14 de maio, de 2023 | 07:00

Uma mamãe, vó, bisavó e trisavó centenária

(Silvia Miranda - Repórter do Diário do Aço)
Ser mãe já é uma dádiva, se tornar avó é presente dobrado, mas e virar bisavó? Chegar a ser trisavó?. Dona Efigênia Anacleta Gomes, de 100 anos, moradora do distrito de Cachoeira do Vale, em Timóteo, sabe bem o que é viver estas experiências junto a suas quatro gerações de descendentes. E a família da matriarca de 14 filhos, 27 netos, 49 bisnetos e nove trinetos já prepara as comemorações dos seus 101 anos, no próximo mês.

A centenária nasceu no dia 13 de junho de 1923, no município de Alvinópolis, onde trabalhava na lavoura. Em 1977 veio com os filhos para Timóteo, onde um deles trabalharia na antiga companhia Acesita. A vida difícil começou então a melhorar, pois os filhos já crescidos começaram a trabalhar e ajudar no sustento da casa.

Dos 14 filhos, dez são mulheres e quatro são homens, cinco deles já faleceram. O marido também faleceu há mais de 40 anos. Das lembranças da juventude, Efigênia Anacleta fala da saudade de passear. Mulher de muita fé, fala da gratidão por viver tanto tempo e todos os dias não deixa de fazer suas orações e cantar hinos de adoração a Deus. O trabalho com a terra também é uma das coisas que mais gosta de fazer.

Saúde boa
Efigênia Gomes completará 101 anos no próximo dia 13 de junho. Com o apoio de uma vizinha, que emprestará o sítio, em uma reunião de quase 200 pessoas da família, entre eles um irmão de 90 anos, a comemoração será possível. Uma celebração importante para as gerações que se orgulham da saúde da matriarca. Há sete anos, quando pela quinta vez perdeu um filho, a família achou que Efigênia não iria suportar o luto, mas ela resistiu. E durante a pandemia venceu a covid por duas vezes. Sua lucidez e percepção de tudo à sua volta impressionam os mais novos.

Mãe dedicada
A filha Zélia de Fátima Ramos, de 63 anos, conta como a mãe sempre cuidou da casa e fez de tudo para o bem-estar dos filhos. “Ela sempre foi muito trabalhadora, cuidava da horta, fazia quitandas, sabão e até azeite para vender. Se esforçava muito para nos ajudar”, relembra.


Outra filha, Vera Lúcia Gomes Jorge, 64, recorda que para dar conta dos cuidados dos filhos, a mãe Efigênia passava o fim de semana fazendo bolos e biscoitos, para que eles pudessem ter o que comer no café da manhã e no lanche da escola. “Ela também passava o fim de semana lavando e trançando nossos cabelos, e depois amarrava um lenço para deixar arrumado para ir a semana toda para a escola”, conta.

Os netos Luana Cristina Gomes e Lucas Gomes Jorge se orgulham da vida íntegra da avó e de tantas demonstrações de carinho.

Adoção de uma filha
A filha Geisiane Nascimento Gomes, de 40 anos, nasceu em São Cândido e ainda bebê foi adotada por um casal. Mas certo dia, a mulher que era casada com um dos filhos de Efigênia foi embora deixando a criança sozinha em casa.

Avisada pelos vizinhos do ocorrido, a centenária correu e buscou Geisiane e resolveu criar a menina também, já que o filho passava o dia trabalhando e não poderia cuidar sozinho da menina. “Tenho muita gratidão pelo que ela fez por mim, sempre muito guerreira e batalhadora, sempre fazendo de tudo pelos filhos, eu recebi de Deus esse presente ao ser adotada pela minha avó e que depois virou minha mãe”, relembra Geisiane.