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09 de maio, de 2023 | 14:00

Opinião: De rei “chuchu”, política e guerras nos tempos dos deuses e um convite...

Nena de Castro *

E então foi coroado Charles Chuchu Jiló III lá na velha Albion. Com toda pompa e circunstância, roupas de gala, as mulheres com chapéus inacreditáveis e vestidos idem e tudo correu “comme il faut” a não ser a cara de Charlão, chateado com o peso da coroa na sua real cabeça, doido pra tudo acabar pois aquela “festa estranha com gente esquisita” não estava sendo lá essas coisas. Sequer podia coçar o respectivo e o evento durou horas. As boas línguas disseram que aquele vulto estranho, parecendo um abade, que cruzou o caminho por um instante seria a rainha Elizabeth conferindo se estava tudo em ordem. A Bugra acha que era a eterna Lady Dy, a princesa de Gales que veio do além assombrar Camila...

Falam em continuidade e modernidade da monarquia do Reino Unido mas eu não sei não, o rei tem cara de poucos amigos, é cheio de manias e parece ser teimoso que nem burro velho. Bom, continuo a tocar minha velha carroça lendo entre outros, o livro de Ouro da Mitologia. Confusão vai, confusão vem, no que Cazuza chamou de “museu de grandes novidades” e olha um episódio que nos remete a coisas bem atuais: quando Édipo percebeu a desgraceira que fizera, matando o pai e desposando a própria mãe Jocasta, arrancou os próprios olhos e foi expulso de Tebas tornando-se um andarilho.

Sua filha Antígona o apoiou, acompanhando-o em suas peregrinações até a morte. Já os dois irmãos de Antígona, Etéocles e Polinice, de olho no trono e sequiosos de poder, combinaram dividir o reino entre si, cada um governaria por um ano e passaria o poder ao outro e assim, reinariam alternadamente. No entanto, apoiado pelo Centrão da época, Etéocles recusou-se a aceitar a mudança de poder e negou-se a entregar o reino ao irmão.

Polinice, o prejudicado, fugiu para Argos e casou-se com a filha do rei Adrastos. Houve um quiproquó se deviam ir para a guerra ou não para lutar pelo trono de Tebas e quem decidiria seria Erifila, irmã do rei. O esperto Polinice deu de presente a Erifila o - epa! - colar de Harmonia, uma noiva que o ganhara de presente de casamento de Vulcano. Como se vê, colares, desde a antiguidade clássica são objetos de desejos de certos uns e dão confusão.

Aprovada a guerra contra a Ucrânia, digo, Tebas houve uma luta terrível, culminando com Júpiter fulminando com um raio um tal de Capaneu que afirmara que chegaria a Tebas, com ou sem a ajuda do deus! (isso de misturar política com religião já não dava certo naquele tempo e os homens não aprendem! E além disso Capaneu mentira dizendo que tomara a vacina contra a Covid e apresentara documentos falsos!

Bão, cansada de tantas minhocas históricas na cabeça, triste com a proliferação de prédios no Imbaúbas e Bom Retiro, vou ali fazer o dicumê.

E convido a todos para o novo espetáculo Mariana Catibiribana, inspirado na personagem criada por mim, que será apresentado no jardim externo do Centro Cultural Usiminas, no dia 27 de maio, sábado às 15h. É só chegar, sentar e assistir a incrível Chrika de Oliveira e o mestre Geleia dando aquele show com seu atabaque mágico. Promoção do 14º Salão Do Livro, esse tradicional impulsionador da Cultura em Ipatinga. E nada mais digo...

* Escritora e encantadora de histórias

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Comentários

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Tião Aranha

09 de maio, 2023 | 20:19

“Bom texto, a nobre escritora com suas habilidades sempre incentivando a cultura.”

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