27 de junho, de 2023 | 06:00

Outra postura

Fernando Rocha

O foco do Galo é total no jogo decisivo de hoje, às 19h, em Assunção, no Paraguai, contra o Libertad que vale a classificação para a fase de mata-mata da Copa Libertadores.

O time comandado por Felipão pode até perder por um gol de diferença, que ainda assim garante vaga na próxima fase do mais importante torneio do continente, maior sonho de consumo da sua torcida.

Ao contrário do empate contra o Fluminense, na derrota do último sábado para o Fortaleza, pelo Brasileiro, houve uma mudança tática do time com marcação mais baixa e menos intensidade.

Se Felipão enfiar a colher de pau, sem tempo para treinar, impondo já suas ideias de jogo, que são opostas às do ex-técnico Coudet, periga o Galo sofrer um fracasso retumbante, pois o time não vinha jogando mal e os resultados eram satisfatórios.

Como é comum a gente dizer, aqui nos nossos grotões: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Coudet é um bom técnico e não deixou o Galo pelos resultados de campo, mas pelo comportamento inadequado fora dele.

Felipão pode, deve e vai mudar a maneira do time do Galo atuar, mas tem de ser aos poucos, não pode ser numa lapada só. O que todos esperam hoje é uma postura do time ativa e não reativa como ele gosta, com marcação alta e que ocupe os espaços tendo espírito de decisão, se impor diante do adversário mais fraco tecnicamente, ou nada a ver com o time que jogou e perdeu para o Fortaleza.

Fim do jejum
O torcedor cruzeirense foi o único mineiro a sorrir com os resultados da 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, após a vitória suada de 1 x 0 sobre o São Paulo, no bom gramado do Independência.

O time comandado pelo técnico Pepa conseguiu quebrar um jejum incômodo de sete jogos sem vitórias, sendo cinco deles na maior competição nacional, se distanciando agora 6 pontos do Goiás, primeiro time da zona de rebaixamento.

E não foi tarefa fácil, pois o São Paulo também possui uma camisa pesada e uma equipe mais qualificada tecnicamente, vindo de bons resultados e motivado desde a chegada do experiente técnico Dorival Júnior.

O Cruzeiro lutou muito, marcou muito bem, mas pecou na criação, não conseguiu acertar um chute sequer no gol do tricolor paulista, e teve a seu favor um gol contra marcado pelo lateral Rafinha.

O São Paulo criou mais, no entanto, parou na atuação impecável do goleiro Rafael Cabral, que fez ótimas defesas e se reabilitou perante a torcida insatisfeita com falhas anteriores cometidas por ele, sobretudo, no gol de falta marcado por Hulk, no clássico contra o maior rival.

Disputando somente o Brasileiro, o técnico Pepa terá agora bastante tempo para preparar o time celeste visando aos dois próximos confrontos fora de casa: contra o Internacional no próximo sábado(1/7), às 21h, no Beira-Rio, e depois o Vasco da Gama, no sábado (8/7) , às 18h30, em São Januário ou outro estádio a ser indicado pelo cruzmaltino, que foi punido e terá de jogar com portões fechados.

FIM DE PAPO

O primeiro terço do Campeonato Brasileiro está quase completado e a grande surpresa continua sendo o Botafogo, que, apesar de ainda gerar incredulidade em muita gente, continua jogando bem e fazendo vítimas improváveis, como o poderoso Palmeiras, derrotado por 1 x 0 em pleno Allianz Parque completamente lotado. O alvinegro de Tiquinho Soares, artilheiro da competição com 9 gols, chegou a 30 pontos ganhos, 7 na frente do vice-líder, Grêmio. Flamengo e Palmeiras, com os mesmos 22 pontos, dividem respectivamente a terceira e quarta posições, completando o G-4.

Se o nível técnico não é lá essas coisas, pelo menos o Brasileirão da Série A mostra um equilíbrio que não é comum de se ver em competições na Europa. Do Flamengo, 3º colocado, ao Galo, 10º, a diferença é de 3 pontos, ou seja, apenas uma vitória separam oito equipes. Já o Cruzeiro, com a vitória sobre o São Paulo no ultimo sábado, manteve-se em 12º lugar, tem 17 pontos, agora 6 pontos e não mais os 3 que o separavam do primeiro da zona de rebaixamento, o Goiás, que tem 11. O terceiro bloco dos times que lutam contra o rebaixamento também está embolado, onde a diferença que separa o Santos, 13 pontos e 13º lugar, para o Goiás, em 17º e primeiro time na zona da degola, também é de apenas 3 pontos.

O América sofreu mais uma derrota incrível, desta vez para o Internacional, 2 x 1 de virada, em pleno Independência. Por essas ironias do destilo, o Coelho está vivo na disputa de três competições simultâneas: Copa do Brasil, Sul-Americana e Brasileiro. Não tem elenco em quantidade e qualidade de jogadores para isso e sofreria se estivesse disputando apenas uma dessas competições. Apesar da arrecadação milionária com a venda recente de atletas, a diretoria não subiu o patamar das contratações e optou por jogadores problemáticos ou envolvidos em polêmicas com a polícia e justiça. Está colhendo o que planta e a Série B vai ficando cada vez mais próxima.

Muitos colegas respeitáveis da nossa crônica se equivocaram ao se referir ao piso do Independência, reaberto no último sábado com o jogo Cruzeiro 1 x 0 São Paulo. O gramado não foi “trocado”, como disseram, mas sim reformado. O trabalho consiste em aplicar algo em torno de 400 kg de sementes do tipo “ryegrass” que, associada à grama bermuda celebration, melhora o aspecto visual e a densidade do campo nessa época de temperaturas mais baixas. A bermuda celebration do Independência, do Mineirão e também a do nosso Ipatingão, rotulada como “padrão Fifa”, é a base de sustentação do gramado para todo o ano, mas, nos períodos de temperaturas mais amenas como agora, entra em processo de dormência como outras plantas comuns. O processo de recuperação dura, em média, 15 dias e o gramado fica em ótimo estado, como é o caso do Independência. Não é segredo e não há milagre algum. O problema do Mineirão é que não dá tempo para recuperar o gramado, logo tem um novo show com pisoteio por milhares de pessoas. (Fecha o pano!)
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