06 de maio, de 2023 | 09:30

Impactos ambientais e sociais persistem ao longo do Rio Doce, constata comissão da ALMG

Willian Dias
Comissão Extraordinária de Acompanhamento do Acordo de Mariana - visita à Santa Cruz do EscalvadoComissão Extraordinária de Acompanhamento do Acordo de Mariana - visita à Santa Cruz do Escalvado

Apenas cerca de 5% dos rejeitos que desembocaram no lago da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga, no município de Rio Doce (Zona da Mata), foram retirados pela Samarco, após sete anos do rompimento da barragem de Mariana (Região Central do Estado), em 2015. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (5), em visita da Comissão Extraordinária de Acompanhamento do Acordo de Mariana, instituída este ano pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), ao local que é de propriedade da Vale e da Aliança Energia.

De acordo com o gerente do Consórcio Candonga, Roberto Schaefr, dos cerca de 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos que foram levados a esse trecho do Rio Doce, em decorrência do rompimento, aproximadamente 570 mil metros cúbicos foram retirados pela mineradora em 2022, permitindo que a hidrelétrica voltasse a operar em fase de testes neste ano.

O gerente contou ainda que foram retirados os rejeitos que ficavam próximos às tomadas de água. Agora é necessário um monitoramento constante para verificar como todo o rejeito restante se comporta, pois, dependendo das condições, pode haver nova interrupção no funcionamento da usina.

Antes disso, em 2016, conforme contou, foram feitas algumas dragagens emergenciais. Apesar dessas iniciativas, tanto o gerente do consórcio quanto o prefeito de Rio Doce, Mauro Pereira Martins, enfatizaram que não tiveram um retorno da Samarco com um planejamento para continuar a retirar os rejeitos do lago da usina.

O procurador da República Carlos Bruno Ferreira da Silva disse que se surpreendeu com a baixa quantidade de rejeitos retirados e afirmou que o risco ambiental é grande.

Comunidade relata impactos sociais

Segundo o morador de Rio Doce, Leandro Gonzaga, a comunidade está com a saúde debilitada depois do rompimento da estrutura em função dos diversos problemas que enfrentam. “Depois que a barragem se rompeu, ela matou o rio e a gente também, porque a gente sempre viveu aqui e desse rio”, disse.

Repactuação

O presidente da comissão, deputado Ulysses Gomes (PT), explicou que o objetivo da comissão extraordinária é percorrer os locais afetados ao longo do Rio Doce para colher informações que possam subsidiar a construção de uma nova repactuação para os atingidos.

Para tal, ela percorreu, nesta quinta-feira (4), localidades em Aimorés e Governador Valadares.
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