04 de junho, de 2023 | 08:00

Fabricianense lança seu primeiro álbum de música instrumental

Durante o período de distanciamento social, Macro-Jê se inspirou na arquitetura do Centro de Belo Horizonte para criar suas composições

Tamiris Fonseca/Divulgação
''O que desejo é que essas músicas tragam boas lembranças e façam parte de boas memórias de quem escutar'', declarou Allysson''O que desejo é que essas músicas tragam boas lembranças e façam parte de boas memórias de quem escutar'', declarou Allysson
(Stéphanie Lisboa - Repórter do Diário do Aço)
O artista independente Allysson Miranda, conhecido como Macro-Jê, lançou na sexta-feira (2), seu primeiro álbum de música instrumental: Brises. As composições, inspiradas na arquitetura do Centro de Belo Horizonte, foram criadas durante o período de distanciamento social, necessário devido à pandemia de covid-19.

Allysson é natural de Coronel Fabriciano, cidade em que morou até os 18 anos de idade. Em sua jornada, passou por Itabira, onde estudou música na Escola Livre daquela cidade e hoje, aos 31 anos, mora na capital mineira.

As primeiras experiências com a música vieram de referências do seio familiar, do pai e da mãe. “Meu primeiro contato com a música foi com a minha mãe que cantarolava Carinhoso, do Pixinguinha, para eu dormir. Ela me apresentou muito da música brasileira. Meu pai também é uma grande influência. Sempre foi um grande colecionador de músicas, com muitos vinis, fitas K7, CDs e um som que escutava MPB, rock, pop nacional e internacional”, lembrou.

Na adolescência, aos 14 anos, o artista aprendeu a tocar seu primeiro instrumento musical, o violão. Apesar disso, sua companheira inseparável é a guitarra, seu equipamento musical principal. Além dos instrumentos mencionados, Allysson toca baixo, arranha um teclado e faz beats. “A maioria dos instrumentos tocados no disco foram compostos/tocados por mim”, contou.

Inspiração

As músicas instrumentais do álbum, segundo Macro-Jê, foram inspiradas na arquitetura de BH e em memórias vividas durante o isolamento social. O músico contou à reportagem do Diário do Aço que nesse período de limitação do convívio ficou paranoico, teve medo de sair de casa e até mesmo de encontrar pessoas. Sua válvula de escape foi a música.

“Acabei dedicando muito do meu tempo para música para me distrair do que estava acontecendo em volta da gente. Durante esse período as minhas janelas me fizeram muita companhia”, recordou.

Nessa fase, Allysson morou em três apartamentos diferentes no Centro da capital, oportunidade que permitiu a ele observar a cidade. “Junto disso veio a saudade muito grande de casa, pois consegui vir muito pouco a Coronel Fabriciano. Essa mistura acabou resultando nas músicas do meu primeiro disco. Inspiradas nas linhas curvas e retas de uma cidade vazia, misturada com uma saudade que não passa”.

Brises

O nome escolhido para o disco é Brises. O título tem relação direta com as influências externas do músico para compor as melodias. “Brises são elementos arquitetônicos muito bons para países tropicais como o nosso. Eles ajudam a deixar o ambiente mais arejado, diminuem o impacto do sol, deixam as fachadas dos prédios mais elegantes. O que as pessoas podem esperar do meu disco é um pouco disso, um aconchego elegante, mas um pouco melancólico”, definiu.

Vaporwave e Lo-fi

Foi Allysson que fez a composição, produção, gravação, mixagem e identidade visual de todo o disco. Emilio Moreira, violonista sete cordas, participou no álbum como arranjador e coprodutor. As músicas são do gênero Vaporwave e Lo-fi. Não sabe que estilos são esses? O músico explica: “Vaporwave é um estilo musical e também uma estética. É um movimento que traz uma fascinação nostálgica pela tecnologia dos anos 80 e 90. O Lo-fi é um estilo que traz músicas com andamento mais lento que colocam sons que normalmente não são ideais numa gravação, como notas tocadas incorretamente”, detalhou.

Lançamento

Macro-Jê não sabe se terá uma grande audiência, mas espera que as músicas tragam boas lembranças a quem escutar. Para ter acesso ao trabalho do fabricianense, basta acessar as plataformas de streaming de música. “Hoje sou mais escutado no Spotify, YouTube e Apple Music. Vocês também podem me seguir no insta no perfil @macro.je”.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário