27 de maio, de 2023 | 08:30
Sobrecarga de trabalho e remuneração: entenda quais são as reivindicações dos médicos do HMC
Arquivo Pessoal
Geraldo Mascarenhas Diniz é sócio do Escritório Chenut Oliveira Santiago, que está representando os profissionais nas negociações

Durante três dias neste ano, os médicos do Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga, suspenderam os atendimentos em consultório, exames e cirurgias eletivas para reivindicar melhorias nas condições de trabalho, mobilizações que chamaram de Paralisação de Advertência”. Esta foi a forma encontrada pelo Corpo Clínico do hospital para demonstrar o descontentamento diante da suspensão de diálogo nas tratativas pelas melhorias e para sensibilizar a instituição.
Com a finalidade de compreender de forma mais aprofundada quais são as demandas dos profissionais, a reportagem do Diário do Aço procurou o escritório de advocacia Chenut Oliveira Santiago, que está representando o Corpo Clínico do HMC nas negociações. O advogado Geraldo Mascarenhas Diniz, sócio do escritório e especialista em negociação, listou à reportagem quais os fatores têm provocado um incômodo à categoria médica no Márcio Cunha.
O excesso e a sobrecarga de trabalho, a dificuldade em se exercer amplamente a medicina diante da estrutura que se tornou pequena em face da demanda, como por exemplo o número de salas de cirurgia e leitos de UTI, e a remuneração do Corpo Clínico em padrões muito abaixo daqueles praticados no mercado. Em alguns casos, o reajuste em 13 anos foi de 8%”, descreveu o advogado.
Reivindicações
Geraldo evidenciou em sua declaração a importância e grandeza do HMC para o Vale do Aço. Lembrou que o hospital é referência no atendimento de pacientes graves e de alta complexidade em várias especialidades, além de atender a maior parte dos casos de urgência e emergência da região. Mas, por outro lado, lamentou a ocorrência de sobrecarga dos profissionais. O volume muito grande de atendimentos, em contraposição com o Corpo Clínico disponível, gera sobrecarga dos profissionais e risco na assistência”, alertou.
Além do excesso de trabalho, o Corpo Clínico reivindica a recomposição dos honorários e dos quadros médicos, em função da saída constante de profissionais. O advogado apontou outras melhorias solicitadas pela categoria, como: aumento do número de salas no bloco cirúrgico e leitos de Terapia Intensiva. Aumento do número de médicos plantonistas em alguns setores, como por exemplo, sala de parto e pronto-socorro, e do pessoal de cuidados assistenciais”.
Os médicos questionam ainda a ausência de remuneração para os plantões de sobreaviso. O médico fica à disposição do HMC e nada recebe por isso”, relatou.
Evasão de profissionais
A política de remuneração praticada pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX) estaria, segundo o advogado, espantando os profissionais. Este cenário tornou o HMC muito pouco atrativo aos médicos, levando a uma notória evasão de bons profissionais, com enorme dificuldade de recomposição pelo HMC das equipes de especialistas. A sobrecarga de trabalho é crescente”.
Acordo
O especialista em negociações disse que os médicos estão unidos, coesos e determinados por suas reivindicações e que a resistência por parte da FSFX e do HMC em avançar nas negociações é muito ruim para todos, inclusive para a população do Vale do Aço. É necessário que a FSFX retome as negociações e formalize uma proposta que atenda razoavelmente os justos pleitos do Corpo Clínico”.
FSFX
Por meio de nota, a Fundação São Francisco Xavier detalhou a estratégia adotada na negociação com os médicos. No último dia 17 de maio, foi realizada uma reunião com a equipe médica e, em paralelo, a Diretoria da FSFX vem realizando conversas e negociações clínica a clínica, já resultando em grandes avanços”. No texto enviado ao Diário do Aço, a instituição afirmou que se mantém empenhada em manter o alto nível que sempre caracterizou os serviços prestados e ressalta que todos os esforços estão sendo feitos visando não gerar impacto direto aos usuários que precisam de assistência à saúde”.
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Marcel
27 de maio, 2023 | 20:24Isto e reflexo da pessima administracao da FSFX,os mesmos que administram a "USINA".So querem lucrar e nao dao condiçoes de trabalho,igualzin na "USINA".
Chefetes arrogantes que se acham deuses e donos da USINA e FSFX.A FSFX e um dos piores salarios da regiao,e so perguntam algum funcionario.Do jeito que as coisas caminham daqui uns dias vai ter outdoor e feira de empregos na cidade pricurabdo medicos,igual umas empresinhas do grupo.”
Lc
27 de maio, 2023 | 19:09Só assim pra ouvi a voz dos trabalhadores, por que quando os funcionários da higienização, almoxarifado, manutenção, logística, recepção e vários outros setores reivindica uma remuneração melhor ninguém da ouvidos, aí acaba como sempre com seus 800 reias de pagamento no final do mês.”
Marley
27 de maio, 2023 | 17:50Parabéns aos profissionais da saúde pela iniciativa de reevidicar melhores salários e condições de trabalho .
Por anos essa instituição vem sugando , tantos os funcionários quantos os associados do plano de saúde .
Agora é a hora de retribuir com respeito a categoria.
Quis abocanhar a região toda pra ganhar mais dinheiro , agora não dá conta .
Parabéns para esses guerreiros da saúde .”
Peão
27 de maio, 2023 | 14:34Uai,greve não era coisa de Comunista vagabundo ? Não foram esses aí que sempre gritaram aos quatro cantos o fatídico clichê: Não fale em crise, trabalhe ! O mundo não gira caro leitores, ele capota.
Agora só um refexão: A caracterização como "vagabundos" daqueles que resolvem cruzar os braços e protestar por direitos não é nova e nem foi inventada por políticos brasileiros.”
José
27 de maio, 2023 | 13:40Baixa remuneração, pessimas condições de trabalho, falta de estrutura, acedio moral a funcionários.... essas qualidades se resumem a um nome... SISTEMA USIMINAS E FSFX”
Manuel Teixeira
27 de maio, 2023 | 13:33Acho justo e louvável, está atitude dos médicos, os médicos são a parte mais importante deste processo todo, são eles e que dão ao Hospital, está imagem que o mesmo tem na sociedade, e talvez até no Brasil, não podem ser ignorados, sem eles não tem Hospital, até porque a FSFX, tem está cultura de salários baixos , isso de forma generalizada, está certa a categoria, parabéns!”