23 de maio, de 2023 | 07:30

Casos de gripe aviária acende alerta no país e veterinário do IMA reforça sobre cuidados

IMA
O veterinário Raul Fonseca Neto realiza coleta de sangue em avesO veterinário Raul Fonseca Neto realiza coleta de sangue em aves
(Silvia Miranda - Repórter do Diário do Aço)
Espírito Santo e Rio de Janeiro registraram casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) de subtipo H5N1, também conhecida como gripe aviária. Há também casos suspeitos de influenza aviária em humanos, mas até então nenhum confirmado. Na tarde desta segunda-feira (22), o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional, por um prazo de 180 dias, em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade (IAAP) em aves silvestres no Brasil.

Várias medidas para o controle da doença no Brasil vêm sendo tomadas desde novembro de 2022. Em março deste ano, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) publicou uma portaria estabelecendo a suspensão, durante 90 dias, da participação de aves e suínos em eventos, como feiras, exposições e torneios que possam promover a aglomeração de animais.

O médico veterinário e fiscal do IMA no Vale do Aço, escritório seccional de Ipanema, Raul Fonseca Neto, esclarece que a gripe aviária ou influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) é uma doença muito perigosa para a avicultura industrial, causando alta mortalidade de forma súbita e sem manifestação de sinais clínicos. “Além de queda na postura e produção de ovos deformados, com casca fina ou sem pigmentação, causando imenso impacto nas exportações e um aumento significativo dos preços dos produtos (carne e ovos) no mercado interno. Mas até o momento a IAAP foi confirmada no Brasil somente em aves silvestres”, esclarece o profissional.

Pandemia
Atualmente o mundo vivencia a maior pandemia de influenza aviária de alta patogenicidade e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais. Com relação ao consumo da carne e dos ovos, o veterinário do IMA explica que há um risco muito baixo de contaminação para a população, que deve se preocupar mais com a hipótese de contaminação cruzada com alimentos não cozidos durante o preparo.

“Pois além desses produtos serem consumidos cozidos ou assados (que inativa o vírus), o trabalho do IMA, seja na defesa sanitária animal na fiscalização dentro das granjas ou na inspeção dos abates das aves nos frigoríficos, diminuem consideravelmente a possibilidade de aves e ovos com a IAAP serem comercializadas para o consumo. O que ressalta a importância de o consumidor sempre adquirir produtos de origem animal que possuam o selo de Inspeção”, alerta Raul.

Criadores devem adotar cuidados
Ainda conforme orientação do médico veterinário, os criadores precisam intensificar as medidas de biosseguridade dos criatórios para diminuir a chance de entrada da IAAP.

E algumas delas são: proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção; evitar visitas em locais com aves silvestres; ausência de outras aves na propriedade; conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão; manter o portão de acesso da propriedade fechado; desinfecção de veículos em pleno funcionamento; desinfecção de materiais que acessem a granja; uso de roupas e calçados exclusivos no acesso à granja; pedilúvio no acesso aos núcleos e aos galpões (solução desinfetante num recipiente); cuidados com a ração; cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos); controle de pragas; restringir criação de aves pelos funcionários.

“Importante ressaltar que, para uma boa biosseguridade, cada caso deve ser analisado e implementado pelo responsável técnico da granja ou um médico veterinário”, reforça Raul Fonseca.
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