20 de maio, de 2023 | 12:00
Com dados vazados, golpista abriu conta em nome de ipatinguense
Reprodução
Ipatinguense levou um susto quando descobriu que havia uma conta aberta com o seu nome e CPF em banco do qual nunca tinha ouvido falar

Outro caso de golpe registrado no Vale do Aço, nos dias anteriores, faz acender o sinal de alerta para as consequências do vazamento de dados pessoais. Um morador de Ipatinga, de 50 anos, relatou em mensagem enviada ao jornal Diário do Aço que teve seus dados usados para a abertura de uma conta fantasma em uma financeira e banco digital no Estado de São Paulo. Embora a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei n° 13.709/2018, estabeleça multas vultosas para as empresas e até punição cível e criminal para quem vazar dados e/ou deixar de cuidar para evitar os vazamentos, eles são uma realidade.
O cidadão estranhou o fato de clientes para os quais presta serviços terem enviado comprovantes de transferências de pagamentos via Pix sem que o dinheiro tivesse entrado em sua conta.
Ao investigar o que tinha ocorrido, a vítima descobriu que golpistas usaram seus dados pessoais para abrir a conta no banco financeira BMP MoneyPlus. E não foi só isso, usaram o CPF da vítima para criar uma chave de Pix e, dessa forma, receber pagamentos de quem digitasse indevidamente o CPF como chave. O mais curioso é que eu nunca usei meu CPF como chave de Pix em nenhum banco. Quando descobri essa fraude com meus dados entrei na minha conta corrente na Caixa e tentei cadastrar o CPF como chave alternativa. Deu que já estava sendo usada. Reivindiquei a propriedade da chave e, em 24 horas, consegui assumir o controle”, detalha a vítima.
O homem afirma que os clientes também erraram, ao usar o CPF como chave de Pix e por não conferirem para qual banco estavam fazendo a transferência. Primeiro que eu não forneci o CPF como a chave do Pix. A chave informada era outra, meu número de telefone. Segundo, que a minha conta para o recebimento era no Bradesco e não nessa tal BMP, da qual eu nem fazia ideia que existia, até então. Portanto, quando a pessoa for transferir, primeiro confira a chave, o nome do destinatário e confira o banco informado pela pessoa que vai receber”, alertou.
Quanto à BMP, segundo a vítima, somente depois de fazer um registro nos canais públicos de reclamação (reclameaqui.com.br e consumidor.gov.br) e ainda representar na ouvidoria da instituição, o caso passou a ser resolvido. Os valores, que somam cerca de R$ 2.500 depositados indevidamente para o golpista na conta fraudada, foram repassados à vítima e a conta foi excluída pelo BMP.
Para o ipatinguense, a lição que fica nesse caso é que não existe segurança financeira no mundo digital. Nossos dados são vazados aos montes. Quando vamos abrir uma conta temos que entregar um mundo de documentos, assinar papelada, cadastrar biometria e tantas outras coisas. Agora, os golpistas, eles conseguem abrir uma conta em seu nome, usar seu CPF como chave de Pix e receber dinheiro em seu nome. Com isso, aprendi que vez ou outra é bom dar uma vasculhada, porque nesse momento, seus dados podem estar sendo usados de forma indevida por aí”, conclui a vítima.
Sem resposta
A reportagem do Diário do Aço procurou a assessoria da financeira BMP e solicitou um posicionamento acerca do caso apresentado, entretanto, a resposta não foi enviada.
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