09 de maio, de 2023 | 06:00
Bom começo
Fernando Rocha
O atual Cruzeiro não tem medalhões que ganham altos salários e costumam não dar o retorno desejado, mas é uma equipe que luta do primeiro ao último minuto como se estivesse decidindo o título.
Pepa mostra competência dando padrão tático, uma cara ao time, que tem na organização o seu ponto forte, como foi demonstrado, mais uma vez, na vitória sobre o Santos que deixou o time na terceira posição, algo inimaginável antes do início da competição.
Outra surpresa foi o destaque individual que coube ao contestado Wesley, a maior contratação feita pela SAF/Cruzeiro para esta temporada e que não vinha rendendo, mas saiu do banco de reservas para ser decisivo e fazer os dois gols que deram a vitória ao time estrelado.
Manda embora?
Depois de duas boas atuações e vitórias contra o Athlético-PR e o Alianza Lima, o Galo voltou a decepcionar a sua torcida ao fazer uma das piores entre as piores exibições sob o comando do técnico Eduardo Coudet.
Com uma pífia campanha neste começo de Brasileirão, o Galo soma apenas 4 pontos em 12 disputados, e caso o Corinthians tenha vencido ontem à noite o Fortaleza pode terminar essa rodada colado na zona de rebaixamento.
Inadmissível que, tendo uma das cinco folhas salariais mais altas do futebol brasileiro, jogue tão mal como se viu nessa derrota de 2 x 0 para o alvinegro carioca.
O técnico Coudet, a meu juízo, perdeu completamente o controle sobre o grupo de jogadores, se queimou com a torcida e com a diretoria, que só não o demite por conta de uma multa absurda de R$ 30 milhões que ela mesmo inseriu no contrato com o argentino.
E o baile continua. Coudet faz tudo errado, troca jogadores que se destacam, muda o time titular de um jogo para o outro. Às vezes dá certo, outras não, como se quisesse mandar um recado para a diretoria: “se não estiver gostando, pague a multa e me mande embora”.
FIM DE PAPO
O time do Botafogo é modesto, formado por um monte de garotos, mas luta o tempo todo e, graças a isso, ocupa momentaneamente a liderança do Brasileirão com quatro vitórias em quatro rodadas. Tem cara de ser o “jabuti” que apareceu no topo da árvore. Reza a lenda que ninguém sabe como chegou lá, mas tem a certeza de que vai cair. No último domingo, só não aplicou uma goleada histórica no Galo, considerado um dos favoritos ao título antes do início da competição, graças a algumas defesas milagrosas do goleiro Éverson.
Quando os resultados são ruins, normalmente, aparecem vídeos e áudios nas redes sociais denunciando baladas e outras atitudes antiprofissionais de jogadores. No caso do Atlético, o mais visado tem sido o jovem lateral Rubens, que estaria abusando e, por isso, caiu de rendimento. Onde tem fumaça há fogo, mas, nesta derrota para o Botafogo, não só ele e, sim, todo o time foi muito mal. Não há como culpar apenas um jogador pelo fracasso.
O ambiente está tão carregado no América que o árbitro precisou intervir para evitar que Benitez e Aloísio Boi Bandido saíssem no braço, durante uma discussão em campo, na derrota de virada, por 2 x 1, para o Cuiabá, no Independência. Foi o quarto tropeço seguido do time dirigido por Vagner Mancini que ocupa a lanterna e precisa de uma reação já. De vexame em vexame, a segunda divisão vai ficando logo ali para o Coelho.
Nesta quarta-feira haverá o aguardado retorno do Cruzeiro ao Mineirão, para encarar nada menos que o Fluminense, sem dúvida, o time que apresenta no momento o futebol de melhor qualidade no continente. O “Gigante da Pampulha” vai se transformar, novamente, no caldeirão azul, com mais de 60 mil torcedores presentes. Será o grande teste e uma grande oportunidade para o time celeste comandado pelo português Pepa provar, de vez, que o “Rei de Copas” voltou. E mandar um recado para os rivais, que também o consideram aquele jabuti que subiu na árvore. (Fecha o pano!)
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