21 de maio, de 2023 | 14:00

Opinião: Depois de escutar, falar com o coração

Osvaldo Luiz Silva *

Neste domingo, dia da Ascensão do Senhor, celebra-se também o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Todos os anos, o Papa propõe uma reflexão para os comunicadores e toda a sociedade, não só para os católicos.

Neste ano, inspirado na Carta de São Paulo aos Efésios (Ef 4,15), Francisco traz como tema: “Falar com o Coração. Testemunhando a verdade no amor.” A mensagem foi divulgada no dia de São Francisco de Sales, padroeiro dos Jornalistas Católicos, e modelo para a Congregação Salesiana, escolhido por outro santo, Dom Bosco.

Para o papa, Francisco de Sales é o Santo da Ternura, que nos ensina a "narrar a verdade com coragem e liberdade, mas sem sensacionalismo e agressividade”. O Santo Padre afirma que não devemos temer falar a verdade; mas devemos temer falar a verdade sem amor!

No momento atual, marcado por polarizações e oposições intensas, propenso à indiferença ou indignação, acrescida da desinformação que falsifica e instrumentaliza a verdade nos meios digitais, papa Francisco recomenda uma comunicação aberta e acolhedora, que gere compaixão em vez da discórdia. Na conhecida passagem dos Discípulos de Emaús (Lucas 24,13-35), o Santo Padre indica um modelo de “comunicação que inflame os corações, seja bálsamo nas feridas e ilumine os caminhos”.

“O papa recomenda uma comunicação
aberta e acolhedora, que gere
compaixão, em vez da discórdia”


Francisco partilhou um sonho em sua mensagem: uma comunicação que seja ao mesmo tempo gentil e profética, lembrando que gentileza na convivência não é só sinal de etiqueta, mas ANTÍDOTO contra a crueldade. Para tanto, é preciso nunca separar a verdade do amor! Lembro, então, das palavras de São Paulo: “se não tivesse amor...” E, nas redes sociais, nos meios de comunicação, quantas palavras cruéis, ácidas. Podem até estar cobertas de razão, mas se não tiverem amor, não edificam!

O papa conclui o texto clamando que se desarmem os ânimos e se promova uma linguagem de paz, assegurando uma mensagem não hostil. Às vezes, pensamos que o fim de conflitos, de guerras, depende somente dos outros, mas, “é precisamente na conversão do coração que se decide o destino da paz”. Em outras palavras, precisamos começar em nós! Vamos acreditar mais na beleza e na força do bem do que nas repercussões, nos alcances que possam ser obtidos nas redes sociais, com polêmicas, palavras ácidas ou agressivas?

Para lhe ajudar neste convencimento, indico dois trechos bíblicos presentes na mensagem do Papa Francisco, que são pouco conhecidos e, menos ainda, praticados: “a língua branda pode até quebrar ossos” (Provérbios 25,15) e “uma palavra amena multiplica os amigos e acalma os inimigos” (Eclesiástico 6,5).

* Jornalista, trabalha há 32 anos na Canção Nova e escreveu o livro “A Vida é Caminhar”, que relata fatos da década de 1970 da vida de padre Jonas Abib

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Comentários

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Tião Aranha

23 de maio, 2023 | 09:39

“Bom texto, uso da palavra faz-se nescessário como ponte única para unir as pessoas 'na busca da Democracia de verdade'. Risos.”

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