21 de abril, de 2023 | 08:00

Ainda respira

Fernando Rocha*

O Galo sofreu a segunda derrota consecutiva na Copa Libertadores, desta vez para o Athletico-PR, 2 x 1, em Curitiba. Ficou em situação muito difícil para se classificar à próxima fase e seguir sonhando com o bicampeonato na mais importante competição continental.

Se, antes disso, o técnico Eduardo Coudet era criticado pelo futebol pouco convincente da equipe, embora obtivesse resultados positivos, agora o processo se inverte, pois o time que não agradava, mas vencia, mostra-se melhor dentro de campo sem conseguir as vitórias.

A torcida já encontrou no técnico o vilão da história e quer sua saída, mas devido à multa absurda de R$ 30 milhões do contrato em vigor, sua demissão torna-se fora de cogitação pela imprudente diretoria alvinegra.

Se ficou difícil a classificação na Libertadores, ainda não é hora de jogar a toalha, pois fará os dois próximos jogos contra o Alianza (Peru) e Athletico (PR), no Mineirão, onde, empurrado pela sua torcida, pode perfeitamente vencer e voltar ao páreo para avançar às oitavas de final.  

A volta
A volta do Cruzeiro ao Mineirão está prestes a se concretizar, depois que as partes voltaram a conversar nesta semana, com a intermediação do governo estadual.

A decisão do Cruzeiro de recuar e aceitar um contrato de três anos, em condições muito aquém do que deseja, foi motivada pela pressão da torcida, mas sobretudo pelo desempenho ruim do time em campo.

Como o gramado do Mineirão está péssimo dos péssimos, devido ao impacto do pisoteio de milhares de pessoas em seguidos shows realizados no local, a partida de volta contra o Náutico pela Copa do Brasil, marcada para o próximo dia 26, terá de ser realizada no Independência.

O Mineirão é um patrimônio público e continua sendo de responsabilidade do governo estadual, que se tivesse agido com firmeza, exercido a sua autoridade há mais tempo, poderia ter evitado todo esse imbróglio.

O contrato atual feito no governo de Aécio Neves para a reforma do Mineirão, visando a Copa do Mundo de 2014, foi uma tragédia anunciada, denunciado na época pelo ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil, como lesivo aos clubes e ao erário público.

Por mais que sua posição hoje seja desconfortável, o governo atual não pode agir como Pilatos e lavar as mãos nessa questão, sem defender o interesse público, que passa pela utilização do Mineirão prioritariamente pelo futebol, o fim da sua existência.   

FIM DE PAPO
•        A primeira rodada do Campeonato Brasileiro/Série A foi péssima para os três times mineiros, que perderam seus jogos decepcionando as torcidas. Nos jogos pelos torneios continentais deste meio de semana a “zica” continuou, com derrotas do Galo pela Libertadores e Coelho na Sul-Americana, para o Athetico-PR e Defensa y Justícia da Argentina, respectivamente.

•       Neste sábado, 21h, no Independência, o Cruzeiro vai tentar a reabilitação contra o Grêmio, revivendo os confrontos do ano passado, quando ambos disputaram e penaram na segunda divisão nacional. Mesmo tendo a vantagem do torcedor ao seu lado, o Cruzeiro não é favorito, pois o Grêmio investiu mais e montou um time superior, considerando a qualidade individual dos jogadores. Acho que será um jogo equilibrado e de resultado imprevisível.

•        O América também joga neste sábado, vindo de duas derrotas seguidas, e terá outra “pedreira” pela frente, o São Paulo, no Morumbi, ainda mais porque demitiu o técnico Rogério Ceni, substituído imediatamente por Dorival Junior, desempregado desde que foi dispensado pelo Flamengo no início do ano. O Coelho vive seu pior momento na temporada, principalmente pelos desfalques do atacante Aloísio e do meia Benítez. Um empate ficará de bom tamanho para o Coelho.

•        No domingo, 16h, será a vez do Atlético ir a campo contra o Santos, na Vila Belmiro. Ambos perderam na rodada de abertura do Brasileirão e precisam da vitória para acalmar os ânimos de suas torcidas. O Atlético leva um ligeiro favoritismo, por ter um time melhor do ponto de vista individual, mas o fator campo pesa muito a favor do Peixe. No futebol brasileiro tudo pode acontecer. Inclusive nada. (Fecha o pano!)                
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