10 de maio, de 2023 | 12:00
Operação ''Penalidade Máxima'' amplia descoberta de casos de manipulação de resultados
Raul Baretta / Santos FC
Citado na denúncia, Eduardo Bauerman foi afastado do elenco do Santos por tempo indeterminado

A Justiça de Goiás acatou, na tarde desta terça-feira (9) a segunda denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra um grupo criminoso que manipulava o resultado de jogos de futebol das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Os 16 denunciados nesta segunda fase da operação Penalidade Máxima II são acusados de manipulação de oito jogos da Série A realizados em 2022, um jogo da Série B da mesma temporada e quatro jogos de campeonatos estaduais de 2023, incluindo Campeonatos Paulista e Gaúcho.
Variedade de infrações
Para tanto, os jogadores envolvidos no esquema receberiam valores que, de acordo com o MP-GO, variavam entre R$ 50 mil a R$ 500 mil para provocarem eventos específicos em jogos previamente selecionados, como cometimento de pênaltis, cartões amarelos ou vermelhos em determinada etapa da partida, diferença de gols no primeiro tempo, entre outros.
Os acusados nessa fase da investigação são Bruno Lopez de Moura, Thiago Chambó Andrade, Romário Hugo dos Santos, que se encontram presos desde o dia 18 de abril. Os demais são a maioria jogadores em atividade pelo Brasil afora: Ícaro Fernando Calixto de Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes, Zildo Peixoto Neto, Thiago Chambó Andrade, Romário Hugo Dos Santos, William De Oliveira Souza, Eduardo Gabriel dos Santos Bauermann, Gabriel Ferreira Neris, Victor Ramos Ferreira, Igor Aquino Da Silva, Jonathan Doin, Pedro Gama dos Santos Júnior, Fernando José da Cunha Neto e Matheus Phillipe Coutinho Gomes.
O Santos, desta feita, afastou o zagueiro Eduardo Bauerman até que a situação tenha um desfecho.
Em sua decisão, o juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2ª Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais, autorizou o compartilhamento de todas as provas produzidas durante a investigação com órgãos de fiscalização, investigação ou disciplinar e o encaminhamento de cópia do processo ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Sobre a participação de Bruno Lopez, o juiz destacou na decisão que, após a primeira fase de operação Penalidade Máxima, que teve início em novembro do ano passado, o MP -GO apontou indícios de corrupção em, pelo menos, outros nove jogos recentes, realizados entre novembro de 2022 a fevereiro de 2023.
JOGOS SOB SUSPEITA DE MANIPULAÇÃO
PALMEIRAS x JUVENTUDE Brasileirão
JUVENTUDE x FORTALEZA Brasileirão
GOIÁS x JUVENTUDE Brasileirão
CEARÁ x CUIABÁ Brasileirão
RED BULL BRAGANTINO x AMÉRICA- MG Brasileirão
SANTOS x AVAÍ Brasileirão
PALMEIRAS x CUIABÁ Brasileirão
BOTAFOGO x SANTOS Brasileirão
SPORT RECIFE x OPERÁRIO DE PONTA GROSSA Série B
GUARANI x PORTUGUESA Paulistão
RED BULL BRAGANTINO x PORTUGUESA Paulistão
ESPORTIVO BENTO GONÇALVES x NOVO HAMBURGO Gauchão
CAXIAS x SÃO LUIZ Gauchão
Jogando em Minas
Porém, outros nomes são suspeitos de participarem do esquema. Outros três atletas, que hoje atuam no futebol mineiro, podem estar envolvidos: Richard, do Cruzeiro, e Nino Paraíba e Dadá Belmonte, ambos do América.
Segundo publicação da rádio Itatiaia, os três estão sendo denunciados por terem participado de manipulação de resultados quando ainda estavam em seus antigos clubes. Richard e Nino Paraíba estavam no Ceará, enquando Dadá vestia a camisa do Goiás.
De acordo com a Itatiaia, o trio ainda não foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que está à frente das investigações.
Segundo a rádio, Richard e Nino Paraíba se envolveram em uma manipulação de uma aposta casada, algo feito para que o ganho possa ser multiplicado, de cartão amarelo no confronto entre Cuiabá e Ceará. De fato, os dois atletas receberam as punições.
Dadá Belmonte cumpriu a função e foi expulso em um jogo contra o Fluminense, porém o esquema naquele dia não se consumou, pois era casado” com uma expulsão de Bauerman contra o Botafogo, que só ocorreu após o jogo se encerrar e não foi aceita” pela quadrilha. De acordo com a publicação, a aposta renderia um ganho de R$ 800 mil aos apostadores.
Outro citado e afastado pelo clube pelo qual joga atualmente foi o zagueiro Vitor Mendes. Ele está no Fluminense, emprestado pelo Atlético, e teria participado do esquema (levar um cartão amarelo e receber R$ 35 mil) quando defendia o Juventude na temporada passada.
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