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07 de maio, de 2023 | 15:11

Ipatinga registra mais de oito mil denúncias de violência doméstica e familiar em cinco anos

Alex Ferreira/Arquivo DA
Na Deam o atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 18h30Na Deam o atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 18h30

O feminicídio de uma grávida, no fim da tarde de quinta-feira (4), no bairro Chácaras Madalena, em Ipatinga, foi a notícia de maior repercussão na semana que passou e levantou um debate acerca da violência contra a mulher no âmbito familiar. De fato, os dados estatísticos apontam para uma situação considerada preocupante. Somente no primeiro trimestre deste ano foram 490 denúncias. No período de janeiro de 2018 a março de 2023, o acumulado passa de 8 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra mulheres em Ipatinga.

A informação foi apurada pelo Diário do Aço junto ao 12º Departamento de Polícia Civil. Os dados foram fornecidos pela Diretoria de Estatística e Análise Criminal/SIIP da PCMG e oferecem análise por bairros de Ipatinga, faixa etária, relação vítima autor, tipo de violência, dentre outros.
A violência física lidera o tipo de ocorrência e a psicológica está em segundo lugar, o companheiro/cônjuge e o ex-companheiro são os que mais agridem, as mulheres com idade entre 30 e 39 anos lideram o número de vítimas, depois, as vítimas com idade de 40 a 49 anos.

O levantamento mostra que o número de denúncias (boletins de ocorrência) aumentou ao longo dos anos. Em 2018, foram registradas 1.381 denúncias; em 2019 foram registradas 1.441; em 2020, 1.462; em 2021, 1.665; em 2022, 1.692 e, no primeiro trimestre de 2023, foram registradas 490 denúncias.

Mulheres pardas lideram número de vítimas

A maioria das vítimas é de mulheres entre 30 e 39 anos (2.186). A maioria das mulheres que denunciaram a violência são pardas (4.376), seguidas por brancas (1.273) e negras (1.133).

Grau de escolaridade das vítimas

Em relação ao grau de escolaridade, a maioria das vítimas é alfabetizada (1.795) ou com ensino médio (1.513). A violência física atingiu o maior número de mulheres (3.757), seguida pela violência psicológica (3.009) e violência patrimonial (523).

Ocorrências por bairros

Os bairros com maior número de denúncias foram Bethânia (976), Vila Celeste (730) e Esperança (659), enquanto Castelo (6), Ferroviário (2) e Santa Mônica (1) tiveram as menores taxas de denúncias de violência doméstica ou familiar contra mulheres.

A prevalência de violência entre parceiros recentes/atuais foi maior. Das 8.131 denúncias registradas, em 2.928 o agressor é o cônjuge/companheiro da vítima. Em 2.218 registros, o agressor é o ex-companheiro/ex-cônjuge e, em 790, enteado/filho.

Enfrentamento à violência

Chefe do 12º DPC, o delegado-geral Gilmaro Alves explica que o enfrentamento da violência doméstica e familiar é uma preocupação constante das forças de segurança. A demanda é atendida pela Polícia Militar e pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), onde são encontrados uma delegada, escrivães e investigadores específicos para essa delegacia.

O atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 18h30. Aos fins de semana e feriados, o atendimento é feito pelo plantão na Delegacia no Centro de Ipatinga. O registro da ocorrência de violência doméstica é indispensável para que sejam adotadas ações contra os agressores.

A lei 11.340 de 2006 (Maria da Penha), em seu artigo 19, afirma que “as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida”, desta forma elas precisam ser solicitadas pela parte ofendida na Delegacia de Polícia ou junto ao Ministério Público para envio e análise por parte do judiciário.

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