30 de abril, de 2023 | 10:00

Negociação salarial do transporte municipal permanece indefinida

Débora Anício
Sindicato alerta que pode ocorrer paralisação no transporte municipalSindicato alerta que pode ocorrer paralisação no transporte municipal

Mais uma vez as negociações da campanha salarial do transporte urbano do Vale do Aço se encontram num impasse. De um lado, trabalhadores esperam uma proposta de reajuste mínimo de 5,47%, mas até então a empregadora ofereceu apenas 2,5% de aumento, menos da metade das perdas com a inflação acumulada no período de 12 meses. A data base da categoria venceu em março e agora o sindicato espera fechar um acordo até 15 de maio ou pode convocar os trabalhadores para uma paralisação em Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo. Em nota, a principal concessionária do transporte coletivo nas cidades da região afirma que a negociação ainda está em andamento e aguarda respostas também dos governos municipais.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Coronel Fabriciano (Sinttrocel), Marlúcio Negro, conta que foram realizadas duas reuniões com a empresa Saritur, porém até o momento não foi apresentada nenhuma proposta que atenda a reivindicação da categoria. “Na última reunião, a empresa ofereceu 2,5% de reajuste, que significa 50% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,47%. De imediato, a diretoria do Sinttrocel rejeitou a proposta e deflagrou o estado de greve”, explica.

Ainda conforme Marlúcio Negro, também ficou registrado em reunião que caso a empresa não faça uma nova proposta até dia 15 de maio, o sindicato pode convocar os trabalhadores para uma paralisação. “A empresa alega que está passando por dificuldades, mas se está ruim para empresa, para o trabalhador está muito pior”, argumenta o presidente do sindicato.

Convenções
No restante do estado de Minas Gerais, conforme dados repassados pelo Sinttrocel, nas empresas de transporte intermunicipal, fretamento e turismo as negociações já estão encerradas e o acordo fechado, com percentual mínimo de 5,47%. No Vale do Aço, outras empregadoras do transporte também já fecharam acordo com os trabalhadores. “Não podemos aceitar nenhum centavo a menos do que foi oferecido no nível estadual. É importante destacar que a negociação com o transporte intermunicipal na região fechou a correção em 6,5% sobre o salário, vale alimentação e PLR, das empresas da base do Sinttrocel”, detalhou Marlúcio.

Reunião
A diretoria do Sinttrocel também alega que sempre opta pelo diálogo, “tentando sempre fechar um acordo, sem trazer transtornos para a sociedade”. Uma nova reunião está agendada para a próxima terça-feira (2/5), em Belo Horizonte. O sindicato aguarda a apresentação de um reajuste melhor, para ser levado para votação em assembleia com os trabalhadores. “Caso a empresa não traga proposta ou ofereça um reajuste inferior ao acordo das outras empresas do estado, o Sinttrocel irá convocar os trabalhadores para decidir a situação. A greve não está descartada, só não vai ocorrer caso a empresa atenda as reivindicações”, disse.

Empresa
Procurada pela reportagem do Diário do Aço, a Saritur disse por meio de sua assessoria de comunicação que está em negociação com o sindicato. “Já apresentamos a proposta e aguardamos retorno. Também estamos em contato com as administrações municipais para avaliar o que pode ser feito”, informou.
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Comentários

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Márcio Moreira

02 de maio, 2023 | 08:05

“Deveriam de ser ,aberto uma cpi ! nos transportes públicos municipais e intermunicipais para apurarem , quantos políticos ,recebem apoio /financiamento, de campanha eleitoral através das empresas ,que prestam esses serviços aos municípios ,porque é só aproximar, época de eleições que começa as greves aumento de passagem etc ..”

Helena

01 de maio, 2023 | 08:39

“Vergonha essa Saritur! Ônibus sucateados, barulhentos. Em alguns não funciona o acesso para o deficiente físico. Em horários de pico, ônibus do Macuco e Recanto Verde super lotados. Motoristas trabalhando exercendo função também de cobrador...baixos salários!
Ministério Público nessa empresa!!! Não à exploração do trabalhador!”

Trabalhador

01 de maio, 2023 | 04:00

“Os sindicatos hoje só querem dinheiro e fingem lutar pelos trabalhadores. Basta observamos o presente e voltarmos ao passado. Antigamente sempre tinha um carro de som, um informativo e até grandes mobilizações nas portas das empresas por parte dos sindicatos. Hoje os sindicalistas negociam tomando café com o patrão, recebendo e dando tapinha nas costas, parecem amigos de longas datas. Ao deixar de fazerem pressão nas portas das empresas, os sindicatos enfraqueceram e isso se tornou um problema, porque essas ações são fundamentais para respaldar a atuação institucional. Aposto que hoje,quando precisar se dirigir às ruas para defender os direitos ameaçados e as instituições democráticas, suas convocações não será muito bem-sucedidas, uma vez que,deixaram de ocupar esse espaço e se distanciaram do trabalhador e se aproximaram dos patrões. Os sindicatos precisam fortalecer aquilo que é mais importante: o trabalho de base junto aos trabalhadores que pretendem representar.
Enquanto o sindicalismo não voltarem as raízes, os trabalhadores serão apenas massa de manobra e financiadores de oportunista fingindo- se de sindicalistas.Trabalhadores de todos os países, uni-vos!E diga não a esse sindicalismo pelego de patrão.”

Acm

01 de maio, 2023 | 02:51

“Todo ano é a mesma ladainha e acaba ficando como a empresa quer.Esse sindicato atende os interesses das empresas. A única forma de conquistar alguma coisa é cruzando os braços. Infelizmente motorista é uma categoria desunida.”

Mococa

30 de abril, 2023 | 14:57

“Por que o sindicato ainda não acionou o Ministério Público do Trabalho? Bando de vendidos, só querem o suado dinheiro do trabalhador.”

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