27 de abril, de 2023 | 09:40

Restauração da Ponte Queimada é solicitada em Plano de Manejo do Perd

Alex Ferreira
Os dormentes em madeira, que formam o tabuleiro estão deteriorados e alguns já caíramOs dormentes em madeira, que formam o tabuleiro estão deteriorados e alguns já caíram

As condições da lendária Ponte Queimada estão cada dia piores. O acesso importante para o turismo no Vale do Aço continua abandonado e sem nenhuma proposta real de revitalização. Agora, a esperança de reforma da ponte ganha mais um capítulo com a revisão do Plano de Manejo do Parque Estadual do Rio Doce (Perd), isto porque a obra foi solicitada no documento e pode ser uma saída para o impasse.

A ponte cuja estrutura é de colunas de concreto e vigas de aço, tem 200 metros de extensão. A obra de arte passa em cima do rio Doce, elevando-se a 60 metros de altura. A ponte interliga os municípios de Pingo-d'Água e Marliéria. Na margem esquerda da ponte localiza-se a mata do Parque Estadual do Rio Doce.

Embora possua uma beleza história e seja muito relevante para o turismo, a ponte há anos sofre com a ação do tempo e o desgaste fica sem receber reparos apropriados. Os paliativos permitem que funcione precariamente e sob risco de acidentes. A precariedade ocorre, principalmente na parte superior do tabuleiro, formado por dormentes de madeira. Várias peças estão apodrecidas, outras estão soltas e algumas, inclusive caíram, formando buracos. Mesmo assim, muitos corajosos se arriscam na travessia, até mesmo de carro com auxílio dos passageiros, que precisam descer para guiar o motorista na travessia.

O prefeito de Pingo-d'Água, Luiz Paulo Coelho (PDT), confirma que as condições do acesso são precárias e que a Defesa Civil municipal tem o desejo de interditar o tráfego no local, até ocorrer a reforma, porém a situação da ponte envolve vários atores. “Temos um impasse com o IEF (Instituto Estadual de Florestas) que não quer a reforma e isso vem se arrastando por anos, uma situação que dá um sentimento de impotência. Mas o meu posicionamento é que a ponte seja reformada”, declarou.

O chefe do Executivo de Pingo-d'Água reforça a utilidade turística da Ponte Queimada, principalmente para ciclistas, e declarou que está disposto a dividir os custos da reforma com a administração municipal de Marliéria e empresas parceiras, porém, é necessário a anuência do IEF.
Alex Ferreira
Acesso tem sinalização que avisa do perigo das condições da ponte sobre  o rio Doce Acesso tem sinalização que avisa do perigo das condições da ponte sobre o rio Doce

No outro lado da ponte

A situação de perigo no acesso à ponte também é preocupação para o prefeito de Marliéria, Hamilton Lima Paula (Republicanos). Ele conta que o problema foi amplamente discutido durante as oficinas da revisão do Plano de Manejo do Parque Estadual do Rio Doce (Perd), concluídas no início deste mês de abril.

“Foi debatida a questão se a estrada da Ponte Queimada, que corta a unidade de conservação, deve ou não ser fechada. E eu como prefeito deixei claro como o acesso é importante para o turismo regional e também para cliclistas e fazendeiros do entorno”, esclarece.

Após a realização das reuniões do Plano de Manejo, os participantes decidiram incluir no documento a necessidade da restauração da ligação. “Foi definido então que a estrada não seja fechada e que a restauração da ponte seja feita e tudo devidamente registrado no Plano de Manejo, a única condição colocada é que o forro da ponte continue sendo de madeira, pois ali tem toda uma história que não deve ser apagada. Agora vamos aguardar o prazo de 30 dias para que a restauração seja finalmente definida”, detalhou Hamilton Lima.

Solicitações

Muitas reivindicações para a reforma da ponte já foram feitas, mas nenhuma atendida até então. Há requerimentos protocolados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em 2021, pedindo providências para a situação. Outra alternativa buscada é a de incluir os custos da obra nos investimentos a serem feitos no Perd por meio dos recursos pagos pela Fundação Renova, compensação pelos danos causados com o rompimento da barragem de Mariana em 2015.

No total serão R$ 93 milhões a serem pagos, mas ainda não há confirmação da inclusão da revitalização da ponte no pacote. O Instituto Estadual de Florestas foi procurado pela reportagem do Diário do Aço para confirmar como ficará a situação da Ponte Queimada, mas não se pronunciou acerca do assunto.


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Comentários

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Benicio

30 de abril, 2023 | 15:56

“situação lamentável e vergonhosa, Políticos sem representatividade para o Vale do Aço. Só aparecem em época de eleiçoes
. Onde estarão esses nossos representantes que dizem ser da região? estou curioso.”

Jones

27 de abril, 2023 | 16:20

“A lendária Ponte Queimada não é a mostrada no vídeo.
O vídeo exibe as condições atuais da ponte de forma
fidedigna, exagerando em classificar o finado Rio Doce
como um rio caudaloso.
A ponte reconstruída, encontra-se em precaríssima
condição para o tráfego de veículos conduzidos por
aventureiros.
Há menos de 30 dias, assisti a passagem de maluco
conduzindo um automóvel com adultos e crianças ? 6
pessoas -, dando adeusinho para quem, sob a ponte,
assistia aquele ato insano.”

Antonio

27 de abril, 2023 | 10:20

“Essa situação é vergonhosa. O Vale do Aço, é realmente um lugar fraco de representantes políticos. Cadê os deputados que receberam toneladas de votos na região?Cadê o tal do Nikolaus Ferreira? Cadê os Biondini? Estão lá cuidando da região deles. e aqui só toma no rb.”

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