, foi encontrado a R$ 5,49 O óleo de soja, que chegou a custar mais de R$ 10 no ano passado, nesta semana, na RMVA, foi encontrado a R$ 5,49
Preços em 2023
Uma ida ao supermercado e a comparação de preços evidencia a queda em relação ao ano anterior. Nesta semana, na Região Metropolitana do Vale do Aço, o leite integral da marca Ibituruna foi encontrado a R$ 3,99, ou seja, uma queda superior a R$ 2,80. O quilo do contrafilé, da alcatra bovina e do patinho também estava com um valor mais “atraente”, sendo vendido a R$ 29,99. A fraldinha e a maçã de peito por R$ 24,99 o quilo. O óleo de soja, que chegou a custar R$ 11 em 2022, hoje já está pela metade desse valor, e pode ser encontrado a R$ 5,49.

Motivos para redução
O professor Mauro Sayar Ferreira, do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apontou os motivos que propiciaram esta queda de preços em alguns alimentos. O primeiro deles foi o declínio do preço das commodities (produtos de origem agropecuária ou de extração mineral, produzidos em larga escala e destinados ao comércio externo) no mercado internacional. “A razão para essa queda no mercado internacional tem muito a ver com o desaquecimento das economias no mundo todo, principalmente por causa do aperto da política monetária para combater a inflação”.

Outro fator que não deve ser desprezado, de acordo com Mauro Sayar, é o efeito da grande safra agrícola que o país registrou. “O Brasil teve uma safra agrícola espetacular no início desse ano. Fatores climáticos contribuíram bastante. E essa oferta bem elevada também contribui para a redução dos preços no mercado interno”. Por fim, um último item para essa lista: a queda do valor do dólar. “Preço da carne, preço do milho, preço de soja, preço do aço. São todos preços formados no mercado internacional. Então, esse fator adicional, a questão do dólar contribui ainda para fazer com que os valores em reais tenham declinado ainda mais”.
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Comentários

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Chaves

02 de julho, 2023 | 15:25

“? por isso que eu fiz o L e o minto falando para a população que não tinha como interferir nos preços dos alimentos, graças a Deus que agora vai 8 anos sem se preocupar com esse tormento.”

Stop

02 de julho, 2023 | 10:49

“e o ex presidente disse que nada podia fazer para baratear os preços dos combutiveis e alimentos sempre jogando a culpa nos outros”

Paulo

02 de julho, 2023 | 09:26

“Isso é um absurdo. Coisa de comunistas ficar reduzindo preço de alimentos. Sou patriota, quero pagar 10 reais no leite... Quero me preocupar com o banheiro unissex porque é mais importante do que minha qualidade de vida.
kkkk”

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