10 de junho, de 2023 | 12:00

Ainda é incerto início das operações com Boeing 737 no Aeroporto Regional

Tiago Araújo - Repórter
Apesar do anúncio da Gol prevendo que o Vale do Aço teria, a partir de julho deste ano, voos em aeronaves Boeing 737, que transportam até 186 passageiros, há ainda incertezas se isso será efetivado ainda este ano. Enquanto isso, já existem voos da Gol com aviões desse porte nos aeroportos de Ribeirão Preto (SP) e Passo Fundo (RS). A companhia também iniciou a venda de passagens, com data a partir do próximo mês, em aeronaves Boeing 737 de Congonhas (SP) para Uberaba (MG) e Araçatuba (SP).

Atualmente, o Aeroporto Regional do Vale do Aço está sob controle do Estado de Minas Gerais e com a operação aos cuidados da Infraero, empresa pública federal prestadora de serviços que assumiu a gestão em agosto de 2020. Os únicos voos comerciais são operados pela Azul, para Confins, com aeronaves ATR-72 e pela Voe Pass, em parceria com a Latam, também usando aeronaves ATR-72 na rota para o aeroporto de Congonhas (SP).

Questionada pelo jornal Diário do Aço acerca da operação com aviões maiores, a Gol informou por meio de nota que suspendeu suas operações no Aeroporto Regional do Vale do Aço em 9 de maio, devido à necessidade de mudanças de malha aérea. “A Companhia realizou estudos de viabilidade econômica para atender este mercado com aeronaves próprias, modelo Boeing 737, mas no momento não há previsão de curto prazo para o retorno dos serviços da Gol neste aeroporto. Qualquer novidade sobre esse tema será divulgada à comunidade local e aos veículos de imprensa em momento oportuno”, afirmou.

Sem solicitação oficial

Já a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) ressaltou, por meio de nota, que desde a conclusão das obras de restauração da pista no Aeroporto Regional, em dezembro de 2021, vem dialogando com o Governo Federal para buscar investimentos que possibilitem o aumento do número de operadoras de transporte aéreo no terminal do Vale do Aço, dentro das normas existentes.

“Cabe esclarecer, ainda, que até o momento a Seinfra não recebeu a solicitação oficial de operadoras de transporte aéreo, no que diz respeito à operação com aeronaves de maior porte e de propulsão a jato no Aeroporto”, pontuou.

Especificação operativa

A reportagem do Diário do Aço questionou também a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) se o Aeroporto Regional do Vale do Aço é homologado à categoria 4C, podendo receber jatos Boeing B737. A agência governamental respondeu que a especificação operativa de um aeródromo é atribuída apenas para aeródromos certificados de acordo com o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) nº 139 - no caso, autorizados para a operação de serviços internacionais regulares ou não regulares. “Como o Aeroporto Usiminas (SBIP) não é um aeródromo certificado, ele não possui essa especificação operativa”, explicou.

Análise

A Anac também destacou que a não certificação não é necessariamente um impeditivo para a operação de aeronaves com as características englobadas na categoria 4C, no caso Boeing B737, e que está em análise o Aeroporto Regional a possibilidade de receber aeronaves desse porte. “Atualmente, a possibilidade de operação de um B737 (que opera sob o RBAC 121) no SBIP passa por análise conjunta entre o operador de aeródromo e o operador aéreo”, afirmou.

Infraero

Por fim, a reportagem do Diário do Aço procurou a Infraero, responsável pela administração do Aeroporto Regional, para que se pronunciasse acerca da possibilidade do terminal receber voos B737, no entanto, a Infraero apenas orientou que o jornal procurasse o governo do Estado.

Expansão do aeroporto é uma demanda à espera de atendimento

Procurado pelo Diário do Aço, o deputado estadual, Celinho Sintrocel (PCdoB), informou que existe um processo de regularização do terreno do Aeroporto Regional, no qual parte dele pertence à Usiminas e à administração de Santana do Paraíso. “Está sendo feito todo um processo de doação do terreno para o governo estadual, que é administra o aeroporto, por meio da Infraero, para que seja liberada a modernização do terminal, com novas salas de embarque e desembarque, áreas de estacionamento, hangares e dentre outras melhorias”, afirmou.

O parlamentar também destacou que, no momento, não é possível prever uma data para que esse processo de modernização seja iniciado, porém, está em discussão junto à Agência de Desenvolvimento da Metropolitana do Vale do Aço e a Secretaria de Infraestrutura do Estado. “Está na escala de prioridade do governo estadual para que o Aeroporto Regional do Vale do Aço seja o segundo terminal mais movimentado de Minas Gerais”, concluiu.

Plano Diretor prevê expansão, mas está só no papel

Desde agosto de 2021 está concluído o Plano Diretor do Aeroporto Regional do Vale do Aço. O plano, cujo trabalho foi coordenado pela Agência Metropolitana do Vale do Aço, foi traçado por equipe ténica e prevê a ampliação do terminal.